domingo, agosto 13, 2006

Sonho de uma noite de verão

22.30h da noite e ainda estão 31º de temperatura. Vagueio um pouco por Lisboa. Assim que chego à zona da Alameda, perto do Técnico, encontro logo um homem num carro com uma mulher a debruçar-se na janela. Não passa de gajo normal, por volta dos 40, como tantos outros que encontramos pela rua durante o dia. Mais à frente duas mulheres de mini-saia, passo por elas e num mútuo acordo instintivo, ignoramo-nos. Mesmo assim a fragrância dos seus perfumes chegam até mim. Do outro lado da rua outro carro pára. De dentro dele sai uma mulher de calças cor-de-rosa que já tinha visto na noite anterior.
Chego finalmente ao metro da Alameda e do lado da fonte luminosa estão várias crianças a brincarem nos baloiços...

A noite tem este estranho efeito de revelar a natureza humana. Quando a escuridão cai, também caiem as máscaras porque pensam que os segredos ficam escondidos nas trevas. Talvez seja por isso que a Escuridão me atraia, para o bem ou para o mal não existe a hipocrisia da Luz...