Há uns dias atrás uma ideia surgiu-me, porque não ir até à Torre de Belém a pé e assim ter mais tempo para pensar e ver as coisas?
E pronto, lá fui eu.
Primeira paragem e início de viagem, Cais do Sodré.
A azáfama do costume. Pessoas a saírem e a entrarem no metro, pessoas a saírem e a entrarem para o comboio, pessoas a saírem e a entrarem no eléctrico. Pessoas que se juntam nos quiosques, "Era o Público e um maço de Marlboro, se faz favor!". Dois táxistas que se embrulham no dia-a-dia do seu clube de futebol, "Tás-me a ver isto?? O Trapattoni vai pôr o Paulo Almeida de início contra o Sporting!", "Epá, o gajo não percebe nada disto, era bom era o Camacho vir de novo!"
Continuo pela 24 de Julho. Carros, sempre muitos carros. Passo para o outro lado da linha de comboio, para mais perto do Tejo calmo que parece estar a aproveitar, no meio do frio, estes raios de sol. Chego às docas. Um homem com uma cana de pesca à espera de apanhar algo, uns que correm para manter a forma enquanto outros começam a sentar-se para o almoço.
Próxima paragem, Padrão dos Descobrimentos.
Um autocarro pára e dentro dele sai um grupo de japoneses. Não sei porquê mas gosto de ouvir falar em idiomas que não conheço. Ao aproximar-me do monumento passo por outro grupo de japoneses. O guia gesticula, aponta para as estátuas e o resto olha para cima com um ar fascinado. Quando tomamos as coisas por garantidas, a indiferença instala-se e esquecemos o valor do que temos.
Visitar a Torre de Belém, também conhecida por Torre de São Vicente, com turistas estrangeiros é algo refrescante. Eles olham para tudo e às vezes ficam maravilhados com pormenores que nós, portugueses, já nem ligamos.
Acho que aquilo contagiou-me. Ao subir as apertadíssimas escadas em caracol, imaginava que uma frota inimiga vinha aí e eu tinha de subir o mais depressa possível para avisar o comandante. Lisboa estava em perigo e tudo dependia de mim!
Sentei-me num banco ao pé de uma das janelas de um dos andares e pensei, enquanto sorria, que criancice! Mas afinal, não é muito melhor deixar-me levar pelo local e brincar do que passear pela torre e ver as coisas de um modo cínico e distante? Pelo menos é uma experiência mais recompensadora.
Saí para a varanda. Olhei para a imensidão do mar à minha frente e um desejo enorme cresceu dentro de mim, de viajar e conhecer novos mundos. De repente a Torre de Belém surgiu defronte de mim como uma porta mágica, uma passagem de Lisboa para o Mundo.
E pronto, lá fui eu.
Primeira paragem e início de viagem, Cais do Sodré.
A azáfama do costume. Pessoas a saírem e a entrarem no metro, pessoas a saírem e a entrarem para o comboio, pessoas a saírem e a entrarem no eléctrico. Pessoas que se juntam nos quiosques, "Era o Público e um maço de Marlboro, se faz favor!". Dois táxistas que se embrulham no dia-a-dia do seu clube de futebol, "Tás-me a ver isto?? O Trapattoni vai pôr o Paulo Almeida de início contra o Sporting!", "Epá, o gajo não percebe nada disto, era bom era o Camacho vir de novo!"
Continuo pela 24 de Julho. Carros, sempre muitos carros. Passo para o outro lado da linha de comboio, para mais perto do Tejo calmo que parece estar a aproveitar, no meio do frio, estes raios de sol. Chego às docas. Um homem com uma cana de pesca à espera de apanhar algo, uns que correm para manter a forma enquanto outros começam a sentar-se para o almoço.
Próxima paragem, Padrão dos Descobrimentos.
Um autocarro pára e dentro dele sai um grupo de japoneses. Não sei porquê mas gosto de ouvir falar em idiomas que não conheço. Ao aproximar-me do monumento passo por outro grupo de japoneses. O guia gesticula, aponta para as estátuas e o resto olha para cima com um ar fascinado. Quando tomamos as coisas por garantidas, a indiferença instala-se e esquecemos o valor do que temos.
Visitar a Torre de Belém, também conhecida por Torre de São Vicente, com turistas estrangeiros é algo refrescante. Eles olham para tudo e às vezes ficam maravilhados com pormenores que nós, portugueses, já nem ligamos.
Acho que aquilo contagiou-me. Ao subir as apertadíssimas escadas em caracol, imaginava que uma frota inimiga vinha aí e eu tinha de subir o mais depressa possível para avisar o comandante. Lisboa estava em perigo e tudo dependia de mim!
Sentei-me num banco ao pé de uma das janelas de um dos andares e pensei, enquanto sorria, que criancice! Mas afinal, não é muito melhor deixar-me levar pelo local e brincar do que passear pela torre e ver as coisas de um modo cínico e distante? Pelo menos é uma experiência mais recompensadora.
Saí para a varanda. Olhei para a imensidão do mar à minha frente e um desejo enorme cresceu dentro de mim, de viajar e conhecer novos mundos. De repente a Torre de Belém surgiu defronte de mim como uma porta mágica, uma passagem de Lisboa para o Mundo.
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