sábado, abril 30, 2005

Mourinho, o grande!



Cada vez que vejo este anúncio não resisto a rir.
Há quem o deteste, há quem o adore mas ninguém é indiferente a ele.
Já gostei dele (quando treinava o Benfica), já o detestei (quando treinava o Porto) e agora acho imensa piada ao modo como ele enfrenta os ingleses usando os mesmos argumentos que eles, arrogância e a noção de que estão todos contra ele.
No final, o que é certo é que a História é escrita com personalidades assim.

Álbum do dia



Para mim, Marlene Dietrich há-de ser sempre a face do cabaret berlinense e neste álbum encontramos os seus maiores êxitos.

País de brandos costumes...

Ia hoje no metro, quando à minha direita uma senhora branca de idade começou a reclamar com um homem negro porque este tinha atirado para o chão pequenos papéis que estavam no lugar em que ele se ia sentar. Até aqui nada de novo, já vi este episódio com diferentes personagens. O problema é que no banco à minha fente um homem branco, também já com alguma idade, aproveitou para entrar na discusão. As coisas azedaram-se e de repente insultos racistas básicos ouviram-se, "Isto é a minha terra! Posso dizer o que quiser!", "Vai lá para a tua terra!".
Enquanto a senhora de idade acalmava agora o homem negro, aproveitei para ver bem o homem que estava à minha frente, até tinha um bigode à Hitler! Quantas vezes manifestamo-nos contra os estereótipos porque são uma visão simplista da realidade e agora à minha frente tinha um perfeito cartoon de racista!

Dizemos que Portugal é um país de brandos costumes, mas é tudo fachada. Os portugueses, em geral, fazem tudo para evitar conflitos directos mas os ressentimentos e invejas encontram terreno fértil por detrás da fachada e crescem. Quando a altura certa aparece, é impressionante a quantidade irracional de ódio que conseguem destilar...

sexta-feira, abril 29, 2005



"We're creatures of the underworld, we can't afford to love."

"Moulin Rouge!" (2001)

quinta-feira, abril 28, 2005

E a montanha vem a Maomé!

Li no Disco Digital que os Franz Ferdinand vêm actuar dia 25 de Agosto no Freeport de Alcochete. Eu a pensar que nunca os veria ao vivo, pelo menos não nos tempos próximos e pimba! Eles vêm ter comigo!
Não vou desperdiçar esta hipótese, nem que eu tenha de acampar mas hei-de estar na primeira fila! Pronto, talvez esteja a exagerar um pouco com o acampar mas de certeza que não irei falhar este concerto.

quarta-feira, abril 27, 2005

Álbum do dia



Andava eu a passear pelo site da label Kompakt quando vi este CD. Nunca tinha ouvido falar de Triola mas gostei do nome e da capa e lá tratei de arranjar o álbum (em termos de música gosto muito de seguir o meu instinto).
A música de Triola cria ambientes electrónicos, nunca muito agrestes, onde o que conta é uma harmonia serena.

segunda-feira, abril 25, 2005

25 de Abril, sempre!



José Afonso

"Grândola Vila Morena"

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

Ai Benfica, que ainda me matas do coração!

domingo, abril 24, 2005

Ilusões de óptica

Só agora reparei que para se ver o nome da banda e o título do álbum na foto do post anterior é preciso estar afastado do ecrâ. Quanto mais afastado melhor!

Álbum do dia



Soulwax
"Any Minute Now (2004)"

Vindos da Bélgica, rock misturado com electrónica com resultados muito dançáveis. Mesmo como eu gosto.


P.S. - Depois da moda ser o revivalismo do post-punk (com os Interpol a encabeçarem esse movimento), será o rock dançável (exemplos como !!! e LCD Soundsystem) a nova tendência?!

