quinta-feira, setembro 30, 2004

Álbum do dia



Este é o único álbum dos Sex Pistols mas que importância ele tem na cena musical britânica senão mesmo na mundial. Singles como "God Save the Queen" e "Anarchy in the U.K." despoletaram uma autêntica revolução num Reino Unido prestes a entrar na era Thatcher.
Não se pode dizer que os Sex Pistols fossem muito dotados musicalmente, à excepção do baixista Glen Matlock, no entanto conseguiram fazer explodir os sentimentos de uma geração desiludida com a cena social britânica e deram origem a bandas como os míticos Joy Division, Siouxsie and the Banshees e Bauhaus (considerados por muitos os pais do rock gótico).

quarta-feira, setembro 29, 2004

Lost In Translation

Estava muito bem a ver TV quando de repente vejo este novo anúncio do Calvin Klein e a rapariga que entrava nele me pareceu terrivelmente familiar... então lembrei-me, Scarlett Johansson!

Ela e Bill Murray foram os actores principais de um dos meus filmes favoritos do ano passado, Lost In Translation.
Lost In Translation é daqueles filmes que mostram que não é necessário grandes explosões ou batalhas para se ter um bom filme, às vezes basta retratar a normalidade com aqueles pormenores que nos escapam mas que no fundo são o que dão o significado à vida. A história é do mais simples possível, duas pessoas deslocadas numa cidade estranha que se sentem atraídas uma pela outra por causa da solidão que sentem, no entanto a simplicidade com que é contada é a sua força.
Outras razões que fazem este filme tão cool são a fotografia, mostrando uma Tokyo em pleno turbilhão nocturno ou a serenidade de Kyoto, e a música usada onde temos My Bloody Valentine, Peaches, Death In Vegas e Air com o excelente "Alone in Kyoto".


domingo, setembro 26, 2004

Vozes - Beth Gibbons



Desde dos tempos dos Portishead, Beth Gibbons sempre me intrigou.
Por entre o trip-hop noir do grupo, sobrepondo-se aos sons electrónicos, estava sempre aquela voz cantando solidão e depressão. Depois há esta aura de mistério à volta dela, quase nunca dá entrevistas, vive na sua quinta em Inglaterra donde raramente sai (os vocals de cada canção dos Portishead eram gravados num estúdio que ela tem na quinta e que depois mandava para os restantes membros da banda), ao contrário de muitas cantoras no mercado ela aparece sempre vestida como qualquer pessoa no dia a dia, muito natural e depois sempre a nicotina. No concerto gravado dos Portishead em Roseland, New York, por entre canções, o ritual de acender um cigarro com o fumo a elevar-se e a rodeá-la. Mesmo a cantar o vicio é mais forte e durante letras melancólicas vê-se o cigarro a consumir-se lentamente por entre os seus dedos. Depois de se expressar tão profundamente pelas melodias do grupo aquela modéstia, quase timidez no final do concerto.
Definitivamente Beth Gibbons não é mais uma cantora, ela é diferente. Nota-se que o que importa para ela é a música e não o espalhafato promocional à volta dela.

Corto Maltese

O Público publica amanhã mais um volume da colecção Corto Maltese de Hugo Pratt.
Infelizmente já perdi o publicado a semana passada, vou ver se tenho a sorte de encontrar perdido em alguma papelaria o primeiro volume de "A Balada do Mar Salgado".




sábado, setembro 25, 2004

Álbum do dia



Após muita insistência de um amigo meu (Fred és um chato!) lá ouvi finalmente o novo álbum de Rodrigo Leão e não me arrependi!
As composições são muito boas mas a participação de artistas conceituados dá-lhe um sabor especial. Definitivamente Rodrigo Leão não se perdeu ao sair dos Madredeus, ele encontrou-se.
É impressão minha ou a música portuguesa está a ficar em boa forma?

sexta-feira, setembro 24, 2004

Bora tomar um café?



A instituição social que era o five o'clock tea acabou-se. Agora é at any hour coffee.
Quer seja para aguentarmos o dia depois de uma noite mal dormida, pelo sabor, para faltar a uma aula ou apenas para socializar, o café tomou um lugar de destaque na nossa vida. Até em termos estéticos uma chávena de café pode ser extremamente fotogénica.
Bora tomar um cafézinho?

