Apontamentos
"- Muito bem, então imagina o seguinte, se puderes: daqui a umas décadas, as pessoas ver-te-ão a ti e aos que desprezas como uma entidade única. (...)
Quando nos anos vindouros pararem para pensar nos nossos tempos, tu, com toda a tua sensibilidade, serás identificado com esta gente. Sabes, é a maneira mais fácil de se estabelecer a essência da nossa era... toma-se o mais baixo denominados comum. (...) E tu e eu não poderemos escapar ao veredicto, não temos maneira de provar que não partilhámos as opiniões desacreditadas dos nossos contemporâneos."
Yukio Mishima levanta uma questão pertinente no seu livro "Neve de Primavera", como provar a nossa individualidade perante a História e o Tempo?
Há poucos dias vi o filme "Sophie Scholl - Die letzten Tage". Quando pensamos na Alemanha da segunda guerra mundial pensamos numa Alemanha nazi, nunca nos passa pela cabeça que havia grupos de estudantes anti-nazis que imprimiam as suas ideias em panfletos que distribuiam na universidade e em várias cidades. Sophie Scholl fazia parte de um desses grupos, A Rosa Branca. Pagaram com a vida a sua individualidade e que recompensa deu-lhes o Tempo? Um esquecimento quase total, foram aniquilados pelo mais baixo denominador comum.
Diz-se que dos fracos não reza a História mas no entanto são eles, representados por uma multidão ignorante e uniforme, que caracterizam as eras. Talvez esteja a ser pessimista, afinal de contas quando pensamos na Grécia antiga pensamos no nascimento do conhecimento, o século 16 será sempre o Renascimento com o farol que era a Florença dos Médicis a iluminá-lo. Mas daqui a algum tempo como será a nossa era caracterizada? A época dos endividados até ao tutano, que passam os fins-de-semana nos centros comerciais e cujo supra-sumo cultural é "O Código Da Vinci" de Dan Brown?
Mas se calhar é como eu digo, talvez eu esteja a ser pessimista.
Quando nos anos vindouros pararem para pensar nos nossos tempos, tu, com toda a tua sensibilidade, serás identificado com esta gente. Sabes, é a maneira mais fácil de se estabelecer a essência da nossa era... toma-se o mais baixo denominados comum. (...) E tu e eu não poderemos escapar ao veredicto, não temos maneira de provar que não partilhámos as opiniões desacreditadas dos nossos contemporâneos."
Yukio Mishima levanta uma questão pertinente no seu livro "Neve de Primavera", como provar a nossa individualidade perante a História e o Tempo?
Há poucos dias vi o filme "Sophie Scholl - Die letzten Tage". Quando pensamos na Alemanha da segunda guerra mundial pensamos numa Alemanha nazi, nunca nos passa pela cabeça que havia grupos de estudantes anti-nazis que imprimiam as suas ideias em panfletos que distribuiam na universidade e em várias cidades. Sophie Scholl fazia parte de um desses grupos, A Rosa Branca. Pagaram com a vida a sua individualidade e que recompensa deu-lhes o Tempo? Um esquecimento quase total, foram aniquilados pelo mais baixo denominador comum.
Diz-se que dos fracos não reza a História mas no entanto são eles, representados por uma multidão ignorante e uniforme, que caracterizam as eras. Talvez esteja a ser pessimista, afinal de contas quando pensamos na Grécia antiga pensamos no nascimento do conhecimento, o século 16 será sempre o Renascimento com o farol que era a Florença dos Médicis a iluminá-lo. Mas daqui a algum tempo como será a nossa era caracterizada? A época dos endividados até ao tutano, que passam os fins-de-semana nos centros comerciais e cujo supra-sumo cultural é "O Código Da Vinci" de Dan Brown?
Mas se calhar é como eu digo, talvez eu esteja a ser pessimista.
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