terça-feira, setembro 16, 2008

Metallica - Death Magnetic



Agora que já ouvi o álbum várias vezes e as canções tiveram tempo para assentar, posso afirmar sem dúvida que os quatro cavaleiros estão de volta.
Rick Rubin, o produtor do Death Magnetic pediu à banda para fazer deste álbum a segunda parte não composta de Master of Puppets, entende-se a intenção mas a verdade é que isso é algo impossível de atingir. O LP de 1986 é para mim o pináculo dos Metallica, combina as letras particularmente inspiradas de James Hetfield com os riffs e solos magistrais de Kirk Hammett e até Lars Ulrich consegue disfarçar bem o facto de ser o menos talentoso musicalmente da banda. Depois há ainda o mito que marca a tour de promoção do disco, o acidente de viação que envolveu o autocarro onde seguia a banda e que vitimou o baixista Cliff Burton, um incidente que deixou uma marca bastante forte nos Metallica. Acima de tudo, em 1986, o grupo era um bando de jovens movidos por uma sede enorme de conquistar o mundo, agora em 2008 são maridos e pais nos seus 40s. Isto tudo para dizer que é impossível comparar Death Magnetic aos quatro clássicos dos anos 80, tem-se de o julgar por ele próprio e aí temos uma obra com alguns pontos fracos, nomeadamente alguma da escrita de Hetfield e "Cyanide" a única faixa que parece um pouco desfasada do resto do álbum. Mas depois temos verdadeiras pérolas como "All Nightmare Long", "Suicide & Redemption" (a qual confesso demorou algumas audições para se entranhar) e "My Apocalypse", uma verdadeira bateria de thrash puro e duro. Aliás, não consigo deixar de imaginar a loucura que vai ser no concerto ao som destas músicas quando os Metallica cá vierem para o ano.
Não, Death Magnetic não é perfeito mas é sem dúvida um grande álbum de uma das maiores bandas de sempre, que mostram que se o fogo já não arde com a mesma intensidade, a chama essa nunca se extinguirá.