Pedaços

"Se queres ter uma vida agradável deixa de preocupar-te com ela! Nenhum objecto dá bem estar ao seu possuidor senão quando este está preparado para ficar sem ele;"

Séneca in "Cartas a Lucílio"

Dia cinéfilo

Ontem sem ter planeado acabei por ir ao cinema duas vezes.
Após ter feito aquilo que queria à tarde em Lisboa não me apetecia ir para casa. Olhei para a minha agenda e vi que ontem às 16h45 passava na Culturgest o documentário da Maria de Medeiros, "Je t'aime... moi non plus" sobre a relação entre os críticos e os realizadores de cinema. Não tinha mais nada para fazer portanto lá fui e não me arrependi, o documentário foi excelente. Mostrou na perfeição o mundo cinematográfico, desde a sua beleza, passando por momentos cómicos e também a hipocrisia que pode existir. Mereceu inteiramente a salva de palmas que recebeu no final.
Quando depois já ia apanhar o autocarro para casa, umas amigas perguntaram-me se queria ir ver "Os diários de motocicleta" de Walter Salles. Pensei cá para mim, fixe!, e lá fui eu outra vez. Viagem pela América do Sul, com paisagens magníficas como pano de fundo e cena fundamental, quando Guevara, que está a trabalhar como voluntário num hospital para leprosos, decide atravessar a nado o Amazonas que divide a margem onde vive o corpo médico da margem onde estão os doentes. É a metáfora perfeita para esta viagem que Guevara empreendeu, é o Ernesto que atravessa o rio da vida para se tornar "Che".

Rocco Buttiglione desiste da candidatura a comissário europeu

Notícia para ser lida ao som de "(I'm Gonna) Kick You Out" dos Caesars:

"I'm gonna kick you out and let the sunshine in
Kick you out and let the sunshine in"

A.I.M.W.

A.I.M.W. - Awe-Induced Movie Weeping

Definição:
Doença cinéfila que recebeu o seu nome de Girl With a Movie Camera. Caracteriza-se pelo escape de uma ou duas lágrimas cada vez que o doente vê um filme/cena excelente e/ou que o realizador de cinema dentro de nós gostaria de ter feito.

Jogos

Galinhas assassinas estão a tentar invadir o nosso querido planeta! Tempo de ser o herói do dia!

Dias...

Ontem fiz anos, a hora 19h45.
Passei esse momento a fazer um relatório, à pressa, mais os meus colegas para acabar às 20h, porque era a essa hora que o centro de impressão fechava. Não é uma boa maneira de se comemorar a ocasião mas não seria nada de mais se no meio do meu stress, a passar aquilo para o computador, o meu telemóvel não parasse de tocar!!
Sim, primeiro um amigo meu que também estava a fazer o mesmo relatório estava com problemas e queria saber se podiamos ajudar. Lá tive de parar de teclar e dizer-lhe que não dava porque nós também ainda não tinhamos acabado e ainda por cima tinhamos aldrabado essa parte. Ok, telefonema resolvido, voltei para o pc. Mal começo a teclar toca-me outra vez o telemóvel. Quem seria agora?? Não conhecia o número mas atendi. Do outro lado era a minha prima a fingir um sotaque qualquer (ainda não consegui identificar de onde...) e a dar-me os parabéns sem nunca dizer que era ela. Ela desligou e eu pensei só falta 30 min para as 20h e ainda tinha tanto para fazer! Toca-me outra vez o Nokia. Era, de novo, a minha prima a dizer que tinha sido ela a telefonar antes, como se eu já não soubesse, primeiro porque conheci-lhe a voz e segundo porque estava a ouvir a minha outra prima a rir ao fundo. Mas pronto, toca de voltar ao trabalho com os nervos a aumentarem. Às 19h45 em ponto, o metódico do Alexandre, manda-me uma sms a dar-me os parabéns, a chamar-me Donna Corleone e a perguntar se eu tinha recebido muitas "caixas de violinos" e sacas de cimento. Não me perguntem porquê mas sou conhecida no meu grupo de malta do IST como mafiosa... eu, que sou uma santa!! Já estava quase a acabar o relatório, quando de novo o telemóvel! Arghhhh! (eu juro que já estava a começar a ficar irritada com a música do Star Wars do meu toque...) Agora era a minha mãe a perguntar se eu ia tarde para casa. Enfim... acabamos por não acabar o trabalho a tempo de imprimi-lo lá no IST e um dos meu colegas lá foi para casa imprimir o relatório para depois voltar ao técnico para entregá-lo, coitado e ele que estava com uma dor de cabeça... Mas pronto, quando ia no autocarro para casa, já mais calma, pensei que afinal aquilo até tinha tido a sua piada.
Cheguei entretanto a casa, assim que abri a porta senti o cheiro de bolo. O meu pai beijou-me e deu-me logo os parabéns, eu finalmente podia descansar.