IndieLisboa 2005 Poster



Sou só eu a achar ou o desenho no poster do IndieLisboa 2005 é mesmo excelente?

sábado, abril 23, 2005

IndieLisboa 2005 - "Infernal Affairs"



Sugeriram-me uma ida ao IndieLisboa e eu escolhi o filme "Infernal Affairs".
Um policial com Hong Kong em pano de fundo, que conta a história de dois infiltrados, um polícia dentro de uma tríade chinesa e um membro dessa mesma tríade dentro da polícia.
Aqui não há perseguições vertiginosas nem tiroteios infindáveis, antes é posto ênfase nos conflitos interiores das duas personagens, na sua procura por uma identidade. Gostei da fotografia e da enorme tensão em algumas cenas.
Para mim, dos últimos anos, este filme e o brilhante "L.A. Confidential" são os melhores exemplos de que o policial ainda resiste à banalização.

"Joga aberto na linha, Simão!"

O comboio que chega pintado de vermelho à Reboleira, os inúmeros carros que procuram lugar para estacionar. Pessoas que se aglomeram nos portões de entrada para o estádio enquanto outras compram à pressa mais um cachecol. Os bares mais próximos completamente cheios, uma bejeca para animar e um cigarro para os nervos. As claques preparam as bandeiras, à espera de serem desfraldadas muitas vezes durante o jogo.

Putos, velhos, mulheres, homens. Malta xunga e finórios nos seus fatos. Toda a sociedade num estádio de futebol. Quando olho à minha volta e vejo o entusiasmo não resisto a questionar, como é que um mero desporto consegue reunir todas estas pessoas diferentes? Mas então reparo que fiz a pergunta errada, não estamos ali por causa do desporto mas sim por causa do clube. Até podia ser um jogo de berlindes que se um jogador representasse o Benfica e o outro o Sporting de certeza que teriam direito a uma claque numerosa. Sendo assim, a verdadeira questão é, porque nos unimos por detrás de um clube de futebol? Porquê? Pode ser porque vivemos vidas assentes em rotinas e o clube de futebol pode ser um escape. Pode ser porque o ser humano tem inatamente o desejo de pertença, de se identificar com um grupo. Pode ser a esperança de que se o nosso clube for vencedor talvez nós, como adeptos, também o sejamos. Pode ser o facto de sabermos que amar um clube é seguro, ele não nos vai trair, não nos vai abandonar nem magoar, ele vai estar sempre ali na sua catedral.
Acho que nunca se poderá explicar este amor a um simbolo clubista porque simplesmente não se explica emoções. Numa bancada de estádio de futebol, se há coisa que não existe é racionalidade. O saltar de alegria quando a bola entra na baliza, o falar com desconhecidos que durante 90 minutos são como família, gritar indicações aos jogadores como bons treinadores de bancada, chorar se perdemos, chamar nomes aos adversários e principalmente aos árbitros é tudo emoção pura.
Enquanto o Nuno Gomes marca o seu segundo golo e eu estou de pé com o cachecol do Benfica a girar sobre a minha cabeça a gritar "Golo!", a última coisa que me passa pela cabeça é controlar-me.

Eu vou ao estádio porque quero sentir e não pensar, porque quero sentir-me entre milhares de pessoas que cantam a plenos pulmões, "Ninguém pára o Benfica! Ninguém pára o Benfica!". Eu vou ao estádio porque quero me sentir siderada por algo que me ultrapassa imensamente enquanto individual.

quarta-feira, abril 20, 2005

And the winner is...

... Joseph Ratzinger!



Estava a ler no Diário de Notícias online um artigo sobre o novo papa e o texto começava assim:

"Inteligente, frio, muito culto. Toca piano com algum talento, tem uma preferência pelas sonatas de Beethoven e pensou em jovem dedicar-se à pintura. Joseph Ratzinger, 78 anos, desde ontem o oitavo Sumo Pontífice germânico, é um teólogo brilhante desde a juventude, visto como rebelde nos anos 60, assumido guardião da fé mais conservador a partir da década de 80."

