Sonhos

Por ocasião da viagem à Irlanda daqui a pouco tempo, surgiu a ideia de se escrever um livro de viagens. O meu amigo é um talento à espera de ser descoberto em fotografia e eu não dou muitos erros a escrever, portanto... porque não? E não seria óptimo se de facto alguma editora aceitasse a nossa proposta? Depois já poderia gabar-me de ter um livro publicado!

Claro que em Portugal o processo de avaliação das editoras é muito demorado e o mais certo é recusarem. Pode também acontecer isto nunca passar de apenas uma ideia e que nós escrevamos nada. Mas que eu saiba sonhar ainda é de graça e depois ainda dizem que comanda a vida.

And the Oscars went to...

Com apenas duas horas de sono em cima e cá estou eu no trabalho a pensar que outro cafezinho caía que nem ginjas... Mas é sempre interessante ouvir todos os anos chamarem-me de doida porque desde 1997 que não perco uma cerimónia dos Oscars. Acho que é algo que adquiriu o estatuto de ritual para mim. Mas voltando aos prémios, não houve grandes surpresas. Martin Scorsese foi finalmente consagrado pela academia mas a ovação de pé que recebeu quando o seu nome foi anunciado revela que isto foi mais um acto de contrição de Hollywood do que propriamente um reconhecimento pelo seu trabalho em The Departed. Forest Whitaker e Helen Mirren venceram nas categorias de melhor actor e actriz principal respectivamente, Al Gore viu o seu documentário "An Inconvenient Truth" receber dois Oscars e talvez a surpresa da noite foi o facto de Eddie Murphy não ter levado para casa o galardão por melhor actor secundário.
A prestação de Ellen DeGeneres como anfitriã não foi acutilante nem irreverente, nem sequer houve grandes piadas e no início ela parecia um pouco nervosa mas acabou por ser estranhamente excelente. Isto porque ao contrário de Chris Rock ou Jon Stewart ela não cometeu o erro de alienar a plateia, ela venceu pelo ar extremamente acolhedor que deu à cerimónia. Dois grandes exemplos disto foi quando ela decidiu ir para o meio do público entregar sorrateiramente um argumento seu para Scorsese ler ou quando pediu a Steven Spielberg para lhe tirar uma foto ao lado de um Clint Eastwood que momentos antes tinha reclamado não ter também direito a um argumento de DeGeneres. Não me surpreenderia se ela fosse convidada para o ano para ser novamente a anfitriã da noite.

E agora um pequeno à parte, é interessante ver Kate Winslet passar de uma força da natureza em bruto para uma actriz cada vez mais subtil e em controlo da sua técnica. Acho que ela irá tornar-se num dos grandes ícones da representação britânica.

Músicas

Já cá canta o bilhete para ir ver os meninos Bloc Party ao Coliseu dos Recreios dia 18 de Maio!

Bloc Party - "Pioneers"

Teorias

Desenvolvi uma teoria, daquelas que não têm nexo e são só superstição pura e dura.
Então é assim, se a Amélie Mauresmo e o Benfica jogam no mesmo dia, o resultado, derrota ou vitória, que um obtiver também é o do outro. Este facto chegou à minha atenção quando um fim-de-semana Mauresmo perdeu e depois à noite, estando eu à espera de boas notícias desportivas, o Benfica vai e perde também.
A teoria foi comprovada esta semana. Domingo, Mauresmo derrotou Kim Clijsters na final de Antuérpia por 2 sets a 0 e o Benfica ganhou ao Nacional por 0-2. Hoje, no torneio do Dubai, Amélie venceu Daniela Hantuchova por 1-2 e qual foi o resultado do Benfica? 1-2, ora pois!

P.S.: De notar que a raquete de Amélie Mauresmo é vermelha e preta, tal qual o equipamento que o Glorioso usou. Está tudo explicado! Ou pelo mesmo fica explicado uma certa tendência minha para alucinar...

Desabafos

Odeio jogar basquetebol! Odeio jogar basquetebol! Odeio jogar basquetebol!

Acabo sempre com lesões nos dedos, ficam inchados, doridos e não consigo dobrá-los. Para além de já ter ficado com um dedo ligeiramente torto devido a uma lesão destas mal curada. Em resumo...