Álbum do dia

Para se imaginar num bar rodeado de fumo de cigarros que ardem e de uma garrafa de whiskey para afogar as mágoas enquanto lá fora chove.
O álbum que me fez render a Tom Waits.

Imagens - Katharine Hepburn

Hora da caminha...

... sim, porque estou com uma enorme constipação! Já agora alguém me explica porque é que por mais que nos assoemos continuamos sempre com o nariz entupido??
Bem, de qualquer modo vou mas é beber uma bela caneca de leite quente e depois, vale dos lençois aqui vou eu!

Álbum do dia

Umas das melhores cantoras da actualidade a cantar alguns dos grandes temas de Kurt Weill, desde o seu período de cabaret berlinense até às produções de Broadway.
Antes de ouvir este álbum não fazia a mínima ideia de que Kurt Weill era o autor, juntamente com Bertolt Brecht, de "Mack the Knife" (no original, "Die Moritat Von Mackie Messer").

John Peel: 1939 - 2004

John Peel morreu hoje. O DJ com mais tempo de serviço na BBC foi um dos grandes impulsionadores de algumas das melhores bandas britânicas e não só. As gravações efectuadas por bandas para o seu programa de rádio, The Peel Sessions, são lendárias. Ele esteve sempre na vanguarda, quando todas as pessoas pensavam que o movimento punk dos finais dos anos 70 em Inglaterra não seria mais do que uma moda passageira, John Peel tornou-se o seu "champion". Ele foi também a primeira pessoa a passar na rádio o álbum "Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos The Beatles.

Built to be lonely
to love the absent

Find me
Free me
from this

corrosive doubt
futile despair

horror in repose

I can fill my space
fill my time
but nothing can fill this void in my heart

The vital need for which I would die

Sarah Kane in "4.48 Psychosis"

Páginas em branco

Comprei um bloco de notas. Não sei porquê mas algo me fascina nos blocos de notas, talvez seja porque ponho-me a imaginar escrever naquelas folhas algo de sublime. Mas assim que chego à primeira página e pego numa caneta paro. Um medo apodera-se de mim. Tenho medo de estragar a perfeição de uma página em branco. Uma página em branco permite sonhar, permite criar todo um universo de mundos perfeitos. Mas assim que escrevo algo nela é como se sujasse de realidade a sua pureza imaginária ou se calhar é porque simplesmente não consigo gostar de nada do que eu faça e antes prefira sonhar nas páginas em branco com aquilo que eu poderia ter sido...

Imagens - Romy Schneider

Músicas de anúncios

Não sei porquê mas a música do anúncio do Peugeot 407 SW chamou-me a atenção e depois de muita pesquisa (abençoado Google!) lá consegui identificar a música, Caesars - "Kick You Out".

Pedaços

"Does anybody want to take me on
Does anybody want to hear the things i have to say
I fear today
Does anybody want to see me cry
If i'm the only one i'd rather die"

Archive - "Meon"

Álbum do dia

Uma excelente banda sonora para uma das melhores mini-séries jamais feitas para TV.

Prior Walter : "This disease will be the end of many of us, but not nearly all. And the dead will be commemorated, and we'll struggle on with the living, and we are not going away. We won't die secret deaths anymore. The world only spins forward. We will be citizens. The time has come."

Imagens - James Dean

O novo Superman

A produção do novo filme do Superman parece que está no bom caminho para chegar às salas de cinema. Depois de ter garantido Bryan Singer (X-Men, The Usual Suspects) como realizador, apareceu no imdb a notícia (ainda não confirmada oficialmente) de que Brandon Routh terá a difícil tarefa de tentar fazer esquecer Christopher Reeve como o homem de aço.