Crime e Castigo

Foi com surpresa que ouvi nas notícias que a Joana, a rapariga de Figueira que tinha desaparecido, tinha sido alegadamente morta pela própria mãe e o tio.
Ainda há poucos dias atrás a mãe apareceu em vários programas de tv a mostrar-se consternada porque a filha tinha desaparecido e a querer saber do seu paradeiro. A provar-se verdadeira a culpa da mãe, isto faz-me pensar, como é possível pessoas cometerem homicídio e depois falarem aos meios de comunicação com uma calma aparente enorme? Será que são pessoas intrinsecamente más, com valores corrompidos ou simplesmente não têm consciência dos seus actos?

Tenho ouvido pessoas na rua falarem que estas pessoas merecem a pena de morte, que toda a gente que mata devia morrer. Penso que um castigo assim tão grande não deve ser atribuído levianamente e depois a justiça é cega e poderá haver casos em que se condene inocentes. E não é só isso, ainda há a questão de que não será possível homicidas redimirem-se?
Ainda há pouco tempo li "Crime e Castigo" de Dostoyevsky. No livro a personagem principal comete homicídio premeditado mas a consciência é mais forte e ele vive num inferno pessoal até atingir a redenção. Eu sei que não passa de um livro mas a situação pode acontecer. No entanto se a redenção é possível como saber então os que valem a pena serem salvos da pena de morte e os que não? E será que a responsabilidade de decidir entre a vida e a morte de outrém deve recair noutro ser humano? Não se estará a perpétuar, de modo indirecto, o crime de matar?
Nunca passei pela situação de ter uma pessoa querida assassinada, se tivesse talvez fosse totalmente a favor da pena de morte mas se queremos que o ciclo de violência e morte acabe isso tem de começar por algum lado e que melhor sítio do que nós próprios?

quarta-feira, setembro 22, 2004

Absolut Art

Não sei porquê mas algo me deu para ir visitar o site da Absolut Vodka. Talvez porque não dispenso, numa ida a um bar, um vodka com laranja ou porque há não sei o quê na garrafa da Absolut que me atrai. O que é certo é que lá entrei e depois de clicar num Yes para afirmar que tenho idade para beber álcool encontrei um site que junta na perfeição o bem de consumo com a arte, Pop art foi logo o que me ocorreu. No entanto ao continuar a minha visita pela página reparei que isto não era por mero acaso mas intencional e tem denominação, Absolut Art.



Tudo começou em 1985 com esta obra de Andy Warhol e nunca mais parou. Desde então a Absolut Vodka tem encomendado trabalhos a artistas não só em pintura como em várias formas de arte, o único requisito é a garrafa estar incluída na obra.
Mas até a própria garrafa da Absolut não foi escolhida por mero acaso. Foram considerados mais de 20 diferentes desenhos antes de finalmente se decidirem pelo formato de uma garrafa medicinal tradicional sueca.
Quanto ao resto do site da companhia acrescento também o facto de ter muitas receitas para bebidas que envolvem a vodka com pequenos vídeos a exemplificar.

Em resumo uma coisa posso afirmar, estes suecos não brincam em serviço!




terça-feira, setembro 21, 2004

Álbum do dia





Godspeed You! Black Emperor - "f#a# (infinity symbol)"

Inseridos na corrente post-rock, os álbuns desta banda podem assustar com as suas faixas de mais de 15 min, algumas chegando aos 30 min. Mas para quem tem paciência a recompensa é excelente!
A fórmula dos Godspeed You! Black Emperor consiste em juntar os instrumentos musicais de uma banda rock normal e adicionar-lhe um violino e violoncelo e criar música instrumental que nos traz à mente imagens apocalípticas. Em algumas faixas temos monológos que só reforçam o ambiente negro do álbum. No entanto o poder da música dos Godspeed reside no facto de que não se limitam a criar uma atmosfera musical, cada faixa se desenvolve num crescendo que demora o seu tempo mas que por fim liberta-se numa violenta explosão sonora.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Eu amo o Darth Vader!

Ontem estive a rever na sic o filme "The Empire Strikes Back" e duas ideias assolaram-me...

1º Porque é que o George Lucas tinha de fazer as prequelas?! Porquê? A primeira trilogia estava perfeita porquê estragar a série "Star Wars"? Alguém me consegue explicar o que se passou na cabeça daquele senhor?

