Desde que aos 10 anos li como primeiro livro a sério "Uma Família Inglesa" de Júlio Dinis, comecei a sofrer de uma certa anglofilia vitoriana e nunca mais recuperei. A minha fleuma, reserva e grin and bear tinham encontrado uma pátria e era a inglesa.
Depois, aos 15 anos comecei a ler livros de autores ingleses, mais propriamente Charles Dickens (um típico vitoriano pois claro) e deu-se uma mudança curiosa, quanto mais admirava a Inglaterra, mais comecei a amar Portugal. Afinal de contas a História comprova que, acima de tudo, um inglês que se preze engana, aldraba, rouba e mente, se for preciso, pelo seu país. E o meu país é Portugal. Se fosse política, sem dúvida que utilizaria esses esquemas, não contra o meu próprio povo mas para reforçar a posição do país no estrangeiro mas como sou uma simples cidadã portuguesa limito-me a adorar da outra margem o espectacular pôr-do-sol sobre Lisboa, as chaminés algarvias, as casas de pedra do norte, a sentir o calor das planícies alentejanas, o cheiro do caldo verde a fumegar na tijela...
Em resumo, o cortando com o blá blá blá, espero hoje comer pelo lanche uns deliciosos scones acompanhados de Earl Grey!