segunda-feira, janeiro 31, 2005

Até onde vai um homem desesperado?

"Este homem é conhecido pela sua natureza sedutora". Do púlpito, Augusta Ferreira, doméstica, dirigiu-se com estes modos a Pedro Santana Lopes. Em delírio, as mais de mil mulheres presentes no almoço de Famalicão mostraram partilhar desta apreciação. A seguir, foi a vez de Manuela Cardoso levar a sala ao êxtase: "Ele ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras", afiançou esta funcionária pública, lembrando que Deus assim o quis. "Bem-haja os homens que amam as mulheres!", sentenciou ainda. "O outro candidato [José Sócrates] tem outros colos. Estes colos sabem bem", confessou Pedro, no final, aos jornalistas.

Sempre achei o Pedro Santana Lopes um enorme irresponsável (será que ele consegue acabar algum mandato para o qual foi eleito?) Mas depois das declarações que ele tem feito nos últimos dias de campanha sinto-me enojada pela tamanha baixeza que ele está a demonstrar. Como ele já se apercebeu que o país está quase em vias de conceder a maioria absoluta ao PS e que com isso cabeças irão rolar dentro do PSD, nomeadamente a sua, ele entrou num discurso de homofobia e conservadorismo insultuoso que só revela o estado de desespero a que Santana Lopes chegou. Muito mal está um candidato que em vésperas de eleições, como "trunfo" a apresentar, só tem o seu machismo bolorento.

Álbum do dia



A banda sonora do filme indiano de 1973, "Bobby", faz parte das minhas memórias de infância.
Logo depois do 25 de Abril de '74 as portas abriram-se e entre as novidades que vinham do estrangeiro estavam os filmes de Bollywood (equivalente indiano de Hollywood). "Bobby" foi dos que fez mais sucesso, é um dos filmes favoritos da minha mãe e ela não resistiu a comprar o vynil da banda sonora. "Main Shair To Nahin" era a canção do álbum mais tocada e combina na perfeição a sonoridade tipicamente indiana com as influências ocidentais visíveis nos belos arranjos para violinos.

domingo, janeiro 30, 2005



"Entardecer"
Eo

"Lawrence of Arabia" (1962)



[Lawrence has just extinguished a match between his thumb and forefinger. William Potter surreptitiously attempts the same]

William Potter: Ooh! It damn well 'urts!
T.E. Lawrence: Certainly it hurts.
William Potter: What's the trick then?
T.E. Lawrence: The trick, William Potter, is not minding that it hurts.

sábado, janeiro 29, 2005

Ainda as bandeiras...

Depois do fantástico jogo de quarta-feira na "catedral" da Luz, ao chegar hoje a casa e ver as bandeiras portuguesas que ainda resistem nas janelas lembrei-me de outra noite mágica na Luz, o jogo mais emocionante da minha vida, Portugal - Inglaterra.
Ainda me lembro do autocarro da selecção partir de Alcochete, da academia do Sporting, as pessoas que os esperavam com gritos de incentivo, os carros que os seguiram com pequenas bandeiras penduradas, os helicópteros no ar, os barcos que lado a lado com a autocarro percorreram o Tejo. E depois... e depois a vitória! As ruas de completamente vazias de repente explodiram de pessoas numa total loucura! O som dos sinos da igreja a tocar ainda ecoa na minha memória. A banda filarmónica aqui do sítio rapidamente se juntou e o hino nunca foi cantado com tanto orgulho!
Por momentos foi como se todos os problemas nacionais e pessoais desaparecessem. Com a ajuda do Ricardo, Portugal atingiu a perfeição e aquela viagem de Alcochete para a Luz transformou-se em algo mais, foi a viagem para o céu, de um país inteiro guiado por aquelas palavras pintadas no autocarro que os conduziu: Coragem e Audácia.

Álbum do dia



E.S. Posthumus
"Unearthed"

Como descrever este álbum? Poderia ser a banda sonora fantástica de um filme qualquer mas não. A música é cinematográfica mas não foi escrita para um filme, no entanto as suas faixas são bastante usadas em trailers, "Planet of the Apes" de Tim Burton, "Minority Report", "Spider-Man" e mais recentemente o trailer do filme "Vanity Fair". Aliás, foi com este último trailer que descobri este álbum. A música aqui usada é "Nara", com um sabor oriental a que o arrranjo para violinos dá um toque épico. Outra faixa que deixa-me boquiaberta é "Menouthis", começa com o coro mas rapidamente as influências musicais do norte de África/Médio Oriente tomam conta da música. Esta parte faz-me lembrar algumas secções da banda sonora de "Gladiator" de Hans Zimmer. No final da canção, à musicalidade étnica, junta-se então o coro, numa mistura digna de "O Fortuna" em Carmina Burana de Carl Orff.

sexta-feira, janeiro 28, 2005



"Se isto é um homem"

Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casa aquecidas
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem
Quem trabalha na lama
Quem não conhece paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não
Considerai se isto é uma mulher
Sem cabelos e sem nome
Sem mais força para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no Inverno.
Meditai que isto aconteceu
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração.
Estando em casa andando pela rua
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou então que desmorone a vossa casa
Que a doença vos entreve,
Que os vossos filhos vos virem a cara.

