quarta-feira, abril 06, 2005

O outro lado

Para a maioria das pessoas o CC Vasco da Gama é sinónimo de confusão e barulho mas quando a hora já é tardia e as pessoas começam a abandonar o centro comercial é como se vissemos a verdadeira alma do local. Os empregados que arrumam as últimas coisas e fecham depois a loja, os seguranças que colocam as fitas que irão guiar as pessoas que ainda estão no cinema para a saída. Enquanto vagueio pelos corredores vazios sinto uma sensação estranha, ser a única pessoa ali de um lado para o outro. Os manequins que olham-me mas que não me vêem são vigilantes silenciosos. Quando os fixo por algum tempo parece que estão prestes a mexerem-se, fazendo poses auto-confiantes de quem sabe que está vestido com o último grito da moda.

Sair do balneário e ver um pavilhão enorme, onde momentos antes se gritava e lutava por uma vitória, completamente às escuras e vazio causa realmente impacto. Enfim, não há mais nada a fazer do que seguir pelos caminhos do complexo do estádio universitário iluminados pelos candeeiros.
Mas as estátuas estão sempre lá, elas são as únicas testemunhas da minha presença.