terça-feira, janeiro 31, 2006

Apontamentos

Ao ler o livro de Simone de Beauvoir, "O Segundo Sexo", sobre a condição inferior que é conferida à mulher na sociedade, não resisto a pensar que nos primórdios do ser humano não se punha a questão do sexo mais fraco, homem e mulher tinham diferentes funções conforme os requisitos para a preservação da espécie. Com o desabrochar do intelecto, o homem tomou consciência da sua força superior quando comparado com a mulher e isso levou-o a crer como o sexo dominante e a classificar a mulher como sexo subserviente. Com o aparecimento da filosofia na sociedade, procurou-se razões morais para se manter e continuar a diferença entre sexos, mais propriamente o domínio do homem.
Mas a sociedade transcende-se, toma cada vez mais consciência da sua existência e o intelecto sobrepõe-se aos instintos animais, a força física perde a primazia como força motora do desenvolvimento humano, daí a emergência cada vez mais evidente da mulher como sexo igual. As diferenças físicas mantêm-se mas o seu contributo para a evolução humana diminuiu e assim talvez seja esta a base para a reconquista, por parte da mulher, da sua igual importância, enquanto indivíduo, na espécie humana.

domingo, janeiro 29, 2006

Let it snow! Let it snow!

Ainda ao almoço, ao ver as notícias, eu dizia: "se eu já vi ao vivo o herdeiro da coroa britânica e algum tempo depois o irmão dele, Edward, sem sair da minha santa terrinha, tudo é possível e eu ainda hei-de ver nevar cá!". E não é que passado pouco tempo começa a nevar! É certo que era pouco mas os flocos de neve eram bem visíveis!

Entretanto, ontem o Benfica perdeu. Quem ganhou fez uma festa descomunal. É normal, estes clubes pequenos não estão habituados a ganhar a grandes clubes europeus.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

250 anos atrás...



Porque a Áustria não deu à História só tiranos mas também génios como Mozart.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Só falta mais uma!

E finalmente saiu a nota dessa brilhante cadeira, Sistemas Electrónicos das Telecomunicações. Eu, a pensar que ia ter um retumbante chumbo e afinal passei! Devia confiar mais nas minhas capacidades...
De qualquer modo, o ano ainda agora começou mas as coisas já começam a correr como eu tinha planeado. Fiz as cadeiras que tinha a fazer, entretanto para o próximo semestre faço a última cadeira do curso (ah, como isto soa tão bem!) e vou começar a aprender alemão, depois até Setembro espero começar a trabalhar e ter o meu carrinho. Vamos ver como as coisas correm, por agora vou descansar do treino de futsal enquanto vejo o DVD da mini-série "Brideshead Revisited".

sábado, janeiro 21, 2006

Tick, Tack

Tick Tack, Tick Tack

As horas passam-se tão de devagar quando se está só. O que se pode fazer quando são 3.31?
Sinto que são nestas alturas que consigo estar bastante próxima do vazio mas o pior de tudo é mesmo a questão do que fazer! O corpo não está cansado o suficiente para clamar pelo sono, correr para a praia está fora de questão, olho para a minha mesa de cabeceira mas não me apetece ler o Voltaire dissertar sobre a tolerância, não quero ouvir música e se a ouço neste momento foi porque maquinalmente abri o winamp. Os bits e bytes do filme "Coffee and Cigarettes" aguardam quietos no meu disco rígido por visionamento porque não tenho paciência agora para os ver. Talvez ir à cozinha pegar num pão de leite, cortá-lo ao meio, tirar a tira de gordura de uma fatia de fiambre e aconchegá-la dentro do pão... mas seria apenas para fazer qualquer coisa porque não tenho fome. Não tenho pesquisas para fazer na net e vou-me entretendo a fazer refresh ao sites de jornais desportivos na esperança de notícias sobre mais uma vitória do Benfica. Os segundos passam e tenho a sensação de que estão a ser desperdiçados, sinto que devia fazer qualquer coisa... Entretanto, nos meus headphones, os Louis XIV cantam "God Killed the Queen" e eu não resisto a pensar que foi a guilhotina e a gravidade que trataram disso, mas pronto...

Depois de reler o que escrevi aquela ideia da sandes tornou-se subitamente saborosa e a electrónica dos Goldfrapp excitaram os impulsos eléctricos do meu cérebro o suficiente para começar a achar o Voltaire bastante atraente. É nestas ocasiões que cada vez mais me convenço de que música electrónica e house fazem-me maravilhas!
Bem, cá vou sair do pc.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Isto é uma vergonha!



É um escândalo! Já o Benfica - Nacional o foi e este também é! O Benfica é sempre beneficiado, e não me venham com tretas de que aquela entrada a pés juntos que o Beto sofre era para cartão vermelho e que o caso do Luisão é pontapé à queima roupa! O Luisão é ultra-sónico, e numa milésima de segundo engendrou o plano de pôr o cotovelo à bola e depois fingir que tinha ficado aleijado com a força da mesma!

Já enjoa, os dirigentes e treinadores adversários do Benfica têm sempre o mesmo discurso, a culpa é dos árbitros! Que tal assumirem as responsabilidades para variar?

