segunda-feira, março 31, 2008
ARGHHH!
Porque será que cada vez que estaciono o carro perto de casa, de manhã tenho a sensação que aconteceu um blitz durante o amanhecer e o meu carro era o alvo principal de umas coisas com asas e olhos vermelhos?
sexta-feira, março 28, 2008
Visão sónica de beleza
A primeira coisa que fiz ontem de manhã ao chegar ao emprego foi procurar na net as reacções ao concerto dos Portishead no Porto. Semi-desilusão, alguns problemas técnicos com o som, uma banda ainda um pouco enferrujada de tantos anos sem actuar ao vivo, estranheza do público às novas canções... estes foram os comentários que li. Estava tão entusiasmada com o facto de ir ver os Portishead, em especial a Beth Gibbons, que a emoção não se diluiu nem um pouco.
Saí do trabalho o mais cedo que pude, fui comprar um cartão de memória com maior capacidade para a minha máquina fotográfica, algo dentro de mim sussurrava-me que iria ser uma noite memorável e eu queria ficar com algum registo disso.
Encontrei-me com os parceiros de crime do costume e lá caminhamos para o Coliseu. À entrada a multidão já esperada. Não sei bem explicar porquê mas adoro este ambiente. Um aglomerado de pessoas heterogéneo a fervilhar de expectativa, qual procissão para ver um profeta, a partilha da fé de virmos a ser tocados por algo transcendental.
Assim que Beth Gibbons pisou o palco o Coliseu entrou em delírio. Sim, eles são três, sim, foi Geoff Barrow que criou o som Portishead mas Gibbons é o mistério que todos esperam desvendar, o eterno misto de fragilidade e violência de emoções que se liberta nas letras das músicas. A única diferença foi ela desta vez não ser acompanhada pelo tabaco, a certa altura pensei mesmo que se ela puxasse de um cigarro o Coliseu entraria em loucura.
As canções desenrolaram-se como todo e qualquer presente ali alguma vez tinha sonhado um concerto dos Portishead ser até que chegou o momento da sublime elevação, "Wandering Star", onde despida de quase todos os ornamentos musicais, a voz de Gibbons assumiu-se de uma desolação dilacerante. O final foi algo de arrepiante, chorei. Foi como que uma visão sónica de beleza se apoderasse de mim e me enchesse por dentro de tal forma que o único meio que o meu corpo encontrou de se libertar da sensação foi através de lágrimas. Não havia muito mais a pedir, a noite tinha sido marcada na minha memória. Assim que a voz diminuiu de volume preparando-se para finalizar a canção, o Coliseu rebentou numa estrondosa ovação, não tinha sido a única a sentir o mesmo.
"We Carry On", uma das minhas favoritas do novo álbum, finalizou o concerto. Os músicos sairam de palco, as luzes acenderam-se. Acordaram-me de um sonho, tempo de sair. Já na rua puxei de um cigarro, pela Beth Gibbons, por um concerto que não se esfumou no ar, que se entranhou antes bem dentro de mim e que irá ficar para sempre.
Saí do trabalho o mais cedo que pude, fui comprar um cartão de memória com maior capacidade para a minha máquina fotográfica, algo dentro de mim sussurrava-me que iria ser uma noite memorável e eu queria ficar com algum registo disso.
Encontrei-me com os parceiros de crime do costume e lá caminhamos para o Coliseu. À entrada a multidão já esperada. Não sei bem explicar porquê mas adoro este ambiente. Um aglomerado de pessoas heterogéneo a fervilhar de expectativa, qual procissão para ver um profeta, a partilha da fé de virmos a ser tocados por algo transcendental.
Assim que Beth Gibbons pisou o palco o Coliseu entrou em delírio. Sim, eles são três, sim, foi Geoff Barrow que criou o som Portishead mas Gibbons é o mistério que todos esperam desvendar, o eterno misto de fragilidade e violência de emoções que se liberta nas letras das músicas. A única diferença foi ela desta vez não ser acompanhada pelo tabaco, a certa altura pensei mesmo que se ela puxasse de um cigarro o Coliseu entraria em loucura.
As canções desenrolaram-se como todo e qualquer presente ali alguma vez tinha sonhado um concerto dos Portishead ser até que chegou o momento da sublime elevação, "Wandering Star", onde despida de quase todos os ornamentos musicais, a voz de Gibbons assumiu-se de uma desolação dilacerante. O final foi algo de arrepiante, chorei. Foi como que uma visão sónica de beleza se apoderasse de mim e me enchesse por dentro de tal forma que o único meio que o meu corpo encontrou de se libertar da sensação foi através de lágrimas. Não havia muito mais a pedir, a noite tinha sido marcada na minha memória. Assim que a voz diminuiu de volume preparando-se para finalizar a canção, o Coliseu rebentou numa estrondosa ovação, não tinha sido a única a sentir o mesmo.
"We Carry On", uma das minhas favoritas do novo álbum, finalizou o concerto. Os músicos sairam de palco, as luzes acenderam-se. Acordaram-me de um sonho, tempo de sair. Já na rua puxei de um cigarro, pela Beth Gibbons, por um concerto que não se esfumou no ar, que se entranhou antes bem dentro de mim e que irá ficar para sempre.
"roads" @ coliseu dos recreios
"wandering star" @ somerset