terça-feira, novembro 29, 2005

David Copperfield


Ciaran McMenamin e Maggie Smith

Resolvi estreiar o meu cartão novo de utilizadora da rede de bibliotecas de Lisboa com o DVD da mini-série "David Copperfield".
Enquanto estava à espera na paragem do autocarro para ir para casa não resisti a recordar que, há mais de 10 anos, "David Copperfield" foi o primeiro livro que trouxe de uma biblioteca. E quando de repente começou a chover era como que se estivesse a reviver esse dia longínquo de novo.

Esta versão da BBC é a melhor adaptação que eu já vi do livro. Claro que é sempre complicado condensar uma obra com 900 páginas em 3 horas mas o ambiente vitoriano é recriado na perfeição e o elenco junta alguns dos nomes britânicos mais sonantes da representação. Maggie Smith, Ian McKellen, Bob Hoskins, Imelda Staunton, um trio vindo da britcom (Dawn French, Pauline Quirke e Zoë Wanamaker) e até temos direito a ver o puto que faz de Harry Potter na pele de David Copperfield quando novo. Quanto ao David Copperfield adulto, Ciaran McMenamin é exactamente como eu imaginava a personagem.
Em resumo, ontem foi um bom serão. Soube mesmo bem ver o meu livro favorito em DVD, aconchegada com a minha manta ribatejana e uma caneca de cappuccino quente.

sábado, novembro 26, 2005

Webbands

Pois é, decidi criar a minha própria webband e ela já ali está no cantinho superior esquerdo, "Orgulhosamente Benfiquista!".

Não está perfeita mas também é a minha primeira tentativa e com o Paint do Windows, que não é propriamente o supra-sumo dos programas de tratamento de imagem. A ver se arranjo o Photoshop para melhorar as arestas e estou também a pensar talvez adicionar na próxima webband o simbolo do Glorioso.

quinta-feira, novembro 24, 2005

O messias



A RTP tem anúnciado várias vezes que no dia 4 de Dezembro vai passar um documentário sobre Francisco Sá Carneiro. Está bem que agora é por ocasião do 25º aniversário da sua morte mas não deixa de ser curioso que sempre que há eleições em Portugal a figura de Sá Carneiro renasce sempre. Pode-se passar meses e anos sem se falar em tal facto da história portuguesa mas se há eleições é garantido que ou aparece novos relatórios sobre o desastre de Camarate ou aparece alguém que exige uma nova investigação sobre o acidente ou simplemente os elementos do PSD têm sempre de mencionar o seu nome em comícios e afins.
Será que a malta do PSD sofre de algum tipo de sebastianismo, em que D. Sebastião foi substituído por Sá Carneiro?

quarta-feira, novembro 23, 2005

Imagens


"The fighting Temeraire, tugged to her last berth to be broken up" by J.M.W. Turner, 1838.

Foi através da minha batalha histórica favorita que conheci J.M.W. Turner. Este pintor inglês criou várias obras relacionadas directa ou indirectamente com a batalha de Trafalgar. Nesta pintura vê-se o HMS Temeraire, segundo na linha atrás do HMS Victory de Lord Nelson aquando da batalha.

terça-feira, novembro 22, 2005

Publicidade



Cá volto eu à carga com os anúncios.

Já tinha reparado num anúncio de grande formato, a nova campanha publicitária da Renova. A imagem ficou-me na mente porque ver alguém de costas com aura enigmática, rodeado de homens que o olham com admiração e veneração pareceu-me religioso, e de facto a campanha é muito mais do que isso.
A Renova lançou o projecto AmorCausa e convidou o fotógrafo François Rousseau para dar um novo olhar às Bem-aventuranças. No meio da maior favela do Rio de Janeiro, Rousseau escolheu pessoas da própria favela para encenar e dar um ar moderno, quiçá mais próximo da mensagem de paz de Cristo. O projecto será editado em livro brevemente.

Entretanto, na França, a campanha foi proibida com o pretexto de poder ofender as convicções religiosas de parte do público. Claro, a única maneira correcta de se mostrar Cristo é usar a oferecida por essa imaculada instituição, a igreja. Tudo o mais são heresias...

domingo, novembro 20, 2005

Titanic



Quando digo que adoro "Titanic" de James Cameron as pessoas não acreditam que eu possa gostar de semelhante filme (há já algum tempo que noto que é moda desprezar-se a obra como algo para adolescentes com hormonas aos saltos). Quando digo que, antes de perder a conta, vi "Titanic" 24 vezes, aí é que me olham como se eu fosse alguma maluca que precisa de tratamento urgentemente.