Primo Levi

Letras

!!!
"Hello? Is This Thing On?"


Sometimes you don't say nothing cuz you got nothing to say
And sometimes you tell it all cuz no one's listening anyway
And you don't know for certain but you think you might be a bore
Don't wanna be nobody's burden so you just hit the dancefloor
Cuz the opportunities presented stop you dead stuttering on the sentences
Small talk is asking questions that no one cares about what the answer is
Watching others conversation from your place against the wall
You should have something worth saying if you could only find a place in the bathroom stall
But remember when you come out don't you dare look inside the bathroom mirror
What is it what was it and does it even matter anymore
Hey, am I making any sense at all
Does anyone here speak English
Cuz everybody's acting like I'm crazy
Hey, is this thing on
And I must confess or maybe you've already guessed
The you is me I made up the rest
And don't you know sometimes I could just kill for a good conversation
Como eu gosto tanto de andar pela rua com calhamaços com títulos tipo "Optical Networks: A Pratical Perspective".
Até dá a impressão que sou uma grande estudante...

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Nunca mais!


quarta-feira, janeiro 26, 2005

Álbum do dia



Mais uma descoberta devido ao maravilhoso pessoal que escolhe as músicas dos anúncios. Desta vez foi graças à música usada no anúncio do Mitsubishi Colt, "The Switch".
Uma mistura de house, chill e um pouco de electrónica.

Histórias

Sinto-me presa dentro de mim própria. Sinto que não vivo, apenas vegeto no pequeno mundo que é o meu quarto.
Pego em papel, a página está em branco. Calmamente escolho canetas de várias cores. Olho de novo para a página, que tal começar pela caneta preta? Faço uns riscos, tudo muito perfeito e calculado até ao mais ínfimo pormenor. De seguida a caneta verde segue o mesmo caminho que a antecessora. Pego depois no corrector, gostava que as coisas fossem assim tão fáceis de apagar da memória. Lápis, um pouco de carvão fica sempre bem num desenho. Não gosto dos riscos feitos, com os meus dedos borro tudo.
Uma ideia atravessa-me, vou buscar uns tubos de guache mas primeiro uma garrafa de vinho e cigarros. Deito umas gotas do vinho no papel, o líquido escorre deixando marcas. Acendo um cigarro. Guache azul, sempre gostei de azul. Nem sequer diluo com água, ponho um pouco daquilo na folha e deixo as minhas mãos deslizarem ao longo do papel. Que se lixe se me vou sujar! Não pensar, fazer!
Seguinte, o guache vermelho, mais um pouco e misturo tudo numa fúria! Não me interessa se estou a desenhar algo com sentido ou não, o que importa é o acto de criar! Ponho a cinza do cigarro na folha e faço dela o meu cinzeiro. Prova dos meus vícios, a verdadeira obra de arte não está no papel, está nas minhas mãos sujas de vinho, cinza e guache. Olho para elas e vejo a minha liberdade com pinturas de guerra!
Deito-me no chão da sala e uma súbita vontade de rir explode dentro de mim, rir da Morte, da Vida, da dor, das lágrimas!
O cigarro continua a consumir-se por entre os meus dedos, o fumo sobe lentamente até desaparecer por completo. Pela primeira vez senti verdadeiramente o animal dentro de mim que teve de ser enjaulado.

Politiquices

Estou farta destes políticos de meia tigela!
Como podem eles se queixar que os portugueses já não os respeitam quando são eles próprios que não se dão ao respeito, usando insultos, golpes baixos e mais alguma coisa que se lembrem, para não falar do prometer e nunca fazer nada.
Quanto mais depressa a campanha eleitoral acabar melhor!

terça-feira, janeiro 25, 2005

Óscares

Aí estão as nomeações para a cerimónia deste ano, que se realiza dia 27 de Fevereiro. "The Aviator" lidera com 11 nomeações, entre elas a de melhor actriz secundária para Cate Blanchett.
Vou torcer para que ela ganhe. Ela já merece o prémio, principalmente depois de ter sido roubada, de forma escandalosa, do óscar pela Gwyneth Paltrow em 1999.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Pinturas



Henri de Toulouse-Lautrec
"Au Moulin-Rouge, vers 1892/1893"

Notícias

Ontem tinha visto na televisão o anúncio surpreendente de que a igreja espanhola aprovava finalmente o uso do preservativo. Engano. Eu a pensar que o espírito santo tinha iluminado aquelas mentes quando hoje leio no Renas e Veados que a igreja rectifica o seu porta-voz e volta ao discurso de condenação. Haja paciência!