Aliás, o texto é todo muito elogioso (no DN também não estava à espera de outra coisa) e factos como tendo pertencido à juventude hitleriana e mais tarde ter-se alistado no exército do 3º reich são considerados meros pormenores.
Penso que esta directa ligação ao regime de Hitler não quer dizer algo em si, acredito que muitos alemães tenham feito o mesmo na altura, não por serem nazis, mas por causa de um forte sentido de dever para com o seu país, ou mesmo por obrigação. No entanto, quando juntamos estes factos à posição ultra-conservadora e a declarações como "A homossexualidade é uma depravação e uma ameaça à família e à estabilidade da sociedade" começo a achar que a Igreja está a entrar em completo desespero. Sim, porque a escolha de Ratzinger para papa revela um abandonar descarado da máscara de bondade e martirio que a Igreja tinha adoptado com João Paulo II, para assumir a verdadeira essência do pensamento dominante dentro da instituição, uma extrema-direita egocêntrica.

Mas no final de contas até estou contente, porque a Igreja arranjou coragem e saiu do armário. Agora, finalmente, vemos a sua verdadeira face.

terça-feira, abril 19, 2005

Imagens



Eo
17 - 4 - 2005

sexta-feira, abril 15, 2005

Les Mystérieuses Cités d'Or



Os meus desenhos animados favoritos, "As Misteriosas Cidades d'Ouro"!

A viagem de Esteban, no século 16, de Barcelona até ao novo mundo à descoberta das cidades d'ouro e assim descobrir o mistério por detrás do pedaço de medalhão que trás ao pescoço.

A série é uma produção franco-japonesa que data de 1983. A qualidade do desenho e cenários era elevada, no final de cada episódio tinhamos direito a um mini-documentário sobre as antigas civilizações sul-americanas mas, para mim, a verdadeira pérola era a banda sonora! Ainda me lembro de pegar no meu velho gravador de cassetes, encostá-lo ao altifalante da televisão e mandar calar os meus pais porque eu queria gravar a canção do genérico em perfeitas condições. Ainda tenho essa cassete.

Trio



Hoje (ontem) fui ver o espectáculo de dança "Trio" na culturgest.
Um palco despido de ornamentos, três intérpretes e nenhuma música de fundo.
Três posições são definidas e, enquanto são repetidas, os intérpretes movem-se harmoniosamente em conjunto no palco. Parece quase tudo mecânico.
O que mais gostei foi do facto de que, quando os intérpretes colidiam na realização das suas poses, eles entravam em movimentos frenéticos e descontrolados até conseguirem voltar às três poses fundamentais. Era como que se estivessem programados para aquelas poses e suas variações, a colisão das pessoas implicava algo desconhecido e inesperado, e a sua incapacidade de lidar com este acontecimento novo causava a reacção descontrolada.
Duas pessoas sairam a meio do espectáculo mas eu adorei.



P.S. - Logo depois de acabar a apresentação, graças a uma lagarta que maculou o meu telemóvel com essa palavra "sporting", soube que um leãozito tinha rugido para as bandas de Alvalade...

quarta-feira, abril 13, 2005

Imagens



Eo
28 - 4 - 2004

terça-feira, abril 12, 2005

Álbum do dia



Estive a ouvir o álbum de estreia dos ingleses Bloc Party e tornou-se já um dos meus álbuns preferidos de 2005.
Talvez lhe falte um single com poder para prender imediatamente a atenção de quem ouve, mas o que é certo é que, com várias audições do cd, os riffs de guitarra e as letras começam a entranhar-se. E como um todo, o álbum é extremamente sólido. Isto numa altura em que as lojas online, tipo itunes, onde se compra a faixa que se quer em vez do cd, ameaçam acabar com o conceito de álbum.

Ideias

Aproveitando o facto de já saber pôr música no blog, decidi, para acompanhar os meus posts de "álbum do dia", colocar no sidebar a minha faixa favorita de momento do álbum.
Assim, quem tiver curiosidade, pode ouvir uma amostra do cd em causa.

domingo, abril 10, 2005

Pergunta existencial

Qual o objectivo de se viver uma vida que é uma merda?

sexta-feira, abril 08, 2005

Imagens - Ingrid Bergman

Agenda LX

Hoje lá fui buscar a Agenda LX de Abril e de facto a revista está cada vez melhor.
Na edição deste mês achei muito interessante a secção Reportagem que tem por tema "Lisboa Revolucionária". É mostrado vários monumentos e um pouco da história por detrás da revolução que ela homenageia.