Chutos e pontapés

Quem me conhece facilmente garantirá que sou fanática pelo Benfica, no entanto tudo o que ocorreu esta semana e depois do jogo de ontem deixa-me triste.
Detesto estas picardias e polémicas, o futebol deveria ser um jogo que existe apenas dentro das quatro linhas mas em Portugal não passa tudo de uma peixeirada. Dirigentes que falam muito mais do que deviam, árbitros que fazem constantemente os mesmos "erros" e jornais sedentos de confusão e se houver sangue tanto melhor para as vendas aumentarem.
A atitude de Luís Felipe Vieira não me agradou nada. Ele parece determinado a fazer o mesmo jogo de provocações e insulto barato que Pinto da Costa introduziu no futebol português. O Benfica é melhor do que isto, não pode descer ao nível dos dirigentes do Porto. Lá por o Porto ter requisitado os bilhetes depois do prazo legal não justifica que os dirigentes do Benfica resolvam fazer birra e não enviem os bilhetes. Isto foi toda uma situação inútil, não acrecentou nada de bom e só fez inflamar ainda mais as paixões já exaltadas. Eu sei que há que defender as posições e os interesses do Benfica mas não haverá uma forma melhor de o conseguir?
Quanto ao jogo não o vi. Não tenho sportv (já não basta o balúrdio que se paga por um bilhete ainda temos de pagar extra para ver na tv jogos mal jogados?) e também não me apetecia ouvir o relato na rádio (porque é que a TSF tem de pôr sempre aquela música irritante a 5 minutos dos 90?). Queria alhear-me desta situação toda mas não consegui. O meu coração está sempre a sofrer pelo Benfica. Vi depois o resumo, estava à espera que ao menos dentro das quatro linhas as coisas fossem leais mas estava-me a esquecer que isto é Portugal e jogo sem roubos descarados não é jogo...



Imagem retirada de Terceiro Anel

Álbum do dia

Janis Joplin no seu melhor, no último álbum antes de morrer de uma overdose de heroína aos 27 anos.

Páginas em branco

Parte I

São 6h00 da manhã.
Acabei de tomar o pequeno-almoço, visto o casaco e saio da casa. Desço as escadas e abro a porta do prédio. Sinto o frio a beijar-me a face, puxo a gola do casaco para cima à espera do reconfortante calor. Não vejo ninguém e a escuridão ainda toma conta das ruas. Lá começa mais um dia. Na paragem de autocarro as pessoas do costume. Não as conheço mas o facto de partilharmos o mesmo sacrifício de acordar cedo faz com que se estabeleça esta relação invisível e o “bom dia!” sai naturalmente. A nossa “carruagem” chega finalmente. É engraçado como nos sentamos sempre nos mesmos sítios, sentarem-se no “nosso” lugar é ofensa só desculpada a passageiros ocasionais daquela hora. Olho pela janela mas o escuro esconde a paisagem e só vejo o meu triste reflexo no vidro. No caminho para o barco da Transtejo a paragem especial aproxima-se e os meus olhos já procuram pelo seu vulto mas não me preciso de preocupar, a sua presença está sempre lá e eu desenho um sorriso. Senta-se sempre à minha frente, deixo de lhe ver o rosto mas a sua voz parece uma melodia. O tempo dessa paragem até chegarmos ao barco são os melhores minutos do meu dia e se ao sairmos do autocarro os nossos olhos se encontram, nem que por breves instantes, é como se eu entrasse no paraíso! Mas o nosso caminho segue diferente, eu vou para Lisboa mas não sou seguida por quem queria.
Dentro do catamaran puxo do cd walkman e oiço o álbum “C’était Ici” de Yann Tiersen. O barco já vai em andamento e o CD continua a tocar:

“When I wake up in Cascade Street
When I wake up in Cascade Street
I don't remember
I don't remember”

Eu já não me lembro. O sol nasce e com ele, como que por magia, esqueço do tanto que me magoei de noite. O barco atraca. Cheguei à cidade.

“airports, railroad stations, highways, streets and foggy lines.
traffic, lights, cars and planes, boats, bicycles and walkers.
now i'm wondering, blind, in the city.
I'm surrounded by towers, made of dirty snow.”

O barulho da cidade que acorda rodeia-me, no entanto os filhos abandonados da noite ainda se vêem no meio de caixotes e pedaços não identificáveis de roupa, provas vivas que a solidão está ao virar da esquina.

“faces, ears and bellies, backsides, legs, fingers and feet.
sweat, tears, dripping bodies, parties, someone is fucked up.
now i'm quiet in this snow, snowy country.
i'm hanging on until i am old, just older than now.”

No fundo hoje é apenas mais um dia como tantos outros, gasto pela rotina que nos anestesia.
Apenas mais um dia.