2º Darth Vader é um dos melhores vilões de sempre do cinema! "Star Wars" não seria a mesma se ele não tivesse sido criado. Aliás, eu acho que esse é um dos grandes problemas das prequelas, não têm um vilão com mística suficiente para fazer esquecer Darth Vader.
Desde aquele capacete inconfundível e fato todo de negro até à voz inesquecível de James Earl Jones há algo que prende por completo a nossa atenção. Talvez seja porque o lado negro da Força é muito sedutor ou se calhar é porque Darth Vader é a personagem mais completa da série. Em "A New Hope" ele é o mau da fita sem escrúpulos. Em "The Empire Strikes Back" é-nos revelado que ele é o pai de Luke, humanizando-o e de certa forma atiçando a nossa curiosidade, como é que ele se transformou de Anakin Skywalker em Darth Vader? E por fim "Return Of The Jedi" com a redenção final da personagem numa das minhas sequências cinematográficas preferidas. Em todas as outras personagens nada muda muito, as que são boas continuam boas, as que são más continuam más. A única que se desenvolve é Darth Vader.
E é por esta única razão que quero ver o capítulo final das prequelas, voltar a rever Darth Vader mais a sua respiração profunda.






Darth Vader : The circle is now complete. When I met you I was but the learner. Now, *I* am the master.

sábado, setembro 18, 2004

"Versos" de Amália Rodrigues

Estou a ler o livro “Versos” de Amália Rodrigues e nunca me passou pela cabeça que fados míticos como “Estranha Forma de Vida”, “Lágrima”, “Grito” ou até o “Ó Gente da Minha Terra” fossem da sua autoria.
Divagando um pouco, será esta a forma subtil do destino passar a coroa à futura rainha do Fado? O “Ó Gente da Minha Terra” apesar de ter sido escrito por Amália esta nunca o cantou, foi Mariza que o imortalizou…
Regressando ao livro, compreendo agora mais do que nunca o porquê de Amália ser o ícone do Fado. Não é só o facto de ter uma voz sublime mas também porque ela sentia verdadeiramente o que cantava. Nestes versos escritos por ela nota-se na recorrência aos temas de solidão, tristeza e a existência do Destino do qual não se pode fugir que Amália não cantava o Fado, ela vivia o Fado! E por isso ela será sempre a figura cimeira desta forma de música, ela que internacionalizou o Fado, que juntamente com a música de Alain Oulman cometeu o sacrilégio de cantar os grandes poetas portugueses, ela que na sua voz continha a alma de Portugal.

Hoje é com um pouco de vergonha que digo que quando era mais nova não gostava de Fado. Achava aquilo velho, sem mais nada para dizer do que um mero conjunto de lamentos e Amália mais um nome no panorama musical. Mas uns anos se passaram, algumas coisas se modificaram na minha vida e de repente percebi a verdade e beleza única contidas no Fado.
Já Amália dizia que "só depois da maturidade se pode cantar o fado", talvez também só depois de alguma maturidade se pode compreender o fado.

quinta-feira, setembro 16, 2004

O outro lado da Blue Note Records



Para além da música gravada há algo mais que nos prende a atenção nos grandes clássicos gravados para a companhia, as fotografias expressivas que compõem as capas dos álbuns. Magia capturada num instante de tempo pela lente de Francis Wolff.
Ele que imigrou da sua Alemanha natal para os Estados Unidos em vésperas da segunda guerra mundial para se juntar a Alfred Lion, fundador da Blue Note, em 1939. Aquando da altura da sua morte, em 1971, tinha tirado cerca de 30000 fotografias, testemunhos visuais de todas as sessões gravadas até àquela data.

Nas fotografias em cima, à esquerda temos Herbie Hancock e à direita John Coltrane.

Álbum do dia



O novo álbum do italiano Nicola Conte, desta vez a gravar para a lendária label de jazz norte-americana Blue Note.
Com uma sonoridade cheia de influências italianas e com a bossa nova sempre presente este vai ser com certeza um dos álbuns que mais companhia me vai fazer durante as longas e frias noite de Outono/Inverno que se aproximam.

quarta-feira, setembro 15, 2004

Televendas em horário nobre JÁ!

