sexta-feira, dezembro 31, 2004

Álbuns do ano

Bom, já vi muitas listas de melhores ou favoritos do ano de 2004 e aqui vai a minha lista de álbuns (e afins), editados este ano, que ouvi e gostei.

álbuns ::..
lali puna - "faking the books"
pj harvey - "uh huh her"
interpol - "antics"
franz ferdinand - "franz ferdinand"
mando diao - "bring 'em in"
razorlight - "up all night"
!!! - "louden up now"
cocorosie - "la maison de mon reve"
the killers - "hot fuss"

singles ::..
hope of the states - "me ves y sufres"
franz ferdinand - "this fire"*
razorlight - "up all night"*
modest mouse - "float on"
the killers - "mr brightside"*
keane - "everybodys changing"
interpol - "NARC"
kings of convenience - "misread"
patty smith - "cartwheels"
joss stone - "you had me"
!!! - "hello? is this thing on?"*

prémios especiais ::..
-> álbum português que me surpreendeu
bullet - "torch songs for secret agents"

-> música pirosa que hei-de recordar para sempre com carinho
nelly furtado - "força"

-> hão de receber uma conta do meu médico por danos físicos provocados por tanto abanar a cabeça
the hives - "tyrannosaurus hives"

* gosto de mais singles da mesma banda mas este é o meu favorito de momento

Excentricidades...

Através do blog do Resistente Existencial descobri e estive a ler o texto "Notes On Camp" de Susan Sontag.

E consegui dar um nome àquilo que eu considerava uma excentricidade minha, gostar de ouvir Godspeed You! Black Emperor, John Coltrane ou o Requiem de Mozart e depois passar para Kylie Minogue, o meu gosto pelo campy.

"Camp asserts that good taste is not simply good taste; that there exists, indeed, a good taste of bad taste. (Genet talks about this in Our Lady of the Flowers.) The discovery of the good taste of bad taste can be very liberating. The man who insists on high and serious pleasures is depriving himself of pleasure; he continually restricts what he can enjoy;"

quinta-feira, dezembro 30, 2004

De novo o comediante Bush

Acham que seriam capazes duma tarefa quase impossível?

Testem a vossa tenacidade e já agora contribuam para o bem do mundo, Give Bush a Brain Game.

quarta-feira, dezembro 29, 2004



Porque nunca é demais recordar um dos grandes Homens que nasceram neste país, Aristides de Sousa Mendes (1885-1954).
Durante a segunda guerra mundial salvou milhares de pessoas com os visas que passou enquanto cônsul português em Bordéus, desobedecendo a ordens de Salazar. A retribuição do governo ditatorial foi deixá-lo na maior pobreza, sem ter sequer a consolação de ver o seu nome inscrito na história portuguesa.
Em 1967, o estado de Israel concedeu, a título póstumo, a Aristides de Sousa Mendes uma das suas mais altas distinções, uma medalha com a inscrição do Talmude "Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro". Após este reconhecimento por um estado estrangeiro, o governo português procedeu à reabilitação oficial de Aristides de Sousa Mendes só em 1998.


Cate Blanchett a fazer de Katharine Hepburn.
A minha actriz favorita a representar uma das actrizes que mais me fascinam, até parece um sonho! Mas é realidade graças ao novo filme de Martin Scorsese, "The Aviator". Filme que poderá ser um dos mais fortes concorrentes aos óscares.

Álbum do dia



Siouxsie And The Banshees - "Juju" (1981)
Post punk com pitadas de rock gótico.
Mais uma banda icónica que apareceu na onda provocada pelos Sex Pistols.
Curiosamente, encontrei recentemente a Siouxsie no último álbum dos Basement Jaxx com a canção "Cish Cash". Um registo diferente mas com a mesma energia.
"Eu arrependo-me por que senão EU vou parar ao inferno" em vez de "eu arrependo-me porque magoei o OUTRO".
Com o conceito de inferno, tão querido à igreja católica, até o arrependimento é egoísta.
Estou farta de ver pessoas que fazem mal a outras e depois vão à igreja para pedir perdão a Deus, essas pessoas deviam era pedir perdão a quem magoaram.