Memórias

Quando era pequenina o meu sonho era ter o barco pirata da Playmobil. Ainda me lembro o quanto ficava fascinada a olhar para aquela caixa enorme, sonhando como seria se a recebesse no natal ou no meu dia de anos mas isso nunca aconteceu.
Estranho como antes era capaz de ficar tardes inteiras a brincar com aqueles bonecos e agora quando encontro a caixa de sapatos onde está tudo guardado apenas sinto uma sensação de nostalgia. Será que é a isto que se chama ficar adulto?
Tenho saudades desse tempo onde tudo parecia tão simples, quando a minha inocência me permitia ser feliz com tão pouco.

Signo lunar

Your Moon is in Scorpio

Secretive and inclined to brooding silences, it is difficult for others to really know your inner core, for you trust and open yourself to very few. Allowing yourself to be vulnerable and to relinquish control in relationships is not easy for you.
You have intense, passionate loves and hates and are a jealously loyal and protective friend - or a fearsome foe. You have a nasty habit of holding on to past hurts, resentments, and guilt - and to keep such feelings to yourself. It is important for you to learn to forgive and let go, as well as to express your feelings openly and directly, rather than hiding or repressing them.
You are not content with superficial appearances and are always probing beneath the surface of things for hidden motives. You have a great deal of emotional depth.


Hmm... tenho o sol e a lua no mesmo signo, escorpião. Algo me diz que isto não deve ser lá muito bom...

Estão perdoados!

Censuras

Depois do affair Marcelo Rebelo de Sousa e quando vejo o brilhante humor naqueles poucos minutos diários só me vem à cabeça que não me surpreenderia muito se qualquer dia a Contra-Informação desaparecesse do ar misteriosamente...

Underground

E ainda oiço eu pessoas a dizer que o metro de Lisboa é complicado, deviam ver no site do Underground o mapa das linhas de Londres!

A rodar no winamp

Franz Ferdinand - This Fire
The Killers - Jenny Was A Friend Of Mine
Interpol - Obstacle 1
Interpol - Narc
Keane - Somewhere Only We Know
Hope Of The States - Me Ves Y Sufres
Hope Of The States - Sadness On My Back
Razorlight - Dalston
Razorlight - Golden Touch
Death Cab For Cutie - Tiny Vessels
The Postal Service - This Place Is A Prison
PJ Harvey - You Come Through

Desejos

Eu quero um mini iPod!!

Álbum do dia

Para mim um dos melhores álbuns de sempre por uma banda lendária, Joy Division.
Os membros de Joy Division resolveram criar uma banda após assistirem, segundo consta, a um concerto em Manchester dos Sex Pistols. O primeiro nome da banda era Warsaw mas porque já havia uma banda com nome parecido resolveram adoptar o definitivo "Joy Division". Só o facto do seu som original e letras devastadoras já lhes concederia um lugar na história da música no entanto o mito à volta do vocalista e autor das letras elevou a banda a um lugar de culto.
Ian Curtis tinha uma voz assombrada o que dava às canções um enorme impacto. Ele sofria imenso com a sua epilepsia, chegou a ter ataques em pleno concerto. A sua vida sentimental com a mulher também não corria bem e em 18 de Maio de 1980, em vésperas de começar uma tournée na América, enforcou-se. Ian Curtis morreu aos 23 anos mas imortalizou os Joy Division.

