terça-feira, janeiro 31, 2006

Apontamentos

Ao ler o livro de Simone de Beauvoir, "O Segundo Sexo", sobre a condição inferior que é conferida à mulher na sociedade, não resisto a pensar que nos primórdios do ser humano não se punha a questão do sexo mais fraco, homem e mulher tinham diferentes funções conforme os requisitos para a preservação da espécie. Com o desabrochar do intelecto, o homem tomou consciência da sua força superior quando comparado com a mulher e isso levou-o a crer como o sexo dominante e a classificar a mulher como sexo subserviente. Com o aparecimento da filosofia na sociedade, procurou-se razões morais para se manter e continuar a diferença entre sexos, mais propriamente o domínio do homem.
Mas a sociedade transcende-se, toma cada vez mais consciência da sua existência e o intelecto sobrepõe-se aos instintos animais, a força física perde a primazia como força motora do desenvolvimento humano, daí a emergência cada vez mais evidente da mulher como sexo igual. As diferenças físicas mantêm-se mas o seu contributo para a evolução humana diminuiu e assim talvez seja esta a base para a reconquista, por parte da mulher, da sua igual importância, enquanto indivíduo, na espécie humana.