domingo, março 27, 2005

Álbum do dia



The Arcade Fire
"Funeral"

Rainha apanhada com as cuecas em baixo!



Esta foto poderia ser uma primeira página de tablóides como o Daily Mirror ou o The Sun mas não, são fotos tiradas por Alison Jackson usando sósias, brincando com a nossa percepção de celebridade.

A sociedade cria estes ídolos, tornando-os como que seres superiores a nós, comuns mortais. Talvez seja por isso que existe esta obsessão por fotografias de momentos privados dos famosos. É um modo de fornecer provas da sua normalidade e ao mesmo tempo alimentar os nossos sonhos, assegurando-nos de que não é preciso ser-se sobre-humano para se atingir a fama.
O problema está quando esta obsessão ultrapassa os limites e se começa a desrespeitar o ser humano por detrás do ídolo.

quarta-feira, março 23, 2005

Histórias

- Será que a bruxa tá acordada, meu?
- Se não tá, vai passar a tar!
Uma pedra parte o vidro da janela. Ouve-se o barulho de gatos assustados mas mais nada dentro da casa de aspecto abandonado parece responder.
"Vamos embora, isto já não tem piada." diz o primeiro.

Ela abre a cortina velha e observa pela janela partida um grupo de rapazes que se afasta na escuridão da noite. Ela retira a mão e a cortina volta à sua posição inicial, aumentando as sombras da sala. A velha solitária permanece sentada num pequeno sofá azul, roto e sujo perto da janela. Um gato passa pelas suas pernas, "Que foi, Trot? Queres mimos, é?” diz ela enquanto afaga o animal carinhosamente. Ela conhece todos os gatos que alberga em sua casa, um pequeno rés-do-chão degradado. A todos deu nomes baseados nos livros do seu autor favorito, Charles Dickens.
O gato afasta-se, por momentos ela parece absorta nos seus pensamentos. De repente, pega numa pequena caixa de madeira, abre-a e contempla o seu conteúdo. Parte de uma folha com letras gregas escritas nela, um barco de papel com a mensagem “Lá vai 33% do grupo, agora valo 50%”, um pedaço de vela quase totalmente gasta. Memórias roubadas ao Tempo, de alturas felizes. Alturas em que não estava só, em que sentiu que pertencia. Amigos que desapareceram como por entre um nevoeiro, seguiram com a sua vida deixando-a presa a promessas quebradas.
Ela fecha a caixa e deixa a sua mão a descansar em cima da tampa. O conceito de tempo já não lhe diz algo. O relógio na parede parou há já muito tempo.
Toda a vizinhança diz que ela enlouqueceu, justificação fácil para catalogar quem se afastou das pessoas. Ela sabe o que os outros pensam dela. Afastou-se porque a proximidade feria, começou a odiar porque o seu amor foi traído.
Um gato sobe-lhe para o colo. Ela afasta a caixa e coloca-a em cima do parapeito da janela enquanto o animal se aninha. “Então, Agnes? Aqui está mais quente, não é.” sorri ela. Passa-lhe suavemente os dedos pelos pêlos da cabeça, ouve-se o ronronar do bicho. Ela desvia o seu olhar e pelo vidro partido vê o céu que já começa a clarear. Mais um dia que nasce.

terça-feira, março 22, 2005

Álbum do dia



Este álbum de Anthony Gonzalez (M83) parece ser o resultado de uma mistura dos Air com a sonoridade post-rock. Aliás, ao ouvir a primeira faixa,"Moonchild", fico com a impressão de que se o disco tivesse sido editado há dois anos aquela canção faria parte da banda sonora de "Lost in Translation".

domingo, março 20, 2005

Pseudocantores

Há pouco, durante o telejornal da rtp, tive o "prazer" de assistir ao Pedro Abrunhosa trucidar por completo essa música de Leonard Cohen que foi imortalizada por Jeff Buckley, "Hallelujah".
Foi tão mau, mas tão mau que eu quase que senti dores físicas resultantes de tamanha tortura!