Anti-americanismo

Nas minhas deambulações pela amazon fui parar à página do livro "Anti-Americanismo" de Jean Francois Revel e pôs-me a ler os comentários feitos por, na sua maioria, americanos. Não li o livro mas sei que a obra escrita por este autor francês defende as posições americanas contra o "ódio" europeu da América. Escusado será dizer que na sua maior parte os comentários são a favor da posição do livro, mas ao mesmo tempo fornecem uma óptima visão do pensamento típico americano sobre a América e a sua relação com os restantes países do mundo, em particular a europa. A ideia recurrente é de que a europa odeia os estados unidos porque simplesmente é um mundo em decadência e tem imensa inveja do sucesso idílico norte-americano. A América é um paraíso de liberdade no mundo e como tal nós, mesquinhos europeus, odiamos tudo o que nos faça lembrar a nossa corrupção.
Isto tudo fez-me lembrar um momento brilhante da série "The West Wing" (já nao me lembro dos pormenores mas era deste genéro) em que a personagem Toby Ziegler falava com várias pessoas sobre o terrorismo islâmico e perguntou "porque nos odeiam tanto?". As respostas foram do tipo "porque eles odeiam a nossa liberdade", "porque não suportam sermos melhores" e de repente ele diz convictamente "Não! Apesar de não concordar com as razões, é por causa de mantermos militares nos seus países, porque tentamos impor a nossa cultura e política." Isto é o exemplo perfeito da sociedade americana, a população em geral pensa que a política externa do seu país não é nada mais do que ajudar todos aqueles países carenciados. Infelizmente são poucos os que sabem ou ligam ao facto do envolvimento dos estados unidos na queda de Salvador Allende e a colocação de Pinochet no poder no Chile, ao apoio dado ao regime Franquista em Espanha, a Salazar em Portugal ou mesmo a uma das sociedades mais opressoras no mundo, a Arábia Saudita, para não falar de outros casos.
Sim, é verdade que há inveja na posição europeia face aos estados unidos mas só isso não seria suficiente para despoletar a quantidade de anti-americanismo que existe. É a enorme arrogância com que a América trata todos os outros países, sem o mínimo de respeito, e a administração do governo conservador apoiado por fundamentalistas religiosos de George W. Bush só veio piorar as coisas com a sua política de isolação em vez de cooperação. É natural que a América lidere, afinal de contas é o país mais poderoso do mundo, mas isso não quer dizer que não oiça os outros países e que os respeite. Porque com mais poder e o facto de ser líder advém mais responsabilidade não só para com eles próprios mas também para com o resto do mundo.
América já foi, mais que um sonho, uma realidade criada com os melhores valores e princípios mas hoje tudo parece desmoronar-se num enorme pesadelo. Só espero que não passe disso mesmo, um pesadelo do qual possamos acordar.

Pinturas

Não sei explicar o que me atrai nos quadros de Francis Bacon. Talvez seja porque acho tudo tão visceral, as carcaças de carne, as cores intensas, as figuras a soltarem gritos. Ali não se mostra aparências mas sim as profundezas de uma alma torturada. A par com "O Grito" de Munch, os quadros de Bacon que retratam gritos transmitem na perfeição a angústia dos gritos mudos de dor ou medo que se soltam dentro de nós.

Imagens - Francis Bacon

Silêncio, que se vai cantar o Fado!

Lomografia

Afinal o rolo da supersampler não se estragou todo, YES!

Pedaços

Corto Maltese: Ena! Estás muito bonita! Fazes-me lembrar um tango de Arola que eu ouvia no cabaré "Parda Flora", em Buenos Aires.
Pandora: Talvez houvesse por lá alguém parecido comigo?
Corto Maltese: Não. É precisamente por te pareceres com ninguém que gostaria de te encontrar sempre... em toda a parte...
Pandora: Não iria consigo, Corto Maltese!
Corto Maltese: Eu sei!

O senhor reitor

Indústria da Noite É Responsável por Um Clima de Menor Investimento no Estudo


Entrevista completa, no link em cima, de Manuel Braga da Cruz, reitor da universidade católica, ao Público.

P. - Existem propinas no ensino superior público.
R. - Mas são irrisórias. Sei que é difícil para uma minoria de famílias, mas para a grande maioria o que pagam é irrelevante e isso é fomentador não apenas de irresponsabilidade social, como de insucesso.

(...) Há que assinalar outro facto que tem sido muito falado e que ninguém tem a coragem de denunciar: hoje, em todas as cidades universitárias de Portugal, existe uma autêntica indústria da noite, que exerce uma fortíssima pressão sobre os estudantes universitários e é responsável por um clima de menor investimento no estudo e na aplicação em geral. Os poderes públicos têm de tomar medidas sobre os horários da indústria da noite.

Gosto da parte das proprinas serem irrisórias e que só são difícis de pagar para uma minoria. Será que o senhor reitor se esquece que para quem está no superior as despesas não se resumem às proprinas e que o país está de tanga há já algum tempo? Ou se calhar eu percebi tudo mal, o país está de tanga só para uma minoria de famílias...
Sim, sou totalmente de acordo! A indústria da noite é muito nefasta, jovens a divertirem-se depois de um dia de aulas?! Que horror!
O que será que o senhor reitor pretende? Que nos deitemos depois de ver "os patinhos"?
Penso que esta posição de Braga da Cruz é algo ingénua. Quem é bom estudante não é por tomar uns copos que se vai desleixar e quem abusa das saídas à noite não se vai aplicar nos estudos por os bares e discotecas terem horários mais restritivos, há-de arranjar outra coisa para fazer à noite.

Imagens - Audrey Hepburn

A igreja de novo...

