E como o Chiado ainda arde na memória
Impossível não ouvir as notícias do fogo de ontem na Avenida da Liberdade em Lisboa e não me lembrar de algo que faz parte da minha infância, o incêndio do Chiado em 1988. Foi só através da televisão que assisti a tudo mas o tempo de antena dedicado à situação, a aflição das pessoas que apareciam no ecrã, a luta dos bombeiros contra as chamas marcou-me. Lembro-me de naquela manhã vestir um boneco de bombeiro, por acaso, entre as várias roupas, ele tinha uma que era essa farda. E lembro-me também de imaginar que ele e eu andavamos a salvar a população, que claro, consistia nos meus restantes peluches.
Poucas semanas mais tarde, fui com a minha mãe a Lisboa, uma paragem obrigatória foi o Chiado. Senti a nostalgia no olhar dela, como que se um sítio quase encantado se tivesse perdido para sempre entre os destroços, papéis queimados e as paredes negras com janelas agora para o céu. O Grandella de "O Pai Tirano" passou à História e as descrições da minha mãe só contribuiram para o seu estatuto de mito na minha mente.
Estranho mas acho que foi aí que começou o meu amor por Lisboa. A Lisboa dos grandes acontecimentos que uma miúda de 6 anos via na televisão.
Poucas semanas mais tarde, fui com a minha mãe a Lisboa, uma paragem obrigatória foi o Chiado. Senti a nostalgia no olhar dela, como que se um sítio quase encantado se tivesse perdido para sempre entre os destroços, papéis queimados e as paredes negras com janelas agora para o céu. O Grandella de "O Pai Tirano" passou à História e as descrições da minha mãe só contribuiram para o seu estatuto de mito na minha mente.
Estranho mas acho que foi aí que começou o meu amor por Lisboa. A Lisboa dos grandes acontecimentos que uma miúda de 6 anos via na televisão.
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