Odeio jogar basquetebol! Odeio jogar basquetebol! Odeio jogar basquetebol!

CK Session #12

Neste meu podcast escolhi como tema música clássica. Resolvi não fazer comentários nele porque, pode ser mania minha, mas não gosto que haja algo que me distraia do som quando é clássico.
Portanto aqui fica algumas músicas que adoro.

Playlist
1 - Gustav Holst - "Jupiter: The Bringer of Jollity" (The Planets)
2 - Sergei Prokofiev – "Dance Of The Knights" (Romeo and Juliet)
3 - Ralph Vaughan Williams – "Fantasia on a Theme by Thomas Tallis"
4 - Shostakovich - "Allegro non troppo" (Symphony No.8)
5 - Verdi - "Libera me - Requiem aeternam" (Requiem)
6 - Edward Elgar - "Nimrod" (Enigma Variations)

PodCast Session Download

Constatações

Cada vez mais acho que se eu fosse um animal seria um tubarão. Não que eu seja alguma predadora mas simplesmente porque se páro sinto que morro.
Portanto para a semana vou retornar às minhas aulas de alemão. Daqui a dois meses vou passear para a Irlanda e quando voltar vou agarrar-me aos livros para ver se tiro um certificado profissional que dá muito jeito na minha área. E isto mais essa constante que é o futsal.

Desporto

Em termos desportivos é destes domingos que eu gosto. A Amélie Mauresmo ganhou o torneio de Antuérpia (e também como bónus uma raquete de ouro e diamantes no valor de 1 milhão de euros!) e o Benfica despachou o Nacional com dois golos de Miccoli. Em resumo, tudo correu como deve ser.

300 #1

Não é que seja grande aficionada de banda desenhada mas tenho algumas obras que gosto muito, desde a série Corto Maltese de Hugo Pratt, "Maus" de Art Spiegelman ou "V for Vendetta" de Alan Moore (que ainda não tenho em hardcover porque 40€ custa...).
Por ocasião do filme "300", que vai estrear em breve, não resisti a comprar o livro de Frank Miller que deu origem ao mesmo. Em grande formato, não faço a mínima ideia qual a estante onde o vou pôr mas também com um livro desta qualidade isso é um mal menor.

Gerard Butler como Rei Leonidas

Cinefilias

O momento mais sublime de Kenneth Branagh e um dos meus filmes favoritos, "Henry V".
Pergunto-me, quem é capaz de ao ouvir as palavras de Shakespeare ditas com tanta chama não ter vontade de ir combater uma qualquer luta?

"We few, we happy few, we band of brothers"

Qual Lázaro!

Finalmente ergui-me desse campo de batalha que dá pelo nome de cama, onde nestes últimos dois dias tive cheia de febre.
Eu admito que se há algo que eu definitivamente não sou é uma boa doente. Podia tomar todos os comprimidos e estar quietinha na cama à espera de ficar melhor mas não, isso não é para mim. No domingo aproveitei um momento que a febre desceu (estava só com 39º), vesti-me e lá fui eu votar. Podem argumentar que é muito relativo o peso de um só voto mas para mim era uma questão de integridade para comigo mesma. Eu tinha de pôr SIM naquele boletim.
Quando às 20h todos os canais anunciaram a vitória do SIM, a sensação de ter contribuído para um aumento do respeito e dignidade social de todas as mulheres é algo sem preço.

Noites

Há noites que me fazem lembrar uma frase de Winston Churchill:

"Always remember, I have taken more out of alcohol than alcohol has taken out of me."

Posters

Falando agora de coisas mais agradáveis para mim...

Comprei na Cinemascope, no Príncipe Real, um poster do filme "O Couraçado Potemkin" (Броненосец Потемкин) realizado por Sergei Eisenstein.

O poster data também de 1925 e foi desenhado por Dolly Rudeman (1902-1980), a única mulher a fazer cartazes para filmes na Holanda naquela altura .
Gosto do expressionismo da obra e da violência do vermelho na composição, especialmente na palavra Potemkin que dá a impressão de estar suja de sangue.

Hipócritas de merda!

