terça-feira, dezembro 27, 2005

Canção de Natal

"Chuva" de Lúcia Moniz tornou-se inesperadamente a minha canção de natal deste ano. Depois de ouvir a banda sonora da telenovela "Ninguém Como Tu" (estava mesmo à mão portanto porque não aproveitar a oportunidade?) esta música ficou-me na mente.
Não sei explicar mas sempre engracei com a Lúcia Moniz, talvez seja porque obteve aquele pequeno milagre que foi dar a Portugal o 6º lugar no eurofestival da canção, ainda me lembro que a meio da votação chegamos a estar em 2º a quase 10 pontos do 1º lugar!

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Ho, Ho, Ho



Como devido à falha de duas renas, o trenó do Pai Natal despenhou-se algures (a maldita Vodafone continua sem divulgar qual o hospital onde ele está!!), o Nuno Gomes aproveitou o facto do Benfica jogar pela primeira vez esta época todo de vermelho e, qual Pai Natal, deu a todos os benfiquistas a prenda perfeita.
Obrigada, São Nuno!

Álbum do dia



Não consegui mesmo resistir a ouvir o álbum de estreia de Camille.
É daqueles álbuns simples sem pretenções megalómanas ou grandes produções e que por isso mesmo brilha qual estrela no céu. Aliás, pensando nisso, "Les Sac Des Filles" é uma boa escolha para banda sonora deste Natal.

Quem matou o António?



Tem quase o peso de uma instituição, dizer mal do que quer que seja feito em Portugal mas a verdade é que há muito tempo que não via uma telenovela ou série feita cá que me cativasse tanto como "Ninguém Como Tu".
Acho que os seus grandes trunfos foram o argumento, sem medo de mostrar assuntos tabu na nossa sociedade como a homossexualidade, e sem dúvida o elenco, encabeçado por uma Alexandra Lencastre em grande forma e com a revelação que foi para mim esse furacão que dá pelo nome de São José Correia.
Que venham mais programas assim!


P.S.: Quase ao mesmo tempo que o episódio final, na RTP o Mário Soares dava um baile ao Cavaco, mostrando que pode já não ter idade para estas coisas mas que quer se goste ou não, ele é talvez o maior político português vivo.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Publicidade



O anúncio do Polo Black da Ralph Lauren chamou-me a atenção, primeiro porque o modelo faz-me lembrar o actor Christian Bale, depois porque eu geralmente não gosto dos anúncios da Ralph Lauren, demasiada americanice pindérica, mas este consegue aliar o espírito americano com o bom gosto. A canção usada é de Dionne Warwick, "Anyone who had a heart".

Outro anúncio, Promesse da Cacharel também captou a minha atenção se bem que aqui foi mesmo só pela música, "1,2,3" de Camille Dalmais, a menina que entrou no projecto Nouvelle Vague.

domingo, dezembro 18, 2005

BanGGuru




Grupo português que editou recentemente o seu primeiro álbum. Gostei muito do, ainda pouco, que ouvi e "Another 80's" tornou-se um vício meu.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Ócio

Como o post anterior atesta, com a apresentação do tfc feita não tenho tido grande coisa para fazer e depois sai-me estas teorias alucinadas...

1.618 033 988 749 894 848 #2

Este número, chamado de ouro, é considerado como tendo várias propriedade interessantes, diz-se especialmente que formas que apresentam proporções com base neste número são esteticamente belas.

De momento estou a ler "Reflexões de um cineasta" de Serguei Eisenstein e numa parte do livro ele debruça-se sobre a composição de "O Couraçado Potemkine". Aqui, ele fala de como usou aproximadamente o número de ouro para estabelecer o momento certo onde colocar acontecimentos importantes da narrativa. De repente, acendeu-se uma luzinha na minha cabeça, será que um número que é geralmente usado em arquitectura e em formas pode ser de facto aplicado à arte em geral e ao cinema em particular? Para Eisenstein a resposta é simples, sim! Resolvi testar.

