Histórias
Sinto-me presa dentro de mim própria. Sinto que não vivo, apenas vegeto no pequeno mundo que é o meu quarto.
Pego em papel, a página está em branco. Calmamente escolho canetas de várias cores. Olho de novo para a página, que tal começar pela caneta preta? Faço uns riscos, tudo muito perfeito e calculado até ao mais ínfimo pormenor. De seguida a caneta verde segue o mesmo caminho que a antecessora. Pego depois no corrector, gostava que as coisas fossem assim tão fáceis de apagar da memória. Lápis, um pouco de carvão fica sempre bem num desenho. Não gosto dos riscos feitos, com os meus dedos borro tudo.
Uma ideia atravessa-me, vou buscar uns tubos de guache mas primeiro uma garrafa de vinho e cigarros. Deito umas gotas do vinho no papel, o líquido escorre deixando marcas. Acendo um cigarro. Guache azul, sempre gostei de azul. Nem sequer diluo com água, ponho um pouco daquilo na folha e deixo as minhas mãos deslizarem ao longo do papel. Que se lixe se me vou sujar! Não pensar, fazer!
Seguinte, o guache vermelho, mais um pouco e misturo tudo numa fúria! Não me interessa se estou a desenhar algo com sentido ou não, o que importa é o acto de criar! Ponho a cinza do cigarro na folha e faço dela o meu cinzeiro. Prova dos meus vícios, a verdadeira obra de arte não está no papel, está nas minhas mãos sujas de vinho, cinza e guache. Olho para elas e vejo a minha liberdade com pinturas de guerra!
Deito-me no chão da sala e uma súbita vontade de rir explode dentro de mim, rir da Morte, da Vida, da dor, das lágrimas!
O cigarro continua a consumir-se por entre os meus dedos, o fumo sobe lentamente até desaparecer por completo. Pela primeira vez senti verdadeiramente o animal dentro de mim que teve de ser enjaulado.
Pego em papel, a página está em branco. Calmamente escolho canetas de várias cores. Olho de novo para a página, que tal começar pela caneta preta? Faço uns riscos, tudo muito perfeito e calculado até ao mais ínfimo pormenor. De seguida a caneta verde segue o mesmo caminho que a antecessora. Pego depois no corrector, gostava que as coisas fossem assim tão fáceis de apagar da memória. Lápis, um pouco de carvão fica sempre bem num desenho. Não gosto dos riscos feitos, com os meus dedos borro tudo.
Uma ideia atravessa-me, vou buscar uns tubos de guache mas primeiro uma garrafa de vinho e cigarros. Deito umas gotas do vinho no papel, o líquido escorre deixando marcas. Acendo um cigarro. Guache azul, sempre gostei de azul. Nem sequer diluo com água, ponho um pouco daquilo na folha e deixo as minhas mãos deslizarem ao longo do papel. Que se lixe se me vou sujar! Não pensar, fazer!
Seguinte, o guache vermelho, mais um pouco e misturo tudo numa fúria! Não me interessa se estou a desenhar algo com sentido ou não, o que importa é o acto de criar! Ponho a cinza do cigarro na folha e faço dela o meu cinzeiro. Prova dos meus vícios, a verdadeira obra de arte não está no papel, está nas minhas mãos sujas de vinho, cinza e guache. Olho para elas e vejo a minha liberdade com pinturas de guerra!
Deito-me no chão da sala e uma súbita vontade de rir explode dentro de mim, rir da Morte, da Vida, da dor, das lágrimas!
O cigarro continua a consumir-se por entre os meus dedos, o fumo sobe lentamente até desaparecer por completo. Pela primeira vez senti verdadeiramente o animal dentro de mim que teve de ser enjaulado.
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