Se há coisa que me irrita deveras é estar no trabalho e receber mails de pessoas que usam o sistema interno de correio electrónico para fazerem propaganda. Mas hoje a isso junta-se o facto de o mail ser hipócrita num contexto que me toca muito, religião.
Ora o dito mail começa com uma notícia que veio no Público de quarta-feira, em que um padre dizia ir votar Sim no referendo e depois quem mandou o mail acaba com a seguinte frase:

Nunca um coxo treinou atletas para a maratona nem um mudo deu aulas de dicção...
Só os padres não prescindem de dar conselhos sobre a reprodução e a sexualidade!

Tudo muito bem não fosse eu saber que quem mandou o mail é pelo Não. Em resumo, se o padre de Viseu fosse votar Não estava tudo muito bem e já poderia dar conselhos sobre a sexualidade mas como é pelo Sim já não pode. É preciso ter lata!

PS: Poderia atenuar o tom agressivo do título mas é a expressão que melhor define o que sentia no altura.

Músicas

Jacques Brel - "Amsterdam"

Literaturas

Reparei que geralmente é sempre nos primeiros meses do ano que me dá para ler livros mais virados para a filosofia. O ano passado começou com um livro que adorei, "Le Deuxième Sexe" de Simone de Beauvoir e este ano, depois de ler um post sobre Karl Popper no Despertar da Mente, vou abrir as hostilidades com "The Open Society and Its Enemies".

Tudo possível graças à maravilhosa rede de bibliotecas de Lisboa.

Dias

Há jogos que deixam um sabor tão doce...

A equipa anda cheia de lesões e para cúmulo no mesmo treino ficamos sem as duas guarda-redes. Em resumo, numa solução de recurso para o jogo lá iria eu para a baliza (sim, porque no futsal eu sou pau para toda a obra). Durante o aquecimento mais outra jogadora lesionou-se, o que queria dizer que ficavamos sem ninguém para substituir, lindo...
O jogo começa. O outra equipa parece que estacionou o autocarro em frente à baliza, estamos um pouco apáticas e não conseguimos arranjar espaço para rematar à baliza. Em contra-ataque as adversárias conseguem chutar algumas vezes mas foram remates fracos e fáceis de defender. Acaba a primeira parte com 0-0. Durante o intervalo o treinador pede-me para trocar de equipamento, a M. estava cansada e eu ia para a frente substitui-la. Tempo da segunda parte. Poucos minutos depois a M., que tava na baliza, desentende-se com a C., uma das outras consegue ficar com a bola e sozinha frente à nossa baliza marca. Desalento geral. O treinador grita para termos calma que tudo se resolve. O jogo continua e tem início o drama. Numa jogada a T. faz um corte espectacular e impede que levemos mais um golo. Noutra jogada a R. que ia para o contra-ataque é constantemente puxada até que se passa e espeta com a outra no chão, cartão amarelo para as duas. As coisas começam a aquecer. Uma delas quer passar por mim à força, tento tirar-lhe a bola e pelo caminho também lhe acerto na perna, ela cai no chão a estrebuchar e eu levo cartão amarelo. As coisas estão complicadas, os nossos remates recusam-se a entrar, batem no poste, nas malhas laterais, a guarda-redes defende mas simplesmente não entram. As adversárias já fizeram 5 faltas e temos direito a livre directo. Oportunidade soberana! É a T. sozinha sem ninguém pela frente que marca o livre, a bola vai bem colocada, já nós todas vemos a bola lá dentro e de repente ela pára nas mãos da guarda-redes. Desilusão. Falta 2 minutos para acabar a partida. Na confusão do nosso ataque uma bola consegue passar por todas as defesas adversárias e vem parar a mim que estou no segundo poste, com o pé esquerdo consigo enfiá-la na baliza e GOLO!! Ainda há tempo, "vamos ganhar!" grito, mais com confiança de que vamos lutar até ao fim do que propriamente na vitória. Falta 1 minuto. Reposição de bola na nossa defesa. A C. passa a T. que corre até ao meio-campo. Descaio para a linha e recebo a bola, duas defesas vêm na minha direcção, passo para a zona do penalty onde está a R. sozinha. Ela ajeita a bola e chuta para a baliza... GOLO!! Abraços gerais, sorrisos enormes e a vitória ao nosso alcance. Bola ao centro, as outras dão dois passes e o árbitro apita para o fim. Ganhamos!