Letras

Yann Tiersen
"Monochrome"

Anyway, i can try anything
it's the same circle
that leads to nowhere and i'm tired now.

anyway, i've lost my face,
my dignity, my look,
everything is gone
and i'm tired now.

but don't be scared,
i found a good job and i go to work
every day on my old bicycle you loved.

i'm pilling up some unread books under my bed
and i really think i'll never read again.

no concentration,
just a white disorder
everywhere around me,
you know i'm so tired now.

but don't worry
i often go to dinners and parties
with some old friends who care for me,
take me back home and stay.

monochrome floors, monochrome walls,
only abscence near me,
nothing but silence around me.
monochrome flat, monochrome life,
only abscence near me,
nothing but silence around me.

sometimes i search an event
or something to remember,
but i've really got nothing in mind.

sometimes i open the windows
and listen people walking in the down streets.
there is a life out there.

but don't be scared,
i found a good job and i go to work
every day on my old bicycle you loved.
anyway, i can try
anything it's the same circle
that leads to nowhere and i'm tired now.

anyway, i've lost my face,
my dignity, my look,
everything is gone
and i'm tired now.

but don't worry
i often go to dinners and parties
with some old friends who care for me,
take me back home and stay.

mochrome floors, monochrome walls,
only abscence near me,
nothing but silence around me.

monochrome flat,
monochrome life,
only abscence near me,
nothing but silence around me.

sexta-feira, março 18, 2005

Imagens - Sé de Lisboa



Eo
04 - 08 - 2004

quinta-feira, março 17, 2005

É na Moviflor!

Estou mesmo muito, muito triste! Será que já puseram o anúncio da Moviflor fora de circulação? Nunca mais o vi a dar no metro...
É incrível como aquele jingle punha-me sempre a rir, anúncio tipo videoclip dos O-zone com uma letra tão pegajosa como qualquer música pimba que se preze:

"Festa,
Festa,
É na Moviflor,
É na Moviflor,
É na Movi-Moviflor!"

A coisa é tão má que se torna engraçada. Pessoalmente acho um golpe publicitário de mestre. Se o primeiro anúncio da Super Bock Green era muito bom porque tinha excelentes elementos técnicos (fotografia, cenário, música), o da Moviflor é bom porque é extremamente kitsch e faz uso dessa característica da música pimba (letras que simplesmente não saem da cabeça) para atingir o objectivo da publicidade, fazer as pessoas notarem o produto. Falem mal ou falem bem, o que interessa é ser falado!

quarta-feira, março 16, 2005

Letras

A Naifa
"Música"

Como um raio a rasgar a vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma cidade secreta
a levantar-se do chão, como água, como pão

Como um instante único na vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma pétala dessa flor
a levantar-se do chão, como água, como pão,

Assim nasceste no meu olhar, assim te vi,
flor a florir desmedida, instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida,

Assim nasceste no meu olhar, assim te amei,
vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida

terça-feira, março 15, 2005

Álbum do dia



Ainda me lembro tão bem de como, na minha infância, conseguia passar tardes inteiras a ouvir o disco de 45 rotações, "Money, Money, Money". Ainda o tenho guardado à espera que eu tenha dinheiro para comprar um gira-discos todo fashion. Para além do "Money, Money, Money" também faziam parte da colecção de discos dos meus pais, "Fernando" e "Chiquitita". "Dancing Queen", "The Winner Takes It All" ou "Waterloo" passavam tantas vezes na rádio e na tv que nem era preciso ter o disco. Sem dúvida pode-se dizer que os ABBA são a banda sonora da minha infância.
Mais tarde, já na universidade, redescobri os ABBA, desta vez na forma destas pérolas: "Lay All Your Love On Me", "Voulez Vouz", "Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)" e "S.O.S.".