Acho que seguramente as televendas dos CDs "The Peace and Love Generation" pertence ao top 10 dos melhores programas que passam nos canais de sinal aberto em Portugal.
Claro está que como qualquer bom produto televisivo só passa depois das 4h da manhã. Nunca é de mais reclamar para que programas tão bons como este passe em horário nobre! Já fizeram o mesmo com outras séries da produtora televendas, nomeadamente "Oldies", "Best of the 80s" e mais outros e agora temos de assistir ao crime de ouvir as canções abaixo indicadas, entre outras, a estas horas impróprias!
Televendas em horário nobre JÁ!


The Lovin' Spoonful ------- "Summer In The City"
Mamas & Papas ----------- "California Dreamin'"
Thunderclap Newman --- "Something In The Air"
Scott Mckenzie -------------- "San Francisco"
Joni Mitchell ----------------- "Woodstock"

terça-feira, setembro 14, 2004

Eu confesso...

... eu tenho uma tara enorme por quizzes e afins! Sejam sobre QI, personalidade, astrologia ou até que parte da tragédia grega sou eu, vale tudo!

Sejamos sinceros, para quê passarmos noites em claro a pesquisar a nossa alma à procura da resposta para a pergunta quem somos? quando temos estes fabulosos questionários com imagens e tudo ao alcance de um simples click de rato??


Álbum do dia




Krautrock é um estilo musical que apareceu em finais dos anos 60 e prolongou-se pelos anos 70 na Alemanha. É uma mistura de rock, rock instrumental e electrónica com influências psicadélicas.
De resto só mesmo ouvindo este álbum é que se consegue acreditar como uma canção que tem por letra "Daddy take a banana, tomorrow is Sunday!" pode ser excelente...

segunda-feira, setembro 13, 2004

Pop Up

Cada vez gosto mais deste programa oferecido pelo canal 2: (só podia ser!). Não é só por ser o único da televisão portuguesa orientado para a cultura urbana mas também pela qualidade do grafismo com que os blocos são tratados, adaptando-se ao tema em questão. Outro aspecto que sinceramente adoro (eu era capaz de ver o Pop Up só por causa disto) é o facto de no final de cada bloco aparecer nos créditos as músicas usadas. Quantas vezes estou eu a ver o Pop Up de papel e caneta na mão para apontar o nome das canções para depois investigar mais afundo as bandas.
Eu diria que este programa não é só sobre cultura mas é ele também um objecto de cultura urbana.


Pop Up semanalmente aos Domingos às 21h30 na 2:

sábado, setembro 11, 2004

Álbum do dia




Já tinha este álbum há algum tempo mas nunca prestei-lhe atenção. Como ultimamente tenho andado numa onda musical britânica muito anos 80 decidi pegar-lhe e posso dizer que não me arrependo nada! As letras de Morrissey juntamente com a música de Johnny Marr oferecem algumas das melhores canções que já ouvi, especialmente "There Is a Light That Never Goes Out", a minha mais recente obsessão.



The Smiths
"There Is a Light That Never Goes Out"

Take me out tonight
Where there's music and there's people
And they're young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
Anymore

Take me out tonight
Because I want to see people and I
Want to see life
Driving in your car
Oh, please don't drop me home
Because it's not my home, it's their
Home, and I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Take me out tonight
Take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought Oh God, my chance has come at last
(But then a strange fear gripped me and I Just couldn't ask)

Take me out tonight
Oh, take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, da ...
Oh, I haven't got one

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine

Oh, There Is A Light And It Never Goes Out
There Is A Light And It Never Goes Out
There Is A Light And It Never Goes Out
There Is A Light And It Never Goes Out
There Is A Light And It Never Goes Out

Finalmente em casa!

Depois de um dia árduo chego finalmente a casa.

Ponho as chaves no chaveiro, tiro o casaco. Vou até ao meu quarto e tiro os sapatos. Talvez devesse comer qualquer coisa mas não agora. Entro na sala e sento-me no sofá. O que é que me apetece fazer? Ler um livro ou ouvir um CD? Ver um filme ou deixar simplesmente os meus pensamentos divagarem? Talvez ligar o PC e navegar pela Internet. Não sei, logo se vê. O que me interessa agora é que estou refastelada no sofá...