Mas o facto de estas coisas cada vez me revoltarem mais tem uma razão, perdi a fé na igreja católica há muito e começo a desacreditar na existência de deus.
Quantas noites passei eu a perguntar a deus porque é que estas coisas me aconteciam, se eu nunca tinha feito mal a estas pessoas porque é que elas me magoavam e ele nunca me respondeu. A única voz que ouvi, que me fez levantar cada vez que caí, que tratou de tentar sarar as minhas feridas o melhor que sabia era a minha. Tentei encontrar deus mas quem encontrei foi eu.
Cada vez acredito mais que não foi deus quem nos criou mas sim nós que criamos ele. Da nossa necessidade de termos um pai/mãe que olhe por nós, que tome conta de nós, da dor insuportável da solidão criámos este conceito de uma entidade invisível que nos acompanha. Nesse sentido não tenho nada contra o conceito de deus, mas num mundo onde a dor, abandono e tristeza é tão grande este conceito tornou-se uma arma perigosa nas mãos erradas. Pessoas com carências grandes agarram-se à primeira pessoa que lhes dê a mão e não veem, ou nao querem ver, os motivos que, por vezes, se escondem por detrás de tanto "altruísmo".
Não, eu não acredito em deus. Nós fazemos parte da natureza e como tal pertencemos a este ciclo, nascer, viver e morrer, não há mais nada para além disto. Não podemos fazer nada quanto ao nascer e morrer mas temos o poder de decidir como vamos viver e cabe unicamente a nós decidir se cedemos à facilidade da violência, ódio e intolerância ou antes elevámo-nos de modo a atingirmos a paz dentro de nós e com os outros.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Álbum do dia



O primeiro álbum de uma banda britânica que descobri, mais uma vez, graças aos anúncios de TV. Neste caso a canção mais conhecida deve ser "The Leavers Dance" que serve de banda sonora ao spot publicitário da Optimus 3G.
Adoro citações! E nada melhor para explicar o porquê do que usar uma citação:

"I love quotations because it is a joy to find thoughts one might have, beautifully expressed with much authority by someone recognized wiser than oneself."

Marlene Dietrich
"Most people do not pray; they only beg."

"No man ever believes that the Bible means what it says: He is always convinced that it says what he means."

"The only man who behaved sensibly was my tailor; he took my measurement anew every time he saw me, while all the rest went on with their old measurements and expected them to fit me."

"Why should we take advice on sex from the pope? If he knows anything about it, he shouldn't!"


Algumas pérolas de George Bernard Shaw

domingo, dezembro 26, 2004

Exposições

"Into the Light - A Imagem Projectada na Arte Americana de 1964 a 1977" no CCB



Foi o nome de Andy Warhol que me atraiu para ver esta exposição. No entanto, das obras que lá estavam a única que transformou a minha visita em algo memorável foi "Line Describing a Cone" de Anthony McCall (foto).
A cada obra está atribuída uma sala, mas para ver esta de Anthony McCall havia primeiro um corredor mal iluminado e pensei se era suposto eu andar ali, se aquilo não seria algo vedado ao visitante. Quando cheguei ao fim do corredor vi uma cortina negra que dava para uma sala aparentemente escura, puxei a cortina e lá dentro vi um projector e um feixe de luz.
Quantas vezes, no cinema, eu já tinha ficado hipnotisada por aquele feixe mágico que desce do céu para se projectar na tela. Mas uma ida ao cinema é feita para se apreciar o que se reflecte não o meio de transmissão ou o projector.
Nesta obra começa-se por ver um ponto na parede que se vai transformando num círculo. Dentro da sala é criado uma espécie de névoa artificial que faz com que o feixe de luz se torne visível. O círculo que se desenha, a reflexão, é o que menos importa, o que interessa é o feixe e o modo como ele ocupa o espaço da galeria, desenhando um cone de luz. E foi isso que me fascinou! O facto da obra clamar para interagirmos com ela. Entrar no cone de luz, sentir a luz tocar-nos, passar ao de leve os dedos pela luz, deixando um rasto de sombra. Era como se o espaço físico da sala tivesse sido modificado e de repente não houvesse paredes, apenas aquele objecto cónico no qual poderiamos entrar ou tocar.
Foi de facto uma experiência única e que valeu muito mais que o dinheiro que dei pelo bilhete.

sábado, dezembro 25, 2004

A prenda que gostava de receber este natal e que não vou ter seria o livro "Lisboa no Cais da Saudade 1954-1974" fotos de Eduardo Gageiro.
O que salta das folhas deste livro é uma Lisboa repleta de beleza, nostalgia e mistério. É a Lisboa do Fado, do futebol, de paixões.
Inacreditável como as cores de Lisboa são tão fortes que, apesar de fotografada em preto e branco, se conseguem fazer sentir.