O meu instinto disse-me para tentar em dois filmes, "Gladiator" e "Titanic". Escolhi estas obras pela razão de não serem considerados perfeitos e mesmo assim terem conseguido criar uma sensação quase unânime de histeria, se bem que mais o último do que o primeiro.
Peguei primeiro no "Gladiator". A minha versão do filme tem uma duração de cerca de 142m 14s sem contar com os créditos. Pegando nos 14 segundos, passei-os para o sistema décimal que deu 23 (fiz uma regra de 3 simples considerando 100 equivalente aos 60 segundos). Temos portanto uma duração total de 142.23 minutos. Dividindo o total pelo número de ouro obtive 87.90 minutos. Calculei então que os 0.90 minutos correspondem a 54 segundos. Temos como resultado final 87m 54s. Peguei no filme e coloquei-o nesse minuto, quando para meu espanto reparei os 87m 54s coincidiam exactamente com o final da sequência em que Maximus revela a sua identidade ao imperador, mais propriamente quando ele acaba de dizer "And I will have my vengeance, in this life or the next.". Em resumo, o momento mais importante da história encontra-se precisamente num minuto e segundo ditado pelo número de ouro.
De seguida o Titanic. Neste exemplo usei um pouco mais a minha sensibilidade. O filme está obviamente dividido em duas partes, na primeira seguimos o desenvolvimento do romance de Rose e Jack, a segunda começa com o avistamento do iceberg e suas consequências. A primeira parte nunca me induziu grande emoção, tomei a segunda parte (e obviamente a mais excitante) para analisar. O avistamento do iceberg dá-se ao minuto 94, a pelicula tem uma duração de 180 minutos, a segunda parte tem então 86 minutos. Dividindo 86 pelo número de ouro obtem-se 53 minutos, que somados aos 94 dá 147. Pus de novo o filme nesse minuto e tive outra surpresa, corresponde exactamente à cena em que se vê o capitão agarrado ao leme e os vidros sucumbirem à força da água. Mas mais importante é que essa cena inicia uma sequência de enorme crescendo emocional que termina com o afundamento do navio.

Se isto será tudo coincidência ou premeditado pelo realizador, não sei. O que sei é que momentos de grande pico emocional da história se encontram em minutos passíveis de serem obtidos efectuando contas com o número de ouro, provando-se, para estes casos, que o número do título deste post pode de facto provocar uma sensação de êxtase no espectador da obra de arte.

1.618 033 988 749 894 848 #1


quinta-feira, dezembro 15, 2005

Bibliotecas de Lisboa

Eu adoro a rede de bibliotecas de Lisboa!
Eu adoro a rede de bibliotecas de Lisboa!

É impossível não gostar de bibliotecas que nos permitem reservar títulos via online e que assim que estão disponíveis ainda temos direito a um telefonema da biblioteca em questão para o telemóvel a avisar que a obra já chegou.
A propósito, Portugal pode ter muitos defeitos mas de entre 258 cidades europeias Lisboa encontra-se em 2º lugar, atrás de Londres, com o maior número de bibliotecas. Agora só falta aproveitá-las melhor.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Álbum do dia



Uma descoberta feita por acaso, enquanto deambulava pela amazon.com.
Um grupo brasileiro constituído unicamente por mulheres. O seu som tem notórias influências do post-punk britânico e eu, admito, tenho um fraco por esse período musical, portanto não resisti à agressividade e letras politizadas de As Mercenárias. Pena que só editaram dois álbuns e nunca receberam o reconhecimento que mereciam.

Politiquices

Na sexta-feira fui à biblioteca Camões, perto do Bairro Alto, continuar a minha saga cinematográfica Eisenstein. Quando saí de lá e cheguei ao largo Camões, dei de caras com o Louçã e respectiva comitiva empunhando bandeiras vermelhas. Pensei então que dentro da minha mala tinha o filme "Outubro 1917" mais a "Greve", bem... nunca me senti tão de esquerda nos dias da minha vida!

Uma coisa que tenho reparado ultimamente, cartazes de campanha do Mário Soares em que a parte em que aparece o candidato está rasgada. Num, o Soares foi "decapitado", noutro era a imagem inteira que tinha desaparecido. É impressão minha ou as campanhas em Portugal usam cada vez mais golpes baixos?

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Começou com nervos e acabou em alegria