Imagens



"Simone de Beauvoir" (1947) por Henri Cartier Bresson

Admirável Mundo Novo e 1984

Acabei de ler "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley e foi impossível não me vir à mente "1984" de George Orwell.
Ambos os livros falam de um futuro onde regimes totalitários imperam. No entanto o que parecemos quase indubitavelmente condenados a realizar será o regime descrito por Aldous Huxley.
O livro de Orwell, escrito em 1948, revela as preocupações ocidentais para com o surgimento da URSS como super-potência. As tácticas de censura, violência e tortura para eliminar a oposição, a propaganda e o culto do líder (Big Brother) são extremamente semelhantes ao regime de Estaline. Já Aldous Huxley dá-nos uma sociedade em que se pretende que o escravo adore a sua escravidão e que por isso mesmo não se revolta. Para isso é usado um sistema de castas condicionadas durante o sono e desde pequenos para gostarem do que fazem e em que a clonagem é usada para criar e manter o número de indivíduos nas castas inferiores, já a estabilidade emocional é mantida através do vicio em Soma (droga dada pelo Estado que elimina a dor e a tristeza e não provoca ressaca).
O livro de Huxley foi escrito em 1932 e passa-se no século 26 mas é interessante em como apenas 7 décadas já temos uma sociedade que começa a brincar com a clonagem e o aumento generalizado do uso de anti-depressivos, talvez os precursores do Soma. Penso que nem mesmo o autor acreditaria como em pouco tempo estariamos decididamente no caminho desse Admirável Mundo Novo.

sábado, janeiro 14, 2006

Politiquices

No Diário Ateísta li que a Visão fez aos candidatos presidenciais a seguinte pergunta: «Professa algum credo religioso? Se sim, qual?». Ao que eles responderam

Cavaco Silva - Não respondeu às perguntas da Visão
Mário Soares - Sou agnóstico, como se sabe. Mas também é do conhecimento público que tenho participado activamente no diálogo entre religiões.
Manuel Alegre - Sou agnóstico.
Jerónimo de Sousa - Já professei, agora não.
Francisco Louçã - Não.
Garcia Pererira - Não, mas respeito profundamente quem o tenha, qualquer que ele seja.

Ainda diz o Mário Soares que Cavaco Silva não é um político profissional, pode não o ser mas lá que ele domina na perfeição essa arte maior da política do "falar, falar e dizer nada", lá isso domina. Nem que, por vezes, leve a coisa literalmente à letra e diga mesmo nada.

Viagens

Se tenho sorte, numa viagem normal de casa até Lisboa, pela ponte Vasco da Gama, posso ver cavalos, póneis, uma avestruz, patos, garças, as normais gaivotas, uma espécie de passáro mais pequeno que os meus poucos conhecimentos de ornitologia não me permitem identificar e flamingos.
Uma vez de manhã, todos nós que iamos no autocarro ficamos maravilhados a olhar, através da janela, para o ceú. Um enorme bando de flamingos passou a voar a pouca altitude por cima de nós, pareciam enormes paus cor-de-rosa com asas. Pode ser um cliché dizer isto mas verdadeiramente, ver os documentários da BBC sobre vida selvagem é nada comparado com a realidade.
E depois ainda podemos desfrutar de um magnífico pôr-do-sol, quando o sol se esconde atrás de Lisboa inundando o céu de vermelho e violeta e vemos as luzes da cidade a acenderem-se.
Já há dois anos que faço esta viagem e ainda fico fascinada pelo que vejo.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A não perder!



No CCB, a partir de 23 de Fevereiro até 21 de Maio, a mais completa exposição de trabalhos de Frida Kahlo.
Josefina Garcá Hernadez do museu mexicano Dolores Olmedo é a comissária desta exposição que já passou pelo Tate Modern de Londres.
Definitivamente não vou deixar fugir esta oportunidade!

domingo, janeiro 08, 2006

Que venham os espanhóis!

Depois de várias coisas que culminam no caso da Iberdrola na EDP, cada vez mais concordo com o Ega de "Os Maias":

"- Portugal não necessita reformas, Cohen, Portugal o que precisa é a invasão espanhola.
(...)
E enquanto ele se servia, perguntavam-lhe dos lados onde via ele a «salvação do país», nessa catástrofe que tornaria povoação espanhola Celorico de Basto, a nobre Celorico, berço de heróis, berço dos Egas...
- Nisto: no ressuscitar do espírito público e do génio português! Sovados, humilhados, arrasados, escalavrados, tinhamos de fazer um esforço desesperado para viver. E em que bela situação nos achávamos! Sem monarquia, sem essa caterva de políticos, sem esse tortulho da «inscrição», porque tudo desaparecia, estávamos novos em folha, limpos, escarolados, como se nunca tivéssemos servido. E recomeçava-se uma história nova, um outro Portugal, um Portugal sério e inteligente, forte e decente, estudando, pensando, fazendo civilização como outrora... Meninos, nada regenera uma nação como uma medonha tareia..."

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Oldies but goodies



Hoje tive mais um exame e o resultado é mais uma cadeira feita, só falta duas para acabar o curso!!
E para banda sonora desta boa notícia decidi pôr a tocar uns oldies (bem, umas músicas são mais oldies do que outras). Não sei porquê mas estas canções põem-me sempre bem disposta, se calhar o estilo Motown é irresistível ou então é a aura de ingenuidade que dá-lhes charme, o que é certo é que nunca me consigo cansar de as ouvir.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Sex and the City



Vi ontem os dois últimos episódios de "Sex and the City", é o final que esta sensacional série merecia e terminou com um parágrafo que é um elogio ao amor-próprio:

"The most exciting, challenging and significant relationship of all is the one you have with yourself. And if you find someone to love the you you love, well, that's just fabulous." - Carrie