Pecados de natal



Já se sabe que nesta altura a variedade de tentações culinárias (a.k.a. bombas calóricas) é enorme mas este ano este é o meu maior pecado, salame de chocolate. Simplesmente não consigo resistir!

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Álbum do dia



O meu álbum favorito dos Garbage.
Ainda estou para saber como é que eles puderam pôr de parte a canção "#1 Crush" do primeiro álbum deles. Se não fosse o filme "Romeo + Juliet" de Baz Luhrmann, provavelmente, nunca ouviríamos esta pérola.
"Por princípio o instinto de rebanho tem por elevado o que é mediano. Louva-o, considerando-o valioso. Pensam que são fortes, porque constituem a maioria. Na camada intermédia não há sobressaltos, não há medo. Apertam-se uns contra o outros, por causa da ilusão de calor. Na mediania, com nada se fica só, muito menos consigo próprio. E como ainda ficam contentes com isso! Nada na sua existência lhes dá azo a uma repreensão e ninguém poderia repreendê-los na sua existência."

Elfriede Jelinek in "A Pianista"


"Shackleton" foi mais uma série de qualidade que passou a horas demasiado tardias na RTP.
É a história de uma expedição ao pólo sul conduzida por Sir Ernest Shackleton que corre mal. Quando o navio "Endurance" fica preso no gelo, 28 homens têm de lutar pela sobrevivência num dos climas mais agrestes à face da terra.
A fotografia, aproveitando a brancura do gelo, é linda e Kenneth Branagh, como sempre, não falha no seu personagem.
Esta semana apeteceu-me perder por Lisboa, resolvi caminhar e seguir o meu instinto.
Comecei no Técnico, passei pelo Saldanha e desci até ao Marquês de Pombal. Próxima paragem Amoreiras, tinha de ir buscar o resultado de um exame médico para a minha mãe e lá fui eu. O facto de ir sempre a pé fez-me reparar mais nas coisas e de facto as obras do túnel do Marquês tornaram aquela parte de Lisboa impossível. Obras por todo o lado, buracos e barulho, por vezes conseguia mesmo sentir o pó a ser inalado por mim.
Depois de fazer o favor à minha mãe, o resto do caminho era por minha conta e risco. Tomei a Rua das Amoreiras e vi o arco homónimo, fui ter ao Largo do Rato. Príncipe Real ou Estrela? Já conhecia o Príncipe Real, vamos para a Estrela! No Jardim da Estrela, a imagem de marca desta cidade, buracos e mais obras! No entanto ver aquele pequeno lago com pardais, pombos, cisnes e patos a conviverem fez-me sentir calma. Árvores com folhas amarelas a caírem a contrastarem com outras árvores onde o verde ainda domina e o sol a brilhar. Ah, se eu tivesse a minha máquina fotográfica comigo! Contornei a Basílica da Estrela e fui pela Av. Infante Santo. Quando chego quase ao fim da avenida, vejo a ponte 25 de Abril e um "oops!" solta-se. Não tinha noção que já tinha caminhado tanto. Perdida nos meus pensamentos e a conhecer melhor esta Lisboa nem dei pelo tempo e espaço passarem.
Próximo destino: Calçada da Pampulha até Santos. Pelo caminho descobri o museu de arte antiga, as embaixadas da Austrália e Luxemburgo.
Olhei para o relógio, já era horas de voltar. 24 de Julho e por fim, Cais do Sodré.
Quando me sentei finalmente no metro, senti uma sensação enorme de alívio. O cansaço de tanto caminhar fazia-se notar mas no meio do cansaço não resisti a desenhar um sorriso no meu rosto. Aquele passeio tinha-me feito tão bem. Andar sem rumo, sem ligar a horas ou horários, ter liberdade de decidir o meu caminho.
Por 3 horas eu tinha sido totalmente livre.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Prenda de Natal

E pronto! Já tenho computador melhorado se bem que ainda haja umas arestas a limar.
Já posso voltar ao meus vícios do costume! YES!

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Comida indiana



Porque gosto de chicken korma, porque gosto de sabores picantes e intensos e porque adoro fotos sugestivas de comida, afinal de contas os olhos também comem...

domingo, dezembro 19, 2004

Álbum do dia



Nada melhor do que um pouco de pop electrónica num tom calmo para banda sonora deste dia cinzento.