Não vou dizer que o filme é uma obra prima porque é demasiado óbvio que não o é. As personagens não passam de esboços estereotipados, o pobre bonzinho, o rico malvado, a menina rica que se sente presa pela sociedade... Mesmo a história, em partes, parece tirada a papel químico de outra pelicula sobre o navio amaldiçoado, "A Night To Remember" de 1958. No entanto, apesar destas falhas, Cameron conseguiu fazer pura magia. O segredo reside em algo que poderia levar a Paramount e a 20th Century Fox à ruína, megalomania. As cenas do afundamento, com uma réplica do barco de 90% do original, milhares de figurantes, toneladas de água, inúmeros efeitos especiais, associados ao factor psicológico de que este evento aconteceu mesmo em 1912, tornam o filme tão épico que este estravasa o reino da cinefilia para se tornar a realidade dentro do cinema.
Foi com "Titanic" que percebi o poder do cinema, de um modo bastante directo e brutal. Hoje, evolui o suficiente para reconhecer um pouco melhor esse poder nas suas formas mais subtis. Mas "Titanic" irá permanecer sempre um marco para mim, enquanto espectadora, nem que seja por aquele momento único em que pela primeira vez vi um filme panorâmico no cinema. As luzes apagaram-se, no escuro que se fez por breves instantes a tela abriu-se e aquele raio mágico projectou-se mostrando o enorme Titanic...


quinta-feira, novembro 17, 2005

Cultura sem dinheiro

Para a leitura, nada mais óbvio do que utilizar a rede de bibliotecas municipais de Lisboa.
Para ouvir álbuns de música, existem duas possibilidades, mais uma vez a rede de bibliotecas de Lisboa e a fonoteca municipal de Lisboa no Saldanha. A diferença é que na fonoteca não se pode levar os CDs para casa, por outro lado pode-se sair de uma audição e digeri-la ao sabor de uma gauffre com cobertura de chocolate derretido na galeria comercial do Monumental.
Ver filmes, em DVD ou em formato VHS, também é mais uma característica das ultra maravilhosas bibliotecas de Lisboa.
Quanto a espectáculos ao vivo, na Culturgest, até aos 30 anos em quase todos os eventos paga-se 5€ independentemente do preço sem desconto do bilhete. E se se for aluno do Técnico têm-se direito a descontos especiais em alguns teatros e a bilhetes para vários espectáculos da temporada de música e dança da Fundação Calouste Gulbenkian.

Só apetece dizer, "ide e ganhai um pouco de cultura!"

P.S.: Será que se nota muito que fiquei super entusiasmada com as potencialidades da rede de bibliotecas de Lisboa?

terça-feira, novembro 15, 2005

Visão dantesca

Depois de um fim-de-semana inteiro de cama com febre, quando fui à médica atingi o meu recorde de 40,2º e tive direito a aviso que podia entrar em delírio. "Oh não!" pensei para comigo, "Ainda começo a dizer que adoro o FC Porto e que o Pinto da Costa é o meu pai!" Mas pronto, a febre lá passou e eu não disse semelhante coisa, mantive-me fiel aos meus ideais. Hoje, lá consegui sair da cama e olhar no espelho para a minha amígdala e o que vi parecia um filme de terror!
No meio disto tudo ainda tive força suficiente para ficar em frente ao pc o tempo suficiente para acabar o meu trabalho final de curso, ao fim de um ano está feito! Já só falta três cadeiras para acabar o curso!!

sexta-feira, novembro 11, 2005

Álbum do dia



Madonna tem feito uma campanha enorme a publicitar o seu novo álbum, que sai na próxima semana. Depois do pouco sucesso de "American Life", Madonna reinventa-se mais uma vez, voltando para as pistas de dança e o disco. Ela foi sem dúvida a estrela dos MTV Awards mas será que a música de "Confessions on a Dance Floor" vale mesmo a pena? Para mim, a resposta é um retumbante sim! Admito que sou um pouco suspeita, ao juntar ingredientes que gosto, dança, disco e electrónica, este álbum só podia dar em vício.