domingo, março 13, 2005

Uma questão de abertura de pernas



Hoje, quando li a revista Pública, vi um artigo que falava da sexualidade nas fotos de Terry Richardson para a campanha de primavera/verão da Sisley. A ilustrar o texto vinha algumas fotos da campanha e ao olhar para elas, só numa única foto senti essa sensação de porn-chic, a foto em que a modelo tem as pernas ostensivamente abertas. O facto de se estar com as pernas abertas confere à foto uma carga erótica enorme porque, apesar de estar vestida, é como se a modelo não tivesse nada a esconder sexualmente. É uma pose que provoca a moral conservadora que insiste em considerar o sexo como algo sujo e que deve ser escondido.
Isto fez-me pensar que talvez aja alguma relação entre o ângulo de abertura de pernas quando uma pessoa se senta e o modo como a pessoa encara o sexo. Neste sentido, sempre notei que os homens em geral abrem sempre muito mais as pernas do que seria o normal, e as mulheres, mesmo que não usem saia, têm a tendência para fechar as pernas. Será que isto é um reflexo inconsciente do modo como a sociedade permite maior liberdade sexual ao homem do que à mulher? Sou tentada a pensar que sim, até porque vejo cada vez mais mulheres que, ao sentarem-se, adoptam uma posição de pernas normal como que a revelar uma postural natural em relação ao sexo, sem medos ou complexos.
Esta evolução tem lógica no sentido em que até há algumas décadas atrás a sociedade machista não considerava possível (ou não tolerava) a mulher sentir prazer e realização numa relação sexual. Daí o facto de a mulher fechar mais as pernas numa atitude de pudor que seria mais bem vista pela comunidade. No entanto a partir dos anos 60, com a revolução sexual, a mulher começou a reivindicar o seu direito de igualdade sexual e o facto de cada vez mais ter uma abertura de pernas natural revela a emancipação sexual feminina.

Futebol & Futebol Lda

Para mim este foi um fim de semana cheio de futebol.
Sexta-feira, maratona de futsal no Técnico desde das 22.00 até às 5.00 da manhã, pelo meio ainda delirei com o relato do Porto 0-4 Nacional. Deitei-me às 6.00 para acordar às 10.00 e ir para Tomar jogar futsal à tarde durante 3 horas. Às 20.45, a hora sagrada de ver o glorioso ganhar, Mantoooooooorras! Hoje de manhã, para variar, aproveitamos para visitar o convento de Cristo, a famosa janela é mesmo uma bela visão. Depois do almoço, tempo de jogar um pouco de matraquilhos.
O mais curioso de tudo é que, apesar de algumas nódoas negras e de ter os músculos cansados, não me fartei de futebol e, agora já em casa, vou ver se o Sporting perde uns pontinhos.

PS. Ainda na Sexta-feira, enquanto fazia tempo para começar a maratona de futsal, fui um pouco à Fnac e assisti ao vivo aos EZ Special apresentarem o novo álbum. Fiquei agradavelmente surpreendida com as canções.
Não estava mesmo à espera de ter um fim de semana tão preenchido.

Imagens - Benfica

sexta-feira, março 11, 2005

Imagens - 11-M, um ano depois

quinta-feira, março 10, 2005

Álbum do dia



Depois de ficar deslumbrada com o novo álbum dos Antony and the Johnsons descobri outro álbum que me surpreendeu imenso, "Grab That Gun", de 5 meninas canadianas.
Quando ouvi o álbum, a primeira coisa que me veio à cabeça foi que esta era uma banda post-punk do início dos anos 80 que eu desconhecia, por vezes a sonoridade de algumas faixas fazem-me lembrar mesmo os The Smiths, mas "Grab That Gun" é de 2004 (parece que chega à Europa este ano).
Fiquei a conhecer as The Organ através do single "Brother", que para mim é simplesmente sensacional! Foi paixão à primeira audição e raramente tenho uma reacção assim tão forte.

quarta-feira, março 09, 2005

Memórias de uma finalista

username: L47***
password: ********

[ agent@doc ] ls -l
-rw-r--r-- L47*** agent 1980068 Mar 9 19:14 Missions.log
[ agent@doc ] Missions.log


