quarta-feira, agosto 24, 2005

Álbum do dia



A minha mais recente descoberta, "Heat" do francês Marc Nyugen (Colder).
Vinha catalogado como eletro pop, mas depois de o ouvir, nota-se que as influências na música derivam todas do panorama indie rock. Desde do tom e da voz roubados do post-punk dos anos 80, passando pelo krautrock, bem evidente na faixa "Downtown" que segue a linha do rock psicadélico do final dos anos 60, e acabando nos Stone Roses (assim que ouvi o início de "Your Face", a primeira coisa que me veio à cabeça foi os acordes de "I Wanna be Adored").
Com esta compilação de sonoridades que eu adoro, foi impossível para mim resistir ao álbum.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Cinefilias


[on meeting Princess Margaret]
James Whale: This is my gardener Clayton Boone. He's never met a princess before, only queens.



Finalmente consegui ver o filme "Gods and Monsters" de Bill Condon com Ian McKellen.
É a história ficcionada dos últimos dias de vida do realizador James Whale, que dirigiu "Frankenstein" e "Bride of Frankenstein". Whale quer acabar com a sua vida e usar a sua homossexualidade contra o novo jardineiro, ex-marine, parece-lhe ser a solução, mas as coisas não acontecem como ele esperava.
O filme apoia-se no desenvolvimento das personagens e nos desempenhos de Ian McKellen, Lynn Redgrave e Brendan Fraser. Mas McKellen é mesmo a grande estrela do filme, a subtileza do olhar, a voz e os movimentos corporais, ele é sem dúvida um dos grandes actores actuais.
Nem sei como ele perdeu, em 1999, o óscar de melhor actor para Roberto Benigni, mas nesse ano a academia americana conseguiu estar no seu pior ao também dar o óscar de melhor actriz à Gwyneth Paltrow em vez de à Cate Blanchett por "Elizabeth"...

Divagações

É quando faço a depilação que dou um imenso valor às pessoas que, durante guerras ou ditaduras, foram torturadas e aguentaram a dor em nome da liberdade e lealdade para com outras pessoas ou ideais.
Está bem, que a associação de ideias pode ser um pouco parva, mas pôs-me a pensar. Se eu pertencesse à resistência francesa durante a segunda guerra ou se fosse contra o regime de Pinochet no Chile, e fosse apanhada e torturada, será que no meio da dor iria manter-me fiel?
Acho que essas pessoas que ao longo da História morreram devido a torturas ou que conseguiram sobreviver a essa experiência em nome da liberdade são verdadeiros heróis.

domingo, agosto 21, 2005

Álbum do dia



Quando posto aqui sobre algum álbum, geralmente não tenho grandes dúvidas sobre qual a música que vou pôr a tocar aqui ao lado.
Mas com "Nina Simone: Anthology", bem... será que devo pôr "I Put a Spell on You"? Talvez "Mississippi Goddam", se bem que "See Line Woman", "The Other Woman" ou "Sinnerman" são bons concorrentes. Pensando melhor, como a Nina Simone é a minha cantora preferida se calhar vou pôr duas canções... Mas continuando, "Who Knows Where Time Goes" está excelente e aquela outra canção também...

sábado, agosto 20, 2005

Memórias sonoras

Há já uns bons anos atrás, numa das vezes que fui à casa da minha prima, e enquanto ela punha a tocar os CDs dos Backstreet Boys e me mostrava posters enormes do Nick Carter, houve algo entre a colecção de CDs lá de casa que me chamou à atenção. Dois álbuns cheios de pó e já com as caixas partidas, a Sinfonia nº9 de Beethoven e uma colectânea de concerto barroco de vários compositores. Quando vi aquilo senti uma indignação dentro de mim, obras daquelas a serem tratadas com tanto desrespeito?! Achei que tinha de resgatar aqueles CDs de tanto desprezo, imediatamente! Enfim, tinha 15 anos e levava estas coisas muito a peito. Perguntei à minha prima se ela os queria, claro que ela respondeu que não, aquilo tinha vindo com umas revistas e eu poderia ficar com eles com a condição de levar emprestado também o álbum dos Backstreet Boys. Ela bem tentou converter-me à "religião" dela mas eu nestas coisas não me movo nem um centímetro da minha fé musical. Respondi imediatamente que sim. Só pensava no tesouro que levava para casa por um preço tão baixo.

Estes foram os meus dois primeiros álbuns de música clássica e para muitos exames estudei eu ao som deles. Lembro-me muito bem de um certo exame de Análise Matemática I que eu pensava seriamente que ia chumbar, mas não eram esses pensamentos que me iam derrubar, saí da cama e mandei ao ar as folhas das aulas, tudo ao som de "Allegro Assai" de Beethoven aos altos berros e para desespero da minha mãe. No final, sempre consegui passar no exame.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Rescaldo

E pronto, acabou-se as festas ou como se diz por aqui, "por este ano já está, p'ró ano logo se vê se serei viva".
Mas não tinha de acabar sem eu apanhar o meu susto da praxe. Ia eu por uma rua das largadas acima, segura de que o touro já estaria perto da praça de touros e pronto a entrar no transporte dos animais, quando subitamente vejo uma multidão a correr pela rua abaixo, a seguir vejo os campinos e depois o touro que tinha fugido, apesar de laçado, a vir para as minhas bandas! Trepei logo pela vedação que tinha ao meu lado mas felizmente o touro deu meia-volta e voltou para trás.
Em resumo, mais uma história para juntar a algumas que já tenho de outros anos.