Quarta-feira foi o dia da apresentação do trabalho final de curso.
O dia começou com nervos que foram aumentando até chegar a hora, 14h. A apresentação correu bem mas a discussão a seguir com o jurí foi quase um desastre! Começou logo com o facto do objectivo do nosso trabalho ser fazer um programa de computador e o professor convidado (a.k.a. mauzão do jurí) não ter conseguido instalar o programa, eu pus um readme.txt no CD a dizer o que fazer no caso de tal acontecer, mas o prof leu? Claro que não! Logo as perguntas foram todas teóricas e nem se falou do programa. Também fomos criticadas por algo que tinha sido a nossa orientadora de tfc a sugerir e ela nem nos defendeu a dizer que tinha sido ela que tinha querido as coisas assim... Enfim, estava à espera de uma nota melhor que 14 mas pronto, ficou feito e despachado. No final, o nosso co-orientador em jeito de desculpas veio-nos dizer que tinha sido uma pena o modo como as coisas correram, que achou a nossa apresentação muito boa e que eu tinha estado calma e falado muito bem, com pausas nos momentos certos (eu que sou conhecida por falar pouco descobri que afinal tenho um talento escondido para a eloquência)...
Só esperava agora era que o Benfica me desse uma alegria e o dia melhorasse.
O golo de Scholes fez-me temer o pior mas Geovanni e Beto deixaram-me num estado de euforia! Uma vizinha nossa disse-nos que os gritos de "Golo!" meus e do meu pai ouviram-se pelo prédio inteiro, acho que ela exagerou um pouco mas com o Benfica na equação se calhar até tinha razão.
Era suposto jantar só depois do jogo mas ao intervalo estava tão eléctrica que tinha que fazer algo, uma sopa nunca foi aquecida nem uns ovos mexidos feitos e comidos com tanta rapidez na minha vida!
A segunda parte foi um sofrimento, acho que passei a parte final dela com as mãos na cabeça porque um bom bocado depois de ter acabado o jogo reparei que estava com o meu cabelo curto todo no ar.
Em resumo, foi um dia que não começou lá muito bem mas que acabou em beleza!

Álbum do dia



A banda sonora de "Alexander Nevsky" foi a primeira colaboração entre Prokofiev e Eisenstein.
Mais uma vez a sombra de Estaline sobrevoa o filme.
"Bezhin lug" de 1937 tinha sido uma película que tinha irritado o regime, Eisenstein escapou mas o produtor executivo arcou com as culpas, foi condenado por traição e morto. Eisenstein não podia falhar no seu próximo filme, "Alexander Nevsky". Prokofiev foi o escolhido para compor a música. A banda sonora foi um exito tal que Prokoviev rearranjou-a sobre a forma de cantata.
Ainda não vi o filme mas a banda sonora é mesmo algo de sensacional e não precisa das imagens do filme para sobreviver.
Se Eisenstein é considerado o pai da montagem cinematográfica, Prokofiev é sem dúvida o pai da banda sonora enquanto obra de arte.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Ninguém Pára o Benfica!


sábado, dezembro 03, 2005

O julgamento final

Estes últimos dias têm sido passados a verificar o trabalho final de curso para ver se é preciso fazer uma adenda e a fazer um powerpoint para a apresentação que vamos fazer na próxima semana do trabalho perante um jurí de três professores mais um engenheiro. Nos intervalos tenho-me distraído com os DVDs que tenho ido buscar à biblioteca Camões e com a telenovela "Ninguém Como Tu", isto é o que dá ter estado doente e de cama, uma pessoa vê tudo o que dá na televisão, até os "Morangos Com Açucar" eu via. Ontem aproveitei para correr um pouco, é engraçado ver na rua as pessoas todas encasacadas e de cachecol a olharem-me como se eu fosse uma doida por correr com este frio.
Entretanto, vou ter de decorar o guião do meu monólogo para a apresentação. Ficou decidido entre mim e a minha colega dividirmos a apresentação em dois, eu quis ficar com a última parte. Agora só espero rematar a coisa com um brilhante "esterno-cleido-mastoideu" que vai deixar siderado o jurí.

Иван Грозный




Finalmente vi um filme de Eisenstein, "Ivan, O Terrível". O ser considerado um dos realizadores mais influentes de sempre do cinema deixou-me curiosa quanto às suas obras. Estava a pensar ver primeiro, do anos mudos, "O Couraçado Potemkin" mas assim que soube que "Ivan, O Terrível" tinha banda sonora de Sergei Prokofiev (!!) não pensei duas vezes em trazê-lo da biblioteca.
E de facto, o filme não tem nada de Hollywoodesco nele. Eisenstein trata o cinema não como apenas uma representação da realidade mas como arte e sem medo de inovar. É fácil de ver como todas as cenas parecem coreografadas a fazerem parecer um quadro ou uma fotografia. Até a representação é encenada e nada realística, se se perde em naturalidade ganha-se imenso em estilo. Mas o que mais impressiona é mesmo os imensos close-ups e os jogos de olhares, para além do espectacular uso das sombras e luzes.

"Ivan, O Terrível" era suposto ser uma trilogia. A primeira parte de 1944, foi aceite com grande agrado por Estaline, visto a obra encaixar nos ideais do regime mas a segunda parte, que mostra o lado vingativo e impiedoso do Czar Ivan IV, não passou no teste da censura e em consequência as cenas filmadas da incompleta terceira parte da trilogia foram confiscadas e quase todas destruídas.