[ local ] ::
Técnico, Lisboa 2001
[ time ] :: 15.15
[ mission ] :: Entregar o trabalho de Sinais e Sistemas até às 16.00

15.15 > Nada feito ainda do trabalho
15.18 > Depois de uma busca foi encontrado dois exemplares da resolução
15.22 > Comparação dos dois exemplares
15.28 > Início do copy / paste com as modificações necessárias para o prof não suspeitar
15.33 > Fim da primeira pergunta
15.34 > Extrema impaciência porque um colega tem a folha da segunda pergunta e entretanto eu não posso copiar
15.45 > Fim da segunda pergunta
15.53 > Fim da terceira pergunta
15.54 > Corrida desenfreada até ao elevador
15.56 > Chegada ao 5º andar da torre, onde fica o gabinete do prof
15.56 > Entrega do trabalho e sensação de alívio
15.57 > Descoberta de que a resolução da terceira pergunta tem erros
15.58 > Aproveitando a confusão de alunos a entregarem os trabalhos, eu e mais um amigo conseguimos tirar os nossos trabalhos da secretária do prof
15.58 > Corrida até chegar a um ponto do corredor longe da vista do prof
15.59 > Malas à reboleta, de joelhos e folha no chão emendamos o erro
16.00 > Nova corrida até ao gabinete do prof
16.00 > Entrega do trabalho corrigido
16.01 > 'Ufa! Safamo-nos mais uma vez!'

[agent@doc] logout

supersampler #2

terça-feira, março 08, 2005

Momento de doença clubista

Porquê? Porquê?
Porque é que o Benfica não consegue ganhar jogos com calma e à vontade? Com o Sporting para a taça foi o que foi, com o Beira-Mar aconteceu quase o mesmo e agora com o Nacional valeu aquela trave a segurar a vitória. O meu coração já não aguenta. Quando for a um cardiologista, já sei para que instituição devo mandar a conta do médico!

Álbum do dia



Antony and the Johnsons
"I am a Bird Now" (2005)

Primeira música, "Hope There's Someone".
Cliquei no play do winamp, já tinha ouvido falar bem da voz de Antony e estava com curiosidade de ouvir o seu novo álbum. Passados 5 segundos na música o som fez-me virar o olhar do ecrã do pc para as colunas da aparelhagem, aos 30 segundos estava completamente rendida!
A voz de Antony tem de facto um timbre único e as suas canções são como hinos religiosos dedicados às tragédias da vida.
Nesse sentido, não é mero acaso que a capa do álbum é uma famosa fotografia tirada por Peter Hujar da drag queen Candy Darling, uma das estrelas da factory de Andy Warhol, dias antes de morrer.

domingo, março 06, 2005

Curiosidades

Tempo seco dá choque.

A electricidade estática dos corpos que, por vezes, produz "choques eléctricos" quando duas pessoas se cumprimentam ou quando se toca num carro ou noutras superfícies metálicas, aumentou nos últimos dias devido ao ar muito seco.

in Metro de 4-3-05
Bernal Skipped Oscars in Banderas Performance Protest

Mexican actor Gael Garcia Bernal refused to attend Sunday's 77th Academy Awards - because Antonio Banderas replaced singer Jorge Drexler to perform at the ceremony. The Motorcycle Diaries star was horrified when he learned that Uruguay's Drexler wouldn't be able to perform his own "Al Otro Lado Del Rio" on the show "for commercial reasons" and was replaced by Banderas and Carlos Santana. But Bernal was thrilled when Drexler scooped an Oscar for the song and made a point of singing some of the song instead of making a speech. He says, "At the time his song is being honored, all a sudden, that's the moment he does not exist? It was impossible for me to be there as part of the film. I didn't want to pretend the song was not part of it; that would have been like an act of murder in the family. And secondly, the film and the song are about respecting people's identity."