Portishead is alive!

Boas novas! Os Portishead, depois de 8 anos, vão editar um álbum novo.

Notícias

"Aeróbica: O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, confessou num programa de rádio que faz exercícios no ginásio da sua residência em Downing Street, enquanto visualiza vídeos de Eric Prydz com imagens de aeróbica, em particular o Call on Me, que exibe grupos de mulheres em trajes «reveladores»."

Li isto no DN de ontem. Será que Tony Blair secretamente quer ser como o único homem no vídeo?
De qualquer modo, gosto da música mas não gosto nada do vídeo, aquele ar muito 80s e cores berrantes não fazem lá muito o meu estilo...

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Álbum do dia



!!! - "Louden Up Now"
Passado um mês ainda não me fartei deste álbum e a minha canção favorita está sempre a mudar.

Já agora para quem quiser fazer uma busca em google e afins ou noutros sítios é melhor procurar por chk chk chk em vez de !!!, porque senão não aparece nada.
Já fui buscar o meu pc à loja, liguei-o mas secretamente algo me dizia que ainda não era desta que a coisa ia ficar arranjada e não é que tinha razão!!
Já começo a ficar farta desta odisseia que já dura mais de um mês!
Parece que nada funciona como deve ser...

terça-feira, janeiro 18, 2005

Sem pc outra vez...

O meu pc lá foi outra vez a arranjar, desta vez é a ventoinha que tem de ser mudada. E com isto tudo já não vejo o meu querido pc à mais de uma semana. Só consigo sobreviver poque felizmente o leitor de DVDs da sala lê os meus mp3. Se tivesse ficado sem música, aí é que dava em doida sem o meu oxigénio!

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Álbum do dia



Um pouco de electrónica feita em França.
O álbum tem alguns momentos menos bons, para mim claro, mas o facto de ter uma das minhas músicas favoritas de sempre, "Breathe", e mais alguns momentos excelentes faz com que valha a pena ouvir o álbum.
Os Télépopmusik vão ter álbum novo editado para o mês que vem, "Angel Milk".

sábado, janeiro 08, 2005

Há uns dias atrás uma ideia surgiu-me, porque não ir até à Torre de Belém a pé e assim ter mais tempo para pensar e ver as coisas?

E pronto, lá fui eu.
Primeira paragem e início de viagem, Cais do Sodré.



A azáfama do costume. Pessoas a saírem e a entrarem no metro, pessoas a saírem e a entrarem para o comboio, pessoas a saírem e a entrarem no eléctrico. Pessoas que se juntam nos quiosques, "Era o Público e um maço de Marlboro, se faz favor!". Dois táxistas que se embrulham no dia-a-dia do seu clube de futebol, "Tás-me a ver isto?? O Trapattoni vai pôr o Paulo Almeida de início contra o Sporting!", "Epá, o gajo não percebe nada disto, era bom era o Camacho vir de novo!"

Continuo pela 24 de Julho. Carros, sempre muitos carros. Passo para o outro lado da linha de comboio, para mais perto do Tejo calmo que parece estar a aproveitar, no meio do frio, estes raios de sol. Chego às docas. Um homem com uma cana de pesca à espera de apanhar algo, uns que correm para manter a forma enquanto outros começam a sentar-se para o almoço.
Próxima paragem, Padrão dos Descobrimentos.



Um autocarro pára e dentro dele sai um grupo de japoneses. Não sei porquê mas gosto de ouvir falar em idiomas que não conheço. Ao aproximar-me do monumento passo por outro grupo de japoneses. O guia gesticula, aponta para as estátuas e o resto olha para cima com um ar fascinado. Quando tomamos as coisas por garantidas, a indiferença instala-se e esquecemos o valor do que temos.
Visitar a Torre de Belém, também conhecida por Torre de São Vicente, com turistas estrangeiros é algo refrescante. Eles olham para tudo e às vezes ficam maravilhados com pormenores que nós, portugueses, já nem ligamos.