Vaticano Considera "Infeliz" a Legalização dos Casamentos Homossexuais

Assim reage a igreja à aprovação pelo conselho de ministros espanhol do ante projecto de lei para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Diz o cardeal Alfonso Lopez "Com esta proposta de lei, o conceito de casamento é esvaziado de sentido. Inventam uma nova definição que, é implicitamente, uma alternativa ao casamento". Agora digo eu, se o casamento enquanto instituição já não tem o mesmo significado que antes tinha isso não se deve aos heterossexuais? Afinal de contas o casamento, até há pouco tempo em certos países, era direito exclusivo dos heteros. São eles que, em alguns casos, se casam numa semana e depois na outra já estão divorciados se for preciso. A luta dos homossexuais só prova que o casamento ainda representa algo de importante entre duas pessoas.

Novas aquisições musicais

Tenho de moderar as minhas visitas à FNAC. Não sei o que aquela loja tem mas faz crescer dentro de mim uma fúria consumista enorme.
Então começando pelos novatos temos o novo álbum dos Interpol - "Antics". Provando que o álbum de estreia não foi pura sorte. É raro eu ouvir um cd de uma ponta à outra depois de ouvi-lo pela primeira vez mas, a par com Franz Ferdinand, este é um dos álbuns deste ano que desafia essa minha regra.
Directamente de Londres vêm os Razorlight com "Up All Night", também na mesma onda de banda de garagem tão na moda, e fiquei surpreendida! Não estava à espera desta qualidade e solidez no primeiro cd da banda.




Quanto aos veteranos primeiro Marianne Faithfull, a personificação perfeita do anjo caído, com "Before The Poison". CD feito em colaboração com PJ Harvey e Nick Cave. Quem é fan de PJ de certeza vai gostar deste álbum, a sonoridade dela está bem presente. Nunca me passou pela cabeça é o facto de a voz rouca de quem já passou por muito se adequasse tão bem ao rock de PJ. Só conheço "Kissin Time", ainda estou para ouvir aquela que é considerada a obra-prima de Marianne Faithfull, "Broken English", mas atreveria-me a dizer que este deve ser dos melhores álbuns dela.
"Real Gone" de Tom Waits foi destes quatro cds o único que ainda não ouvi na sua totalidade, eu sei que isto é uma heresia mas não tive tempo, mas por aquilo que ouvi ele continua com aquele som que só mesmo Tom Waits faz tão bem.

Mais um fim-de-semana

Na sexta-feira à noite fui ao arraial do caloiro no meu querido IST.
As bandas que iam tocar eram todas portuguesas, Plasma, EZ Special e para terminar Fingertips. Quando cheguei já os Plasma estavam a tocar mas mesmo assim deu para ouvir algumas canções que me chamaram a atenção, especialmente uma que achei excelente. Infelizmente no site oficial deles, há uma secção que dá para fazer o download de mp3 mas que ainda não está up.
A seguir, depois de um intervalo para uma sangria, EZ Special. Nunca achei muita piada a eles mas resultam bem ao vivo. Não sei como o vocalista aguenta estar o concerto todo aos pulos, eu ao fim de uma canção já me doiam os músculos! Tempo de irmos aos shots e depois Fingertips. Som demasiado calmo para acabar a noite de música, todos concordamos que deviam ter sido os EZ a acabar mas vá lá, uma cover de "Tainted Love" dos Soft Cell e "How Do You Know Me" fecharam em grande o concerto.
Nota final da noite: É o máximo ter quatro malucas aos pulos enquanto toca "Melancholic Ballad"! E não, não estavamos bêbedas!

Sábado foi tempo de safari fotográfico pelo bairro alto. Colorsplash, supersampler e oktomat a criarem uma sinfonia lomográfica. Acho o bairro alto tão característico, aquela mistura de boémia com o tradicional. Bares e lojas indie lado a lado com janelas com roupa estendida e a bandeira portuguesa que bem fica. Depois, ver o pôr do sol no miradouro de Santa Catarina. Para acabar o dia em beleza, já em casa, esqueci-me e abri a máquina com o rolo ainda dentro dela... Espero que se aproveite alguma coisa, tinha fotos tão giras lá!

P.S. O Benfica ganhou ao Guimarães! Tudo está bem quando acaba bem.

Movie Quotes

A prova em como, por vezes, se pode encontrar pérolas em filmes dispensáveis.

"Spy Kids 2: Island of Lost Dreams"
Dr. Romero : Do you suppose that's why God lives in the Heavens? Because he lives in fear of His creations?