Esta foi uma das inovações nos óscares deste ano que não percebi, não pôr os artistas originais a cantar as suas próprias canções. Se o cantor não pudesse estar presente, ainda conseguiria entender mas esse não era o caso.
Esta situação faz-me lembrar a questão das dobragens, coisa que detesto. Dizem que ajuda a fomentar a industria cinematográfica, que dá emprego aos actores no país autor da dobragem mas acho que isso nunca será razão suficiente para arruinar parte de uma interpretação. Eu considero a voz um elemento muito importante na composição de uma personagem e se retiram isso ao actor original estão a desrespeitar o seu trabalho.

Imagens - Naide Gomes

sexta-feira, março 04, 2005

Álbum do dia



Uma belíssima banda sonora com música original de Elliot Goldenthal e com participações de Lila Downs, Chavela Vargas e Caetano Veloso.
Elliot Goldenthal constrói temas que deixam as sonoridades mexicanas sobressair e a interpretação de "La Llorona" de Chavela Vargas é um dos pontos altos do filme.

Letras



Chavela Vargas
"La Llorona"


Todos me dicen el negro, llorona
Negro pero cariñoso.
Todos me dicen el negro, llorona
Negro pero cariñoso.

Yo soy como el chile verde, llorona
Picante pero sabroso.
Yo soy como el chile verde, llorona
Picante pero sabroso.

Ay de mi, llorona, llorona,
Llorona llévame al río.
Tápame con tu rebozo llorona
Porque me muero de frío.

Si porque te quiero quieres, llorona
Quieres que te quiera más.
Si ya te ha dado la vida llorona
Que más quieres, quieres más?

quinta-feira, março 03, 2005

E a Espanha mesmo aqui ao lado...

E a Espanha ganhou mais um óscar, desta vez para melhor filme estrangeiro.
Nós, aqui em Portugal, nem conseguimos conciliar o público com as produções nacionais quanto mais produzir um produto que esteja presente nos prémios mais importantes da crítica mundial. Será que temos menos qualidade do que outros países?
Em parte acho que sofremos dessa cultura pimba, onde o que interessa é que venda, não importa a qualidade. O problema é que o português cinéfilo quer qualidade ou pelo menos bom entretenimento, nunca menos do que isso, e, infelizmente, isso são dois ingredientes que raramente fazem parte de um filme português moderno. Depois, há uma enorme desorganização quando toca à cultura em Portugal. Os actores, acreditando no que diz uma amiga minha na área do teatro, não entram em consenso, formando uma frente unida e o governo também não dá os apoios necessários. Aqui pode surgir a acusação de que o governo só apoia filmes que não merecem, como foi o caso do polémico "Branca De Neve" de João César Monteiro. Eu sou da opinião de que se deve financiar a criatividade mesmo que depois o resultado não seja o melhor. Em arte, onde tudo é tão subjectivo, só a estagnação e o conformismo leva a lado nenhum.
A Espanha de há uns anos para cá delineou um plano, manteve-se fiel a ele e agora vemos os frutos desse projecto. Sem medo de enfrentar tabus, vemos o cinema espanhol focar temáticas polémicas como a homossexualidade, o travestismo, a religião ou a eutanásia e a sair triunfante. O cinema britânico enfrenta problemas de financiamento, mas isso não impede a realização de filmes com consciência social como "Secrets & Lies" ou "Vera Drake", ambos de Mike Leigh. Em França assistimos a uma onda de criatividade visual, presente, por exemplo, nos filmes de Jean Pierre Jeunet (odiado por alguns críticos franceses por sair fora da intelectualidade pura). E temos também o dinamarquês Lars von Trier com o seu mais recente filme, o brilhante e duríssimo "Dogville". Em todos estes exemplos existe uma constante, o não ter medo de arriscar.
A arte é intrinsecamente provocatória e em Portugal a última coisa que se quer fazer é provocar. Nestas condições como é que podemos ter uma indústria cinematográfica florescente?