Festas do Barrete Verde e das Salinas

Alcochete fica na Estremadura mas a proximidade das lezírias e das herdades, especialmente a de Barroca d'Alva, sempre fizeram com que se sentisse mais forte o bater ribatejano. Oficialmente, as festas começaram em 1941 e visavam honrar as três figuras típicas da vila, o forcado, o salineiro e o campino.




fotos de Joaquim da Costa Godinho

Nas festas, as mulheres também não se coibiam de enfrentar o touro. As alcochetanas, eu incluída, sempre tiveram a mania de que são rijas e nunca conseguiram resistir a um touro.
Entretanto, em 1944, fundou-se o Aposento do Barrete Verde que é a associação que organiza as festas. A fama do Aposento espalhou-se e pessoas como Vasco Santana, Beatriz Costa e Amália Rodrigues passaram por cá. Se bem que a Amália repetiu a visita à vila inúmeras vezes.



Em 1955 foi criado o fado do "Barrete Verde" por Frederico de Brito e Ferrer Trindade. Ainda hoje o fado incontestável das festas, é tocado repetidamente no sistema de som avisando as pessoas quando os touros das largadas vão ser recolhidos.

terça-feira, agosto 16, 2005

Imagens



"Campinos do Ribatejo"
Eo, 15-8-2005

Trivialidades

"Em Portugal existe dois tipos de barrete, o barrete preto e o barrete verde.
O preto era usado pelas pessoas que trabalhavam no campo e pelos pescadores de toda a Beira Litoral, além de servir como agasalho, servia também de algibeira para guardar o tabaco, fósforos e dinheiro, mantendo-os assim no fundo do seu forro sem apanhar humidade, justificando desta forma o seu comprimento. Esta tradição ainda hoje é representada no folclore português.
O barrete verde tem a mesma finalidade, embora só era e ainda é usado pelos campinos e forcados do Ribatejo. Esta peça é feita em pura lã no seu exterior e o forro em algodão."


Retirado da etiqueta que vinha com o barrete verde que comprei. Sim, que isto de ter nascido e viver na terra do barrete verde e das salinas e não ter um barrete é mau.

sexta-feira, agosto 12, 2005

Imagens



"À espera do touro"
Eo, 12-8-2005

quinta-feira, agosto 11, 2005

Álbum do dia



Depois de "Flashdance" e do tom quase etéreo de "Say Hello" que eu adoro, ouvir a remix que os Deep Dish fizeram de "The World is Mine" de David Guetta foi a gota de água, tinha que arranjar o recente álbum deles.
Em "George is On", Deep Dish cobrem vários estilos de house/electrónica e neste momento, a contrastar com o melódico e calmo "Say Hello", fiquei presa com a faixa "Dub Shepherd".

segunda-feira, agosto 08, 2005

Deve ser do calor...

Não me apetece postar.
Mas se calhar até nem é do calor, é mesmo o facto de o pc ser omnipresente nos meus trabalhos do curso e agora que estou de férias não tenho pachorra para o ligar. Só me apetece ir à praia, correr um pouco, dormir e pôr o visionamento de filmes em dia (adorei o "Sin City"!).

quarta-feira, agosto 03, 2005

Álbum do dia



O novo álbum do multifacetado Nitin Sawhney continua a manter as suas raízes e a influência indiana é muito forte em várias músicas, mas os sons latinos também têm lugar no álbum juntamente com a electrónica.

Refastelada em Ayamonte

Resolvi que o meu sofá precisava de ser arejado e mudei-me temporariamente para Ayamonte, Espanha.
Até há alguns anos atrás, a charanga de Ayamonte era presença certa nas festas da minha terra. Depois das largadas de touros, durante a noite da sardinhada, os espanhóis conseguiam pôr toda a gente a vibrar enquanto percorriam as ruas da vila com uma multidão a segui-los. Até a procissão da N. Srª. da Vida tinha outro sabor, com a tristeza apaixonada da banda espanhola a contrastar com a tristeza melancólica da banda portuguesa da casa. E finalmente matei a minha curiosidade em saber de onde vinham estes espanhóis cheios de ganas.



Durante o dia o sol queimava e a noite sem vento e bem quente era mesmo como eu gosto. Portas de casa abertas, janelas escancaradas, montes de pessoas na rua que falavam imenso e uma enorme sensação acolhedora. Disse que só faltava um touro na rua, uma largada e eu sentiria-me completamente em casa, quem ia comigo não percebeu, talvez seja preciso nascer-se e viver-se numa tradicional vila ribatejana para se perceber.



Entretanto, quando fomos jantar um exército de mosquitos resolveu atacar, assim que nos sentamos na mesa a primeira coisa que o empregado fez foi, qual cowboy, sacar de um spray do bolso e besuntar-nos de repelente. Foi um momento interessante.



Agora o meu sofá já regressou a casa e o dever chama, tenho que retomar o trabalho final de curso.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Watch me change

Este é um site onde se cria um sim, escolhe-se umas roupas e depois tem-se direito a assistir a um semi-show de strip enquanto o boneco muda de roupa para a que se escolheu.
Acho piada às coreografias dos bonecos, eles sabem mesmo mexer-se!




Imagens


"A naked man being a woman, N.Y.C. 1968."
Diane Arbus

"Fur"

Li hoje que Nicole Kidman vai fazer de Diane Arbus num filme, "Fur", com data de estreia prevista para 2006.

Diane Arbus foi a primeira fotógrafa americana a ser exibida na Bienal de Veneza. Ela criou um estilo muito próprio mas acima de tudo, nas suas fotografias, o que conta é o sujeito da imagem e não a técnica com que a foto foi tirada.
Muitos dos seus trabalhos focam-se em pessoas que vivem nas margens da sociedade, pessoas que de um modo ou de outro foram alienadas.
Diane Arbus suicidou-se em 1971, enquanto estava no auge como artista.



Diane Arbus