A saga continua...

Sim, ainda continuo sem o meu querido serviço de netvisão.
Afinal o problema não é do cable modem mas do pc, e eis então que num inesperado plot twist, este natal, vou ter como prenda um melhoramente do pc, vou passar de um 400 MHz + 192 MB de ram para um 2.6 GHz + 512 MB de ram!
Oh, que chatice...

Notícias musicais

Morreu hoje Renata Tebaldi, uma das melhores sopranos de sempre e considerada a grande rival de Maria Callas.

Entretanto, PJ Harvey anunciou que nunca mais actuará ao vivo. Em resumo, nunca mais terei oportunidade de finalmente a ver em concerto... O que vale é que os artistas têm manias e pode ser que ela reconsidere.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Álbum do dia



"In The Flat Field" dos Bauhaus, considerados por muitos como os pais do rock gótico.
Mais uma banda que saiu do período de ouro da música britânica de finais de anos 70, inícios de anos 80. Com influências punk notórias mas com ambientes músicais muito mais densos e negros.
Cá continuo sem ligação internet de banda larga. Resolvi pôr a trabalhar o meu velhinho modem de 56 kb. Já sentia saudades dos barulhos que aquilo faz quando se liga à rede e também do tempo imenso para aceder às páginas.
Já liguei para o apoio a clientes da cabovisão e depois de ter de aturar mais de 10 minutos de espera (ao menos a música melhorou, agora até tive direito a Vangelis mais o seu "Chariots of Fire"!) e três operadores diferentes a tentarem-me impingir "soluções" lá consegui que esta sexta-feira venha cá alguém reparar o cable modem. A ver se fica tudo a funcionar como deve ser..

terça-feira, dezembro 07, 2004

Ontem ia na rua e ouvi gritos. À medida que me ia aproximando vi uma mulher com o casaco em desalinho a gritar repetidamente: "Chamem a polícia!". Ao lado um homem que a segurava pelo braço.
De repente o homem põe-se a gozar com a mulher, imitando-a. "Chamem a polícia!" dizia ele em tom de escárnio.
O que fazer?
O homem puxa-a com certa violência e obriga-a a atravessar a rua. Passam em frente ao ministério da saúde. A mulher grita de novo para chamarem a polícia, o segurança do ministério limita-se a observar, aliás, toda a gente limita-se a observar.
O que fazer?
Não tenho net em casa! Acho que o cable modem tem um problema qualquer, lá vou eu ter que telefonar para o serviço de apoio a clientes... Mas em resumo, eu sem net sinto-me incompleta. Nunca pensei que estivesse tão dependente disto...

domingo, dezembro 05, 2004

Álbum do dia



Bem, continuando pela península escandinava, agora foi a vez de descobrir os noruegueses Kings of Convenience. Passei dias com a canção "Misread" na cabeça.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Dory: How about we play a game?
Marlin: Alright.
Dory: Okay, I'm thinking of something orange, and it's small...
Marlin: It's me.
Dory: Right!
[Later]
Dory: I'm thinking of something orange and small...
Marlin: Me again.
Dory: Alright, Mr. Smartypants...
[Later]
Dory: ...It's orange and small, and has stripes...
Marlin: Me, and the next one - just a guess - me.
Dory: Okay, that's just scary.

"Finding Nemo" (2003)

Imagens - Montgomery Clift

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Ontem à noite, ao ver televisão, tive vários dilemas: ver Meryl Streep ou ver Meryl Streep? Ver homos ou ver homos? Ver algo de excelente qualidade ou ver algo de qualidade excelente? Em resumo, ver "The Hours" ou ver "Angels in America"?

Optei pelo "The Hours", o brilhantismo de "Angels in America" ainda está muito fresco na minha memória e depois era só um episódio que não revia.