Acho que aquilo contagiou-me. Ao subir as apertadíssimas escadas em caracol, imaginava que uma frota inimiga vinha aí e eu tinha de subir o mais depressa possível para avisar o comandante. Lisboa estava em perigo e tudo dependia de mim!
Sentei-me num banco ao pé de uma das janelas de um dos andares e pensei, enquanto sorria, que criancice! Mas afinal, não é muito melhor deixar-me levar pelo local e brincar do que passear pela torre e ver as coisas de um modo cínico e distante? Pelo menos é uma experiência mais recompensadora.

Saí para a varanda. Olhei para a imensidão do mar à minha frente e um desejo enorme cresceu dentro de mim, de viajar e conhecer novos mundos. De repente a Torre de Belém surgiu defronte de mim como uma porta mágica, uma passagem de Lisboa para o Mundo.




sexta-feira, janeiro 07, 2005

Boas notícias

Por 13 euros mensais

Madragoa Filmes cria passe para acesso ilimitado aos cinemas do grupo

A Madragoa Filmes vai criar no próximo mês um passe que permitirá ao espectador passar a visionar, por 13 euros mensais, os filmes que quiser nas salas daquele grupo, anunciou hoje Paulo Branco, responsável daquela produtora.

"É uma iniciativa nova em Portugal e que permitirá dinamizar as salas de cinema do grupo em Lisboa, Porto, Coimbra e no 'Freeport de Alcochete'", afirmou o produtor, citado pela Lusa.

Por um preço fixo mensal de 13 euros, o detentor do passe poderá assistir "sem limites" aos filmes que forem exibidos nas 77 salas dos 23 cinemas do grupo que engloba os cinemas Medeia e Millenium.

O cartão destina-se "aos que gostam de ver cinema e que têm dificuldades em multiplicar as idas ao cinema por questões financeiras", explicou Paulo Branco, adiantando que o passe estará disponível a partir de Fevereiro.

O produtor espera a adesão de 50 mil espectadores com esta iniciativa, inédita em Portugal, mas que já existe em outros países europeus, como França, onde o passe foi lançado "de forma espantosa".


Recebi pelo mail esta boa notícia. E vem a calhar, quando neste próximo mês vão estreiar pelo menos dois filmes que pretendo ver, "The Aviator" de Martin Scorsese e "Un Long Dimanche de Fiançailles" da mesma dupla de "Amélie Poulain", o realizador Jean-Pierre Jeunet e Audrey Tautou.
Gostava tanto de esquecer todos os meus medos...
Mas se não tivesse medo como é que eu poderia ser corajosa?

A rodar no Winamp



quarta-feira, janeiro 05, 2005

Finding Neverland



Apeteceu-me ir ao cinema, precisava de um pouco de magia e decidi-me por "Finding Neverland".
O filme conta como através do relacionamento com a família Davies, James Barrie criou a peça "Peter Pan". E de facto magia foi o que encontrei, o filme tem uma aura enorme que exala inocência. Johnny Depp está excelente no papel de Barrie, de resto ele já tinha interpretado tão brilhantemente a ingenuidade em "Edward Scissorhands" mas quem me surpreendeu foi Kate Winslet. Quando a vi em "Titanic" fiquei com a impressão de que ela seria uma grande actriz se conseguisse controlar a fortíssima presença que ela tem no ecran e o que aqui vi foi uma Kate Winslet segura do seu papel e mais madura a representar, definitivamente ela não ficará na história só pelo seu papel no filme de James Cameron.

Fui ao cinema para esquecer, para me distrair, e ao sair do cinema notei que uma frase do filme ecoava na minha mente: "Just believe."
Jantar de amigos.
Curioso como em 5 anos eles não mudaram nada, o mesmo brilho nos olhos quando falam de temas favoritos, o mesmo modo de reagir às coisas. Não resisto a sorrir, ao menos há algo no meu mundo que continua constante. Mas eu mudei e é nestas ocasiões que me apercebo o quanto.
Li algures, já não sei onde, que o objectivo da vida não era descobrirmos o Eu mas antes criarmos o Eu. Até há pouco tempo eu vivia com um Eu que tinha sido criado para mim por forças externas como a sociedade ou a família, eu apenas tive direito a escolher os acessórios. Só que o tempo chegou em que o meu passado, presente e esperanças de futuro se conjugaram para aniquilar esse Eu que me tinha sido atribuído por defeito. Aquele Eu não tinha nada a ver comigo e teve de morrer mas criarmos algo é tão mais difícil do que moldar algo que já exista. Sinto que qualquer coisa dentro de mim está a nascer, no entanto, como qualquer parto, a dor pode ser quase insuportável e o risco da morte total está sempre presente...

terça-feira, janeiro 04, 2005

Álbum do dia



Hoje, estou mesmo numa onda de jazz...
Só pelos primeiros acordes da faixa "Blue Train" já valia a pena ouvir este álbum.