É tudo uma questão de sexo!

"O teu namorado olha para outras.
Não te ouve.
Então é uma questão de SEXO!"

E ainda há quem menospreze a revista Ragazza! Isto é a prova de que a dita revista é muito profunda, basta reparar nas influências freudianas neste título que vem na capa deste mês.

quinta-feira, abril 07, 2005

A rodar no winamp

quarta-feira, abril 06, 2005

O outro lado

Para a maioria das pessoas o CC Vasco da Gama é sinónimo de confusão e barulho mas quando a hora já é tardia e as pessoas começam a abandonar o centro comercial é como se vissemos a verdadeira alma do local. Os empregados que arrumam as últimas coisas e fecham depois a loja, os seguranças que colocam as fitas que irão guiar as pessoas que ainda estão no cinema para a saída. Enquanto vagueio pelos corredores vazios sinto uma sensação estranha, ser a única pessoa ali de um lado para o outro. Os manequins que olham-me mas que não me vêem são vigilantes silenciosos. Quando os fixo por algum tempo parece que estão prestes a mexerem-se, fazendo poses auto-confiantes de quem sabe que está vestido com o último grito da moda.

Sair do balneário e ver um pavilhão enorme, onde momentos antes se gritava e lutava por uma vitória, completamente às escuras e vazio causa realmente impacto. Enfim, não há mais nada a fazer do que seguir pelos caminhos do complexo do estádio universitário iluminados pelos candeeiros.
Mas as estátuas estão sempre lá, elas são as únicas testemunhas da minha presença.

domingo, abril 03, 2005

Eo wins by 30-20!



Quando jogamos um jogo online e são sempre as mesmas pessoas a ganhar, começamos a pensar que de facto eles são imbatíveis, isto apesar de eu ter o handicap da minha ligação por cabo de vez em quando não se dar lá muito bem com jogos online.
Ontem, o duelo realizou-se em pé de igualdade (em termos da ligação de internet) e surpresa das surpresas! Eu dominei o imbatível DireWolf! Fez tão bem ao meu ego. :D

Nota mental a retirar: tentar nunca duvidar das minhas capacidades. Às vezes os outros ganham sempre, não porque sejam melhores do que nós mas porque têm melhores condições.

sábado, abril 02, 2005

Imagens - HMS Victory



HMS Victory, o navio do Almirante Nelson, durante a maior batalha naval de todos os tempos, Trafalgar (1805).

Álbum do dia



Não consigo resistir a um bom álbum de punk rock!
Gosto de todo o CD mas "Black Tongue", "Maps" e "Y-Control" têm um lugar cativo nas minhas playlists.

sexta-feira, abril 01, 2005

Criancices

Quando era criança, nas minhas brincadeiras nunca era a princesa presa numa torre à espera que um principe num cavalo branco me viesse salvar. Eu é que era o herói das minhas aventuras. Eu é que pegava numa espada (régua de 50 cm) e saltava por muros (sofá), rastejava por entre ruínas (por baixo da cama dos meus pais) e depois ia enfrentar o grande vilão (o meu maior urso de peluche). Era uma luta titânica! Com um golpe de pontapé dele a minha espada voava para longe do meu alcance mas eu conseguia manter a calma, eu não podia perder esta batalha, o mundo dependia de mim! Num forte ataque eu lançava-me contra ele, no entanto, sorrateiramente, o vilão sacava de um punhal (régua de 15 cm) e feria-me na barriga. A ferida era profunda e eu caía sobre o meu joelho. A luta parecia perdida e o vilão regozijava-se. Então, juntando todas as minhas forças eu conseguia retirar o punhal do meu corpo e num golpe derradeiro enfiava a lâmina da arma no seu coração. O vilão estava morto e eu tinha vencido mas as minhas forças fugiam-me. Eu ia morrer do meu ferimento mas sentia que tinha cumprido o meu dever. Em troca da minha vida o mundo tinha sido salvo.

E a pergunta do dia é...

Afinal, já morreu?