"Hung Up" já quase toda a gente ouviu mas "Confessions" tem outras pérolas, na minha opinião melhores que o single. "Get Together", "Sorry" e "Let it Will Be" são brilhantes, "I Love New York" e "How High" têm uma sonoridade um pouco mais agressiva e "Isaac" reflecte as transformações religiosas de Madonna. "Push" é uma viagem ao passado, o refrão parece uma versão lenta de "Like a Prayer", se de repente Madonna começasse a cantar "When you call my name it’s like a little prayer", pareceria-me perfeitamente natural.

Definitivamente a juntar a Antony and the Johnsons, Bloc Party e Roisin Murphy como os meus favoritos de 2005.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Sem comentários

Li hoje no jornal "Metro" que Silvio Berlusconi e o seu partido convocaram uma manifestação contra as ditaduras. Nos cartazes estão Hitler, Estaline, Fidel Castro, Saddam Hussein e não falta também o Osama bin Laden, no entanto nem vestígio de Benito "Il Duce" Mussolini. Que estranha coincidência...

terça-feira, novembro 08, 2005

E assim vão os serviços de acção social

Quando fui saber se tinha a bolsa de estudo atribuída pelos serviços de acção social da universidade na página da internet, vi que faltava entregar um documento.
Hoje passei lá pelos serviços para saber qual era o problema. A senhora lá viu o meu processo quando de repente diz que a razão porque queria que eu lá fosse era porque havia algo que ela achava estranho, disse que o salário do meu pai era muito pouco e que não acreditava que fosse possível os meus pais e eu vivermos só daquele dinheiro, ainda para mais eu estando na universidade.

Fiquei irritada como raramente fiquei na minha vida. Por outras palavras chamou-me a mim e aos meus pais de mentirosos! Sim, porque neste país de treta os pobres têm de ser estúpidos, mal-vestidos e não estudam! Mas acima de tudo, acho que a razão que mais me irritou é saber os sacrifícios que os meus pais fizeram e fazem, tudo porque querem que eu tenha um futuro melhor e sem as privações que eles tiveram, e ter de ouvir a mulher a dizer que é impossível viver só daquele salário, que deve haver algo mais...
Agora, era só o que me faltava, não receber bolsa precisamente porque o meu pai ganha pouco!

sábado, novembro 05, 2005

Álbum do dia



Admito que não sou grande conhecedora da música dos Depeche Mode. Tenho o essencial "Violator" mas não ouvi mais nenhum álbum da banda. Portanto não tenho as altas expectativas que um fã da banda tem, não sei dizer se isto é mais do mesmo ou se é o melhor álbum dos DM, o que sei é que eu gostei muito do que ouvi.
"Precious" e "Lillian" apelam ao lado mais pop dos DM mas para mim os pontos altos do disco são "A Pain That I'm Used To", "Suffer Well" e o meu favorito "John The Revelator". Nesta última canção, depois do sermão de "Personal Jesus", David Gahan volta ao púlpito para pregar mais uma vez e eu digo 'Amén'.

França a arder

Com o alastrar dos motins dos subúrbios de Paris para outras cidades francesas, não resisto a pensar que Monsieur Le Pen e os grupos de extrema-direita devem estar a dar pulos de contentes.
Se as tensões rácicas e religiosas têm subido de tom em França, especialmente desde as eleições presidenciais de 2002, elas atingiram definitivamente o pico agora. E infelizmente isto vai tornar muitos franceses mais simpáticos para com a política de extrema-direita.
Sendo a França, juntamente com a Alemanha, o grande motor da União Europeia, um aumento de poder destes grupos extremistas irá não só afectar a própria França como a Europa no seu todo. E estranhamente, pelo que sei, Jacques Chirac ainda não discursou sobre estes acontecimentos, o que revela uma tremenda falta de liderança que só contribui para as repercussões negativas que virão destes motins.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Disco's back, baby!

O novo single de Madonna já saiu há alguns dias mas só hoje o ouvi. No telejornal estavam a falar dos prémios MTV e de repente deu um pouco do videoclip de "Hung Up", pareceu-me ouvir algo terrivelmente familiar, algo como... ABBA!
Claro está que tive de ir logo ouvir a música para ter a certeza de que não tinha ouvido mal. E yeap, é mesmo ABBA, um sample de "Gimme! Gimme! Gimme!" em toda a sua glória.
Gosto da música, não tem muita substância mas fica no ouvido como uma boa canção disco.

Madonna e ABBA, ABBA e Madonna... sem a mínima dúvida acabou de nascer a música mais queer-friendly do ano!