Olhando para atrás

Agora que já me despedi do meu emprego e estou à espera de começar no novo, reparo que todas as pessoas com quem me dava melhor no trabalho eram fumadoras e com trinta e poucos anos.
Uma era uma party girl com um gosto tão eclético quanto o meu em termos de música e filmes, outro era um esquerdista convicto que me deu os mp3s de toda a discografia de Zeca Afonso, havia também um motoqueiro que deu-se ao trabalho de me trazer uma revista que tinha um artigo sobre tirar a carta de moto, para além de me aconselhar a começar por uma scooter porque tem mudanças automáticas mas que também podia comprar de início uma Honda CBF500 (outro conselho: as japonesas são as melhores motas), e por fim o meu mais frequente compincha de coffee and cigarettes, o bon vivant do sítio que entrou no emprego ao mesmo tempo que eu, amante de Johnnie Walker, Poker e belas mulheres (chegamos a estar no meio da rua a olhar para trás a discutir quem tinha as melhores formas femininas...). Foi também com ele que me tornei adepta de Dunhill, ele tinha um maço especial de Dunhill e foi o melhor tabaco que fumei até hoje.

Enfim, foi um ciclo que se fechou, agora começa outro.