Cada vez que vejo o filme mais gosto dele, encontro sempre mais pormenores que me deliciam. Para mim, este é um filme sobre três mulheres que se encontram numa encruzilhada devido à dor que sentem. Da decisão que tomarem agora depende todo o futuro delas e cada uma escolhe um caminho diferente. A personagem de Nicole Kidman escolhe a morte, Julianne Moore escolhe renascer e Meryl Streep decide finalmente cortar com o passado e viver o presente.
Depois de ter visto "The Hours" no cinema, um amigo meu perguntou se tinha percebido porque é que a Laura Brown (Julianne Moore) queria se suicidar. Achei estranho a pergunta porque para mim a razão era tão evidente. Ela sente-se presa num mundo onde ela é inútil. No dia em que o marido faz anos, é ele próprio que compra as flores. Quando Laura vai fazer o bolo e quer ensinar algumas coisas ao filho, este já as sabe. Ela é amada pelo marido e pelo filho mas aquela vida familiar perfeita não passa de uma redoma de vidro que a protege da Vida, e é isso que ela precisa, sentir a Vida pulsar dentro de si com toda a sua violência.
"You cannot find peace by avoiding life, Leonard." Diz Virginia Woolf na minha cena favorita, a da estação de comboios. No caso de Virginia é a solidão que provoca a imunodeficiência que permite os seus fantasmas devorarem a sua alma.
Os beijos são outro pormenor que acho extremamente interessante. Neste ponto, penso que há uma distinção entre os beijos de Virginia e Laura em comparação com o beijo de Clarissa. Virginia beija a irmã porque quer quase como sugar um pouco da vida da irmã. Laura beija a vizinha porque quer oferecer vida e apoio. A presença, em ambas as cenas, de crianças simboliza a não sexualidade destes momentos. Durante o beijo de Clarissa a Sally não há crianças, aqui o beijo é de amor/paixão, de alguém que parou de pensar na felicidade e decide finalmente vivê-la.
É por todos estes detalhes, e mais alguns, que acho este filme muito rico.

Virginia Woolf: "Dear Leonard, To look life in the face, always, to look life in the face, and to know it for what it is. At last to know it, to love it, for what it is, and then, to put it away. Leonard, always the years between us, always the years, always the love, always... the hours..."

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Ídolo s. m.,

figura, estátua ou imagem que representa uma divindade e que é objecto de adoração;
pessoa a quem se tributa muito respeito e veneração;
aquilo que é objecto de adoração, de paixão cega.

Detesto a cultura de massificação de ídolos que agora parece estar tanto na moda.
De resto eu detesto tudo que implique paixão cega por algo, especialmente por pessoas. Penso que isto só leva a fanatismos e por consequência a um extremar de posições quando se encontra alguém com opinião, gosto ou sei lá mais o quê que seja contrário ao nosso.
Eu não tenho ídolos. Há figuras históricas e públicas que me fascinam, que conseguem incendiar o meu imaginário mas não nutro nenhuma paixão cega por elas. Não existe ninguém perfeito e cada pessoa tem as suas idiossincrasias.
E depois, agora parece que qualquer pessoa que tenha os seus 15 minutos de fama de forma mediática vira ídolo instantâneo. Irrita-me a vulgarização de termos como ídolo ou diva. Nos tempos que correm uma Avril Lavigne ou uma Britney Spears é considerada uma diva. Divas do quê? Não são cantoras notáveis! Estão a colocá-las no mesmo saco que Nina Simone, Ella Fitzgerald ou Maria Callas. Mulheres que tinham um talento enorme e personalidades vincadas para o bem ou para o mal.

Eu não quero ídolos fabricados, supostamente perfeitos e inatingíveis quero pessoas reais e complexas, são bem mais interessantes.

Álbum do dia



Excelente exemplo de rock made in Sweden.
Mais uma descoberta que fiz devido à minha curiosidade para saber de quem era a música que aparece no anúncio de tv da sony cybershot.
E ainda dizem que a televisão nos torna estúpidos e narrow minded, temos é de ser selectivos e questionar aquilo que vemos.
Amália Rodrigues
"Que Deus me Perdoe"

Se a minha alma fechada
Se pudesse mostrar,
E o que eu sofro calada
Se pudesse contar,
Toda a gente veria
Quanto sou desgraçada
Quanto finjo alegria
Quanto choro a cantar...

Que Deus me perdoe
Se é crime ou pecado
Mas eu sou assim
E fugindo ao fado,
Fugia de mim.
Cantando dou brado
E nada me dói
Se é pois um pecado
Ter amor ao fado
Que Deus me perdoe.


Quanto canto não penso
No que a vida é de má,
Nem sequer me pertenço,
Nem o mal se me dá.
Chego a querer a verdade
E a sonhar - sonho imenso -
Que tudo é felicidade
E tristeza não há.