quarta-feira, maio 04, 2005

Memórias sonoras

Não sei porquê mas quando ouço certas músicas há imediatamente imagens que me ocorrem.

"O Fortuna" de Carl Orff faz-me imaginar um enorme navio de guerra do século 18 a sulcar as ondas (isto deve ser influências do mítico anúncio do Old Spice).
"Dies Irae" de Mozart lembra-me uma Londres fustigada pelo blitz alemão, mais especificamente esta foto onde, depois de um bombardeamento, se vê a cúpula da catedral de São Paulo erguer-se orgulhosa por entre as chamas e o fumo dos incêndios dos prédios em redor.



Ao "Concierto de Aranjuez" de Rodrigo associei o massacre de Guernica.
Para mim o "Adagio for Strings" de Barber será sempre a música fúnebre para aquelas pessoas que se lançaram das torres gémeas para o abismo em New York.
"Overture: 1812" de Tchaikovsky foi escrito em celebração à vitória dos russos sobre Napoleão mas a minha imaginação adulterou um pouco as coisas e assim a música tornou-se a banda sonora para a parte do livro "Os Miseráveis" de Vitor Hugo que fala de outra derrota de Napoleão, Waterloo.

Curioso que é com as músicas clássicas que eu faço mais estas associações. Talvez porque deixem mais à imaginação do que canções pop/rock, em que a letra cria a sua história, ou bandas sonoras de filmes que invariavelmente ficam ligadas às imagens do filme a que pertencem.