Divas


Da esquerda, Holiday, Fitzgerald e Simone

Para mim há uma trio de cantoras que simbolizam o que de melhor tem o jazz vocal, Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Nina Simone.
Billie Holiday, nascida em 1915, teve uma vida difícil. A pobreza em que viveu era comum na comunidade negra no início do século XX, para não passar fome prostituiu-se, sendo mesmo presa até que a oportunidade de cantar surgiu nos clubes de jazz de Harlem (distrito de New York). Mas foi com "Strange Fruit", letra que fala sobre o linchamento de negros nos estados sulistas da América, que tornou-se verdadeiramente conhecida. No entanto, apesar da fama, foi sempre alvo de constantes ataques racistas, estava-se nos anos 30. O seu, cada vez maior, vicio em heroína e o alcoolismo fez com que nos anos 50 perdê-se o controlo da sua voz. Morreria em 1959. Na voz dela existia a dor, o sofrimento.
Ella Fitzgerald, 1917, partilhou da mesma pobreza, chegando mesmo a não ter onde morar. Também ela evidenciou-se em Harlem. Teve uma longa e gloriosa carreira de 58 anos merecendo o epíteto de First Lady of Song.
Ainda me lembro de pegar num disco de vynil, colocá-lo no gira-discos, seleccionar as 33 rotações, pôr a agulha de leitura sobre o disco e descobrir aquela voz, que continha uma orquestra inteira, a cantar "Summertime", esse dia nunca mais me saiu da memória.
Nina Simone apareceu uma geração depois, 1933. Sem dúvida ela beneficiou do caminho aberto a muito custo por Holiday e Fitzgerald. Estudou piano na prestigiada Juillaird School. Mas foi no auge dos anos 60, no meio da enorme luta pela igualdade da comunidade negra, que ela se distinguiu. "Mississippi Goddam" talvez seja a canção que ela compôs que mais ilustra a luta contra o racismo que Simone sempre travou. Mas ela não resistiu e saiu da América acabando por morrer em França em 2003.
Deste trio, Nina Simone, talvez se possa dizer que tenha uma voz inferior mas a sua perícia no piano, incríveis composições e o facto de pôr toda a sua alma nas canções faz com que seja uma das grandes divas.
Definitivamente para mim Holiday representa a dor, Fitzgerald o estilo e Simone a revolta.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

domingo, janeiro 02, 2005

The Lord of the Rings



Vi finalmente o DVD versão longa do "The Return of the King" e de facto esta trilogia é um feito incrível!
Desde a atenção dada aos detalhes de cada raça, de modo a diferenciá-las melhor, passando por actuações carismáticas de Viggo Mortensen, Ian McKellen, Cate Blanchett e companhia, a música poderosa, por vezes quase espiritual, de Howard Shore que eleva ainda mais esta experiência cinematográfica e claro a direcção de Peter Jackson. Todo o crédito deve ser dado a este neozelandês que fazia filmes gore. Depois de ver "Braindead" (deve ser o filme com mais sangue que já vi na minha vida) ainda estou para saber como houve doidos que deram milhões de dólares para ele fazer "The Lord of the Rings", mas ainda bem que isso aconteceu!
Só há algo me incomodou, o facto de as versões longas em DVD serem melhores do que as que sairam para os cinemas. No primeiro filme, "The Fellowship of the Ring", a diferença de qualidade não é tão notória mas nos filmes que se seguiram as cenas cortadas faziam uma grande diferença, dá a impressão que o que se viu no cinema era um trailer enorme para os DVD com versão longa.
Mas isso é apenas pormenores de como tirar os melhores dividendos financeiros dos filmes.

Álbum do dia



Lemon Jelly - "Lost Horizons"

Acho que se poderia classificar este álbum como downtempo mas isto há tantas categorias para definir a música que já nem sei, o que de facto sei é que não consigo ouvir "Spacewalk" e "Nice Weather For Ducks" sem sorrir.

PS. Vai sair um álbum novo dos Lemon Jelly no início deste ano, '64 - '95

sábado, janeiro 01, 2005

Jimi



Ok, manda o estereótipo que raparigas gostem de carteiras e malas mas a verdade é que eu quanto menos tiver de carregar melhor.
Por isso é que, quando andava a ver alguns sites, o JIMI me chamou a atenção. Dá para 4 cartões de crédito ou algo com as mesmas dimensões e notas. Ainda por cima é feito de materiais recicláveis.

Ano Novo